De uma forma especial, com muita solidariedade e magia, os alunos da Escola Estadual de Ensino Fundamental Mário Quintana, em São Leopoldo, voltaram à instituição na manhã de segunda-feira (24) depois de mais de um mês longe do local. A escola, localizada no bairro São Miguel, foi um dos educandários mais afetados pelas enchentes em maio na cidade.
Foto: Renata Strapazzon/GES-Especial
As águas, que na escola atingiram quase três metros de altura, danificaram ou destruíram mobiliários, computadores e documentos. “Tivemos o apoio do Exército e contratamos uma empresa para limpar o espaço, estamos voltando ainda de forma improvisada, com salas faltando portas e sem ter sido feita a pintura interna”, explica o diretor Daniel Fogaça. Segundo ele, a volta às aulas para os cerca de 100 alunos de 1º ao 5º ano havia ocorrido na semana passada, em salas cedidas no Instituto Estadual de Educação Professor Pedro Schneider, o Pedrinho.
Devido às dificuldades no transporte dos estudantes até o Centro, o retorno a Mário Quintana foi antecipado e marcado pela distribuição de kits de higiene e limpeza às famílias e de materiais escolares aos pequenos, além de lanche especial e um show de mágica.
“90% dos nossos alunos tiveram perdas em casa também por conta da enchente, alguns seguem sem ter onde morar. Sabemos o quanto eles gostam da escola e o quanto este ambiente é importante. É um retorno sociopsicológico”, pontua Fogaça. Conforme ele, também uma professora e dois funcionários da escola perderam tudo com a cheia.
“Contamos com muitas doações, com muita ajuda e seguimos precisando de muitas coisas para repassar às famílias, especialmente alimentos da cesta básica”, conta. Interessados em ajudar podem entrar em contato com Fogaça pelo telefone 99926-9913.
Professora da escola, Cláudia Tatiana Brito, 47, estava feliz com o retorno às salas de aula. Da casa que ela tinha no bairro Vicentina, sobraram alguns poucos eletrodomésticos que ela conseguiu colocar dentro do carro quando a água já invadia o pátio da residência. “Dói ver as recordações de uma vida toda virando entulho, meus diplomas, minhas coisas, perdi tudo”, lamenta. O contato com as crianças, segundo Cláudia, acaba tendo efeito terapêutico. “É muito bom voltar e abraçar eles, saber que eles estão bem. As crianças têm uma forma positiva de encarar as situações que nos ajuda também”, diz.
Escolas municipais com nova data para volta às aulas
Na cidade, nesta segunda-feira (24) estava prevista, também, a volta às aulas do primeiro grupo de escolas da rede municipal atingidas pela enchente. A data, no entanto, sofreu alteração, sendo remarcada para o dia 2 de julho. Na data, deverão retomar os atendimentos as escolas Emei Vitória Régia, Emef Rui Barbosa, Emef João Belchior Marques Goulart, Emef Padre Orestes João Stragliotto e Emef Francisco Cândido Xavier.
Segundo a Secretaria Municipal de Educação, a alteração se deu em função da chuva dos últimos dias, que dificultou o andamento das obras nas instituições. O tempo chuvoso atrasou os cronogramas de reboco, pintura, a cura do contrapiso, limpeza das áreas externas, entre outros.
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