Sócio-fundador da Cobasi: "É mentira que priorizamos quatro computadores ao invés de vidas"

Passados três meses da morte de 38 animais durante o alagamento de parte da loja Cobasi localizada no subsolo e térreo do Shopping Praia de Belas, o sócio-fundador da empresa, Ricardo Nassar, voltou a Porto Alegre nesta quinta-feira (17) para avaliar a reabertura da unidade. Pela primeira vez ele conversou com jornalistas sobre o caso, que teve repercussão nacional.

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Nassar criticou o que chamou de "linchamento nas mídias sociais" sem se levar em conta os 38 anos da empresa e suas ações em defesa dos animais. "Desde 1998 já promovemos a adoção de mais de 50 mil animais, fomos pioneiros nisso. Temos uma série de ações voluntárias, incluindo até um hospital para atender animais queimados nos incêndios do Pantanal. Evidente que não deixaríamos os animais deliberadamente na água", frisou.

O empresário destacou que desde a inauguração do Praia de Belas, há 32 anos, jamais a água havia tomado o subsolo. "Nos informaram que a água poderia chegar a 40 ou 60 centímetros, tanto que o shopping colocou uma barricada de sacos de areia na porta da loja que fica no subsolo. Nossa providência foi deixar a um metro do chão tudo o que era possível. Só que em poucas horas a água chegou a três metros e meio", resumiu, dizendo que "jamais se imaginou que isso aconteceria".

"É mentira que priorizamos quatro computadores ao invés de vidas", repetiu o empresário, dizendo que somente em equipamentos e medicamentos que estavam na farmácia da loja o prejuízo passou de R$ 2 milhões. "Lincharam nossos funcionários, nossas gerentes. Trataram elas como bandidas. São mães de família, pessoas trabalhadoras", destacou, criticando também a campanha de boicote à empresa. "Boicotar uma empresa significa desemprego", argumenta, confirmando prejuízo de até 20% nos negócios, dependendo da região do País.

Segundo Nassar, a Cobasi firmou acordo com a Justiça Estadual prevendo a doação, por um ano, de rações, casinhas, comedouros e coleiras para 500 cães de um abrigo que está sendo preparado pela Prefeitura de Porto Alegre. "Estamos só esperando informarem onde devemos entregar. Os materiais estão separados", garantiu.

Também disse que, a partir deste acordo, equipes das 13 lojas do Rio Grande do Sul - incluindo a que foi inaugurada no fim de julho no bairro Pátria Nova, em Novo Hamburgo - já receberam treinamento de evacuação, independente do nível de gravidade do acontecimento. "Os animais serão retirados com total prioridade, inclusive em gaiolas especiais para isso", garantiu, anunciando que o modelo será replicado nas demais lojas da marca pelo País.