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Skatista bicampeã gaúcha no Skate Street Amador busca por patrocínio

Maria Lúcia "A braba de Canoas" participou da final da etapa Porto Alegre do STU National

Taís Forgearini
Publicado em: 21/03/2023 às 10h:11 Última atualização: 26/02/2024 às 11h:17
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Conhecida como “A braba de Canoas”, a skatista Maria Lúcia Rocha de Campos, de 13 anos, foi a única canoense na etapa Porto Alegre do STU National, na categoria feminino street. No último domingo (19), a jovem disputou a final com nomes de peso do cenário esportivo, como Rayssa Leal, Pâmela Rosa e Gabriela Mazetto.

Canoense se prepara para as próximas competições e desafios do skate



Canoense se prepara para as próximas competições e desafios do skate

Foto: Taís Forgearini/GES-Especial

O pódio não veio dessa vez para a atual bicampeã gaúcha no Skate Street Amador. Entre as oito classificadas na etapa final, Maria Lúcia ficou na oitava colocação. Gabriela Mazetto conquistou a medalha de ouro, a eterna fadinha Rayssa Leal ficou com a prata e o bronze com Rafaela Murbach.

O convite para competir no STU National veio por meio da última participação no Circuito Brasileiro de Skate Amador de 2022, em que Maria Lúcia ficou em terceiro lugar. “Em fevereiro, participei da primeira etapa, que funciona como uma qualificatória. Das mais de 20 competidoras, 16 se classificaram, eu fui uma delas. Todas que passaram da primeira fase garantiram vaga para participar de todas as etapas ao longo do ano. São cinco no total”, explica a skatista.

Maria Lúcia aguarda pela classificação geral do ranking nacional. A pontuação é utilizada pela Confederação Brasileira de Skate (CBSK) como um dos critérios para integrar a seleção brasileira de skate. “Uma vaga na seleção de skate júnior é o que mais almejo no momento”, afirma. A canoense sonha em disputar uma Olimpíada. “Foi assistindo a que ocorreu no Japão [2021] que tive a certeza que o skate é o que quero para minha vida”, diz.

O skate foi introduzido pela primeira vez como esporte olímpico nos Jogos do Japão 2020/2021. Para a Olimpíada de 2024 (em Paris), o skate foi confirmado pelo Comitê Olímpico Internacional responsável pela inclusão.

Rotina e inspirações

Maria Lúcia mantém uma rotina intensa, entre estudos, preparação física e treinos. Nilson Jesus de Campos, 33 anos, é pai e também treinador da jovem. “Comecei a andar de skate ainda moleque. Infelizmente, não tive condições financeiras de investir e seguir uma carreira. Hoje, ver minha filha vivendo um sonho que não pude é muito gratificante. Fazemos de tudo para que ela possa realizar os seus sonhos. O talento dela é natural”, destaca Nilson.

A skatista aponta o pai como uma das maiores inspirações no skate. “Há alguns anos meu pai voltou a andar de skate, minhas primeiras embaladas no skate foram com ele. Por causa do meu pai, desde pequena tive contato com o mundo do skate, o que foi uma vantagem quando decidi praticar para valer”, diz Maria Lúcia.

Já nas inspirações femininas, as skatistas referência para a canoense são Rayssa Leal e Leticia Bufoni. “A Bufoni foi uma das primeiras do esporte a se destacar no mundo. Ela começou andando com os meninos porque quase não tinha meninas.”

Uma família unida pelo sonho do esporte

Maria Lúcia mora com a mãe, o pai e mais dois irmãos no bairro Mato Grande. A família está unida pelo sonho da primogênita, conta a mãe Sônia Mara Silva da Rocha. “Meu marido e eu trabalhamos, mas o custo de vida está muito alto. Tem vezes que precisamos tirar de uma conta para poder pagar a que necessita ser quitada com mais urgência. Mas mesmo com todas as dificuldades, fazemos o possível e o impossível para ver a nossa filha feliz, fazendo o que gosta e em busca dos sonhos”, desabafa a mãe da skatista.


Maria Lúcia e família na pista do parque Eduardo Gomes, em Canoas



Maria Lúcia e família na pista do parque Eduardo Gomes, em Canoas

Foto: Tais Forgearini/GES-Especial


O pai de Maria Lúcia diz que embora a participação feminina no skate tenha aumentado e tenha ganhado mais atenção nos últimos anos, o cenário ainda precisa de muitas ações e movimentos para ser igualitário. “Desejo que a evolução e o crescimento das mulheres no skate continue firme cada vez mais. É importante que as marcas e a sociedade contribuam para isso”, comenta Nilton.

Maria Lúcia vai disputar as demais etapas do STU National. As próximas estão previstas para ocorrer em São Paulo, Recife e Rio de Janeiro. A competição termina no fim do ano.
A jovem segue em busca de patrocínio. “Já tivemos que nos desfazer de bens para que ela pudesse viajar, pagar taxa de inscrição, ter um lugar para ficar enquanto compete”, relembra o pai.

Interessados em patrocinar ou apoiar podem contatar a família pelo telefone (51) 98478-1197.

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