MEIO AMBIENTE
Tartarugas nativas do Rio dos Sinos são ameaçadas por espécie estrangeira
População nativa foi reduzida com introdução de animais de fora em São Leopoldo
Última atualização: 22/01/2024 13:58
O Rio dos Sinos, apesar da poluição que sofre, ainda é o lar de uma grande biodiversidade e essencial para a sobrevivência de espécies nativas da região. Das espécies de quelônios, com ocorrência na Bacia do Sinos, estão um jaboti, quatro cágados e três tartarugas. São elas: cágado-negro, cágado-cabeça-de-cobra, cágado-de-pescoço-lateral, cágado-de-barbelas-cinzento, tigre d'água Trachemys dorbigni, tigre d'água norte-americano e tartarugas híbridas.
O biólogo e assessor de gestão da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Semmam), Joel Garcia Dias, explica que embora muito semelhantes para os leigos, os jabotis são terrestres, os cágados são semiaquáticos e as tartarugas são aquáticas.
Por isso, ao tentar salvar um jaboti e colocar ele no rio, é possível que a pessoa acabe matando, por falta de conhecimento, o animal. Além disso, caso solte uma espécie estrangeira no Rio dos Sinos, toda a fauna e flora podem sofrer consequências disso, como vem ocorrendo com as tartarugas.
Híbridos
O ideal ao encontrar um animal silvestre ou precisar realizar alguma denúncia de irregularidade é ligar o telefone 153, do Grupamento de Defesa Ambiental (GDA) ou discar 2200-0640 para se comunicar com a Semmam, que pode passar as orientações corretas para cada caso. "Quando a população começou a comprar tartarugas, acabaram introduzindo uma espécie americana no rio. Com isso, elas começaram a cruzar com as nativas, gerando híbridos, que agora são a maioria. Quase não temos mais a tartaruga nativa por causa disso, o que é uma grande perda para a flora local", explica.
A tigre d'água americana se diferencia por uma mancha avermelhada nas laterais da cabeça. Já a nativa possui uma mancha oval amarela.
Crime ambiental
Dias relata que muitas pessoas acabam pegando tartarugas do rio e criando de maneira irregular. “É importante lembrar que isso configura crime ambiental. A Guarda Civil Municipal está com frequência apreendendo essas tartarugas. Animais exóticos devem ser comprados em um estabelecimento autorizado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama). Esses animais trazem um grande beneficio para a biodiversidade. Eles possuem um papel de equilíbrio da cadeia alimentar do Rio dos Sinos, com uma integração muito peculiar com o ambiente”, explica.
Importância do animal na cadeia alimentar do rio
O gestor ambiental da Base Ecológica Rio Velho, João Batista Chaves, explica que a importância da preservação das tartarugas, existe pois elas fazem parte também do ciclo da evolução do peixe. Ou seja, a tartaruga é predadora, mas também serve de alimento para os peixes e outros animais quando são pequenas.
“Nós temos muitas tartarugas na base ecológica. Hoje tem muita proliferação de tartarugas híbridas. Junto com as tartarugas também temos uma grande riqueza de espécies de peixes que continuam prosperando no rio, embora ele esteja nessa evolução cada vez maior de poluição”, explica.
O período de baixa do Rio dos Sinos afeta os animais. Chaves conta que, pela terceira vez neste ano, ocorreu um evento chamado de virada dos peixes. “Quando chove e essa água vai pelo Rio dos Sinos, através da lavagem das galerias de esgoto, acontece a virada dos peixes. Eles perdem o oxigênio, pela baixa do nível somado ao resíduo de esgoto. Muitos dos peixes sobem para buscar oxigênio e acabam morrendo, ou sendo pescados.
Espécie conhecida pelas manchas
Conforme a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), a tartaruga tigre-d’água ocorre no Brasil, no Uruguai e na Argentina e vive em ambientes aquáticos como rios, riachos, lagoas e banhados. No Brasil é endêmica do Estado do Rio Grande do Sul. A espécie é conhecida popularmente como tartaruga-verdee-amarela, devido sua coloração verde com manchas que variam de avermelhadas a amareladas.
É uma espécie onívora com dieta composta por: material vegetal, moluscos, insetos, crustáceos, sapos e peixes. Pode ter até 25 cm de carapaça e viver mais de 30 anos de idade. As fêmeas colocam em média 12 ovos por desova no período de setembro a fevereiro. A espécie sofre ameaças devido ao declínio das áreas de ninhos pela agricultura extensiva, aos atropelamentos em rodovias e captura como animal de estimação.
O Rio dos Sinos, apesar da poluição que sofre, ainda é o lar de uma grande biodiversidade e essencial para a sobrevivência de espécies nativas da região. Das espécies de quelônios, com ocorrência na Bacia do Sinos, estão um jaboti, quatro cágados e três tartarugas. São elas: cágado-negro, cágado-cabeça-de-cobra, cágado-de-pescoço-lateral, cágado-de-barbelas-cinzento, tigre d'água Trachemys dorbigni, tigre d'água norte-americano e tartarugas híbridas.
O biólogo e assessor de gestão da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Semmam), Joel Garcia Dias, explica que embora muito semelhantes para os leigos, os jabotis são terrestres, os cágados são semiaquáticos e as tartarugas são aquáticas.
Por isso, ao tentar salvar um jaboti e colocar ele no rio, é possível que a pessoa acabe matando, por falta de conhecimento, o animal. Além disso, caso solte uma espécie estrangeira no Rio dos Sinos, toda a fauna e flora podem sofrer consequências disso, como vem ocorrendo com as tartarugas.
Híbridos
O ideal ao encontrar um animal silvestre ou precisar realizar alguma denúncia de irregularidade é ligar o telefone 153, do Grupamento de Defesa Ambiental (GDA) ou discar 2200-0640 para se comunicar com a Semmam, que pode passar as orientações corretas para cada caso. "Quando a população começou a comprar tartarugas, acabaram introduzindo uma espécie americana no rio. Com isso, elas começaram a cruzar com as nativas, gerando híbridos, que agora são a maioria. Quase não temos mais a tartaruga nativa por causa disso, o que é uma grande perda para a flora local", explica.
A tigre d'água americana se diferencia por uma mancha avermelhada nas laterais da cabeça. Já a nativa possui uma mancha oval amarela.
Crime ambiental
Dias relata que muitas pessoas acabam pegando tartarugas do rio e criando de maneira irregular. “É importante lembrar que isso configura crime ambiental. A Guarda Civil Municipal está com frequência apreendendo essas tartarugas. Animais exóticos devem ser comprados em um estabelecimento autorizado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama). Esses animais trazem um grande beneficio para a biodiversidade. Eles possuem um papel de equilíbrio da cadeia alimentar do Rio dos Sinos, com uma integração muito peculiar com o ambiente”, explica.
Importância do animal na cadeia alimentar do rio
O gestor ambiental da Base Ecológica Rio Velho, João Batista Chaves, explica que a importância da preservação das tartarugas, existe pois elas fazem parte também do ciclo da evolução do peixe. Ou seja, a tartaruga é predadora, mas também serve de alimento para os peixes e outros animais quando são pequenas.
“Nós temos muitas tartarugas na base ecológica. Hoje tem muita proliferação de tartarugas híbridas. Junto com as tartarugas também temos uma grande riqueza de espécies de peixes que continuam prosperando no rio, embora ele esteja nessa evolução cada vez maior de poluição”, explica.
O período de baixa do Rio dos Sinos afeta os animais. Chaves conta que, pela terceira vez neste ano, ocorreu um evento chamado de virada dos peixes. “Quando chove e essa água vai pelo Rio dos Sinos, através da lavagem das galerias de esgoto, acontece a virada dos peixes. Eles perdem o oxigênio, pela baixa do nível somado ao resíduo de esgoto. Muitos dos peixes sobem para buscar oxigênio e acabam morrendo, ou sendo pescados.
Espécie conhecida pelas manchas
Conforme a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), a tartaruga tigre-d’água ocorre no Brasil, no Uruguai e na Argentina e vive em ambientes aquáticos como rios, riachos, lagoas e banhados. No Brasil é endêmica do Estado do Rio Grande do Sul. A espécie é conhecida popularmente como tartaruga-verdee-amarela, devido sua coloração verde com manchas que variam de avermelhadas a amareladas.
É uma espécie onívora com dieta composta por: material vegetal, moluscos, insetos, crustáceos, sapos e peixes. Pode ter até 25 cm de carapaça e viver mais de 30 anos de idade. As fêmeas colocam em média 12 ovos por desova no período de setembro a fevereiro. A espécie sofre ameaças devido ao declínio das áreas de ninhos pela agricultura extensiva, aos atropelamentos em rodovias e captura como animal de estimação.
O biólogo e assessor de gestão da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Semmam), Joel Garcia Dias, explica que embora muito semelhantes para os leigos, os jabotis são terrestres, os cágados são semiaquáticos e as tartarugas são aquáticas.