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SUPER EL NIÑO: Oceano pacífico atinge o patamar do fenômeno; qual o impacto para o RS?

El Niño teve início em junho mas ganhou intensidade durante a primavera

Publicado em: 27/11/2023 18:56
Última atualização: 27/11/2023 18:56

Pela primeira vez, desde o período entre 2015 e 2016, o Oceano Pacífico Equatorial atingiu o patamar de Super El Niño. Conforme a MetSul Meteorologia, o aquecimento das águas segue fortalecendo e com isso as anomalias levaram a temperatura da superfície do mar a mais de 2ºC no Pacífico Centro-Leste. O El Niño teve início em junho mas ganhou intensidade durante a primavera, como já projetavam os modelos climáticos. 


SUPER EL NIÑO: Oceano pacífico atinge o patamar do fenômeno Foto: Reprodução/MetSul/NOAA

De acordo com o último boletim semanal do estado do Pacífico, feito pela Administração Nacional dos Oceanos e Atmosfera (NOAA), agência de tempo e clima dos Estados Unidos, a anomalia de temteratura da superfície do mar atingiu 2,1ºC na região Niño 3.4, usada como referência pelos especialistas para definir se há El Niño e a avaliar a sua intensidade.

O valor positivo de 2,1ºC está na faixa de El Niño muito forte ou intenso (+2,0ºC a +2,5ºC) e se trata da maior anomalia semanal observada desde o começo deste evento de El Niño.

De acordo com a MetSul, a anomalia de 2,1ºC é o maior valor semanal de anomalia informado pela NOAA para esta parte do Oceano Pacífico (região Niño 3.4) desde a semana de 17 de fevereiro de 2016, quando a anomalia foi de 2,2ºC, no episódio de Super El Niño de 2015-2016.

Qual o impacto para o RS?

A MetSul explica que o fato do fenômeno ter atingido o patamar de Super El Niño não significa que a partir de agora os eventos climáticos ficarão mais extremos, com mais chuvas, seca e onda de calor, conforme a região do país. Segundo os especialistas, não há proporcionalidade linear entre as anomalias do Pacífico e o que ocorre de chuva ou temperatura como consequência do El Niño.

Porém, os meteorologistas advertem que a tendência é o prosseguimento das consequências do El Niño observadas nos últimos meses. Na região sul do Brasil, especialmente no Rio Grande do Sul e parte de Santa Catarina, a chuva deve seguir acima da média. Por outro lado, o verão deve ser mais quente do que a média e com maior umidade, a próxima estação, que inicia dia 22 de dezembro, será mais abafada que o habitual e com mais riscos de temporais no fim de tarde e começo de noite, devido ao calor excessivo e úmido.

Fenômeno vai ganhar força?

A projeção da MetSul é de que o El Niño deverá se intensificar em curto e médio prazo, atuando no fim deste ano no patamar de Super El Niño, com anomalias de 2ºC ou mais. O pico do El Niño deve acontecer entre dezembro e janeiro de 2024, conforme os prognósticos. Após, a tendência é de que o fenômeno comece a enfraquecer.

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