O homem preso por suspeita de ter mantido cerca de 200 trabalhadores em situação análoga à escravidão em Bento Gonçalves, na Serra gaúcha, foi solto após pagar fiança de 30 salários mínimos, correspondente a R$ 39.060. Ele havia sido capturado na noite de quarta-feira (22), durante operação conjunta da Polícia Rodoviária Federal (PRF), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e da Polícia Federal (PF) para resgatar as vítimas.
O suspeito tem 45 anos e é natural de Valente, na Bahia. Ele havia sido levado para a Penitenciária Estadual de Bento Gonçalves.
A ação de resgate ocorreu após a denúncia de três trabalhadores que conseguiram fugir na terça-feira (21) do prédio onde eram mantidos contra a vontade. De acordo com o MPT, as vítimas relataram que cumpriam jornadas exaustivas, recebiam comida imprópria para consumo, só podiam comprar produtos em um único estabelecimento – com desconto salarial e preços elevados –, e eram mantidos vinculados ao trabalho por supostas “dívidas” contraídas com o empregador.
A maioria das vítimas foram trazidas da Bahia para o Rio Grande do Sul no final de janeiro deste ano, com o intuito que atuassem na colheita de uva e no abate de frangos, conforme o MTE. O gerente regional do Trabalho e Emprego em Caxias do Sul, Vanius João de Araújo Corte, explica que “a pessoa que trazia eles, distribuía eles por diversos produtores, que precisavam dessa mão de obra”. O nome da empresa não foi divulgado pelas autoridades, mas segundo a PRF, possui contratos com diversas vinícolas da região.
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