Enquanto as águas das enchentes continuam a assolar diversas comunidades, um esforço conjunto de solidariedade emerge na região, onde organizações não governamentais, voluntários e municípios trabalham incansavelmente para oferecer abrigo, assistência e esperança às vítimas.
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Refúgio em tempos de adversidade
O abrigo na Paróquia Nossa Senhora Aparecida, localizado em São Leopoldo, acolhe atualmente 408 pessoas que perderam suas casas e tudo que conquistaram para a enchente.
Jader Pes, presidente da ONG Grupo de Coração, descreve os esforços conjuntos das ONGs Grupo de Coração e Unidos pela Bondade para fornecer abrigo às famílias afetadas. Além de abrigo e alimentação, o espaço privado oferece atendimento médico e ambulatório.
“Temos um médico que fica aqui das 9 da manhã até as 18 horas, dando receita para o pessoal que tem algum problema de saúde. Montamos um ambulatório com remédios, maca e sala de atendimento com enfermeiras também”, disse Jader.
Entre as dificuldades, surgem histórias de esperança e resiliência. “Tivemos bebês que chegaram para nós aqui, que foram resgatadas dentro de uma caixa de isopor. Agora, já foram para casa de familiares”, conta ele, emocionado.
Diante das necessidades abrangentes das vítimas, as ONGs lançaram uma vaquinha solidária para arrecadar fundos para a reconstrução. Com uma meta inicial de 400 mil reais, a comunidade está unindo forças para proporcionar apoio financeiro e emocional às famílias afetadas.
“Nosso foco é ajudar hoje essas 408 pessoas que estão aqui a poderem seguir suas vidas novamente. Por isso, criamos uma vaquinha online para podermos ajudar com móveis e construções que serão necessárias. O link da vaquinha está no perfil do Instagram, @onggrupodecoracao”.
Abrigo temporário de cães precisa de mais voluntários
Deitados em suas caminhas, com um olhar melancólico, estão mais de 100 cães abrigados em um lar provisório em São Leopoldo, no bairro Scharlau. Muitos deles se perderam ou foram deixados para trás durante as enchentes.
Bruna Kirsch de Oliveira, coordenadora voluntária, convoca os cidadãos de bom coração a se unirem à causa. Ela relata que o abrigo temporário não é uma ONG e não tem relações governamentais, portanto, depende desesperadamente do apoio voluntário da população para garantir o bem-estar dos animais.
“Temos turnos dia e noite para quem quiser ajudar. Um é das 6 da manhã ao meio-dia, outro do meio-dia às 18h, o próximo de 18h até meia-noite e o último da meia-noite às 6 da manhã”, explica ela.
Com uma variedade de horários disponíveis, desde o nascer até o pôr do sol, há uma oportunidade para todos contribuírem. Os voluntários desempenham um papel vital na alimentação, passeios, limpeza e cuidados com os animais, garantindo que cada cachorro receba a atenção e o carinho de que precisa.
Para aqueles dispostos a oferecer seu tempo e esforço, Bruna fornece um número de telefone (51) 9921-5692 para quem quiser se voluntariar.
Abrigo comunitário precisa de apoio para mais de 120 crianças
O abrigo comunitário, que fica localizado na Rua Sérgio Barra, 286, em São Leopoldo, tem 300 pessoas abrigadas. Entre elas, estão muitas crianças e bebês, cujas necessidades especiais requerem cuidados específicos.
Francielle Cunha e Fernanda Lima da Silva, voluntárias do espaço, não estão associadas a nenhuma ONG, mas uniram forças para ajudar aqueles que mais precisam. “Estamos aqui voluntariamente, não estamos ganhando nada, não estamos ganhando ajuda de política, de governo, nada”, afirma Francielle. “Só de empresas, empresários, da população em geral, o pessoal está ajudando bastante.”
Com mais de 120 crianças abrigadas, a demanda por itens essenciais para os pequenos é alta. Fraldas, lenços umedecidos, roupas infantis e brinquedos são itens necessários para garantir o bem-estar deles. A presença de bebês tão jovens torna o abrigo único e exige uma abordagem especialmente cuidadosa.
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Além de atender às necessidades materiais, a segurança das crianças é uma prioridade absoluta. Controles rigorosos de acesso e monitoramento 24 horas são implementados para proteger os residentes, especialmente durante a noite.
Quem quiser ajudar o abrigo, com itens infantis ou básicos, como alimentos e colchões, pode entrar em contato com Fernanda, pelo telefone: (51) 9598-7952.
Enquanto a comunidade enfrenta desafios significativos, a resiliência e a solidariedade demonstradas por indivíduos e grupos oferecem um vislumbre de esperança em meio à adversidade.
Veja o que cada município precisa e onde doar
Novo Hamburgo
Na Central de Doações na Fenac, são necessários alimentos não perecíveis, materiais de limpeza e roupas de inverno. Os itens mais demandados incluem arroz, feijão, óleo, açúcar, massa, leite, roupas de inverno, roupas G e GG, bermudas, roupas íntimas, calçados e fraldas. As doações são recebidas na Rua Araxá, nº 505, no bairro Ideal, das 09h às 19h.
Canoas
Canoas requer doações de alimentos básicos como arroz, feijão, sal e óleo, além de fraldas e itens de higiene. A Central de Recebimento de Doações, na Cassol, Avenida Farroupilha, 1775, é o ponto central para entrega de doações. A cidade também conta com 96 abrigos distribuídos em locais como a Ulbra e a Paróquia Nossa Senhora das Graças.
São Leopoldo
A maior enchente da história deixou cerca de 15 mil pessoas em abrigos em São Leopoldo. As doações mais necessárias incluem alimentos não perecíveis, água potável, fraldas infantis e geriátricas. O Centro de Distribuição, localizado junto aos pavilhões da Taurus, na Avenida São Borja, no bairro Fazenda São Borja, é o local designado para as entregas, com suporte logístico fornecido pela empresa.
Campo Bom
As doações em Campo Bom concentram-se em materiais de limpeza devido à necessidade de limpar as residências afetadas. Além disso, há uma demanda emergencial por móveis e eletrodomésticos para as famílias que perderam tudo. As doações podem ser feitas no Ginásio Municipal de Campo Bom.
Esteio
Em Esteio, o Ginásio Municipal recebe doações de qualquer natureza. A cidade enfrenta uma crise de abastecimento de água, com cerca de 15 caminhões-pipa atendendo às necessidades das famílias. Doações de água potável são especialmente necessárias para garantir o consumo básico e permitir que as pessoas retornem às suas casas. O endereço para doações é Rua 24 de agosto, 3079.
Sapucaia do Sul
As necessidades em Sapucaia do Sul incluem materiais de higiene e limpeza, roupas masculinas e infanto-juvenis, colchões, cobertores e água potável. As doações podem ser enviadas para as escolas Otaviano Silveira e Hugo Gerdau.
Nova Petrópolis
Em Nova Petrópolis, as necessidades abrangem água mineral, produtos de limpeza, rações para cães e gatos, material escolar e outros itens específicos conforme os departamentos municipais. A Defesa Civil também está aceitando doações via pix, com o CNPJ 53201487/0001-37.
Morro Reuter
Apesar de não ter sido atingida diretamente pelas enchentes, Morro Reuter participa ativamente da mobilização solidária. Os pontos de coleta incluem o Salão Paroquial Imaculada Conceição, Arena Zimmer e CTG Garrão da Serra. Itens prioritários para doação são cobertores, travesseiros, toalhas, roupas de cama, itens de higiene pessoal e alimentos não perecíveis.
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