Berço do Vale do Paranhana, Taquara agora é reconhecida também com outro pioneirismo. A Comissão de Assuntos Municipais da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul aprovou no início do mês o Projeto de Lei que denomina Taquara como a “Cidade berço das fabricantes de piscinas de fibra de vidro”.
Com 34 empresas no município vinculadas ao segmento de piscinas, segundo a prefeitura, Taquara deu início neste ramo em 1976, com a construção da fábrica da Akesse Sul Comércio, Importação e Exportação Ltda. A proposta é de autoria do deputado estadual Joel Wilhelm (PP) – presidente da Comissão – e recebeu parecer favorável de todos os deputados participantes.
Importância para a economia local
Conceder o título à cidade, segundo Wilhelm, visa reconhecer a importância da indústria de piscinas para a economia local. “Esse título é um reconhecimento pelo que essa indústria já representa para Taquara, principalmente pela quantidade de empregos gerados e pela relevância econômica que o setor tem para o município. Além disso, buscamos colocar Taquara como uma referência dentro do Estado, para que o poder público reconheça e valorize ainda mais essa matriz econômica”, afirmou o deputado.
Para a prefeita de Taquara, Sirlei Silveira, o título engrandece e traz destaque ao segmento de piscinas do município. “Quero parabenizar o secretário de Orçamento e Finanças, Douglas Kaiser, e toda a equipe da nossa Sala do Empreendedor, que encaminharam essa demanda, assim como ao deputado Joel, que é um grande parceiro do nosso Município”, destaca a prefeita.
Agilidade nos processos
Além de valorizar o setor, o título pode facilitar processos como o licenciamento ambiental, atualmente feito pelo Estado. A expectativa é que a concessão do título traga mais agilidade para os processos e estimule ainda mais o crescimento de novas empresas no município.
Com a presença de grandes empresas do setor, como iGUi Piscinas, Piscinas Mega, Piscinas Beluga, Piscinas Fyber Show, Mizu Piscinas e Bambu Piscinas, o impacto econômico é expressivo. Wilhelm destaca que, em 2021, o faturamento somado dessas empresas foi de quase R$ 120 milhões, gerando importantes retornos para a economia local, tanto em impostos quanto na geração de empregos diretos e indiretos.
Embora existam outras fábricas de piscinas em municípios próximos, Wilhelm acredita que Taquara tem um papel de destaque. “Com 34 empresas, Taquara certamente tem mais fábricas do que a região Sul inteira. A concorrência não é um problema, muito pelo contrário. Essas empresas disputam o mercado nacional e, com isso, estimulam a melhoria constante de seus produtos. Não há qualquer reserva de mercado, pois todas competem entre si para conquistar o mercado brasileiro, partindo de Taquara”, explicou o deputado.
Pioneirismo e legado da Akesse Sul
Em 1976, a Akesse Sul Comércio Importação e Exportação LTDA, foi fundada em Taquara por Antônio Augusto Sisson, considerado o pioneiro no Brasil do segmento, e legítimo criador das piscinas pré-moldadas em fibra de vidro. Hoje, a empresa não atua mais no município, mas deixou seu legado. “Muitas empresas que existem hoje em Taquara surgiram a partir da Akesse, sendo de ex-sócios e ex-funcionários”, comenta Joel Wilhelm.
Além de ser pioneira, a Akesse deu origem a muitas outras empresas, como a iGUi, fundada em Gravataí em 1995 por Luis Filipe de Souza Sisson, filho de Antônio Augusto Sisson. Apesar da sede da empresa hoje estar situada no estado de São Paulo e estar presente em mais de 50 países, ainda mantém fábrica em Taquara.
Outro exemplo de empreendedorismo vem de Diego Salvador, 49, que trabalhou durante 18 anos com manutenção e instalação de piscinas na loja de seu avô, que vendia piscinas da Akesse. “Meu avô e o Sisson eram amigos e a loja era próxima da fábrica. Então o Sisson sempre passava para conversar com meu avô, e foi assim que tive a ideia de produzir”, conta Salvador.
Com o tempo, o avô e Sisson faleceram e Salvador resolveu abrir sua própria fábrica, a Bambu Piscinas, no mercado há 10 anos. “Antes da Akesse, não havia fabricação de piscinas de fibra de vidro no Brasil, começou aqui e daqui surgiram todas as outras fábricas de piscinas. Por conta disso, sugeri que fôssemos buscar essa denominação de berço das piscinas, mas o que queremos é que Taquara seja considerada a Capital Nacional das Piscinas, mas aí é outro passo”, revela o empresário.
Reconhecimento e o Futuro do Setor
Conforme o secretário de Orçamento e Finanças, Douglas Kaiser, a ideia de reconhecer Taquara como polo de indústrias de piscinas surgiu de um encontro realizado no dia 28 de novembro de 2022, na FACCAT, quando empreendedores do setor piscineiro se reuniram.
“Além de representantes das indústrias, estiveram contadores, representantes do Instituto Taquara Mais, da FACCAT, e representantes da GMAP Unisinos (Grupo de Pesquisa em Modelagem para Aprendizagem). o GMAP elaborou um documento com as demandas, e deste documento, o pedido de reconhecimento foi uma das demandas apresentadas”, detalha Kaiser.
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Após isso, o ofício foi encaminhado ao deputado Joel Wilhelm. “Eu acho que não existe no país uma cidade com mais de duas fábricas de piscinas, e aqui temos mais de 30 CNPJs ativos”, complementa Salvador.
Processo da fabricação:
- O molde é encerado;
- É realizada a pintura sobre o molde com gel isoftálico (na cor que o cliente optou);
- Logo em seguida é dado uma nova pintura (barreira química) em gel éster vinílico, que protege a piscina contra osmose e micro bolhas;
- Após esse processo a piscina vai para a laminação, onde é aplicada a resina, a fibra de vidro e o catalisador, após sua secagem é colocado o reforço estrutural e feita uma nova laminação sobre o mesmo;
- Depois de concluído todos esses processos e a completa secagem da piscina, é feito o desmolde;
- Por fim, a piscina vai para o acabamento, onde é realizado o corte das bordas e o polimento final.
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