ECONOMIA
Sindicato do setor logístico do RS calcula que frete vai subir 10%
Redução nas refinarias não seria suficiente para compensar mudança no ICMS, diz especialista
Última atualização: 29/02/2024 09:44
A redução no valor do diesel nas refinarias, anunciada pela Petrobras na semana passada, não deve ser suficiente para barrar o aumento do combustível em abril, dizem transportadores.
O Sindicato das Empresas de Transportes de Carga e Logística do Rio Grande Do Sul (Setcergs) analisa os impactos da tributação única do ICMS, que volta a valer a partir do próximo mês, e da alteração na proporção obrigatória do biodiesel, prevendo um aumento no custo do frete em cerca de 10%.
"É demais para um setor que já vem sendo fortemente prejudicado por elevadas cargas de tributos, gastos constantes em manutenção da frota e necessidade de muito investimento em segurança, por conta do crescente roubo de cargas", diz o presidente do sindicato, Sérgio Mário Gabardo.
Segundo a economista e professora da Feevale Lisiane Fonseca, a elevação no valor do diesel deve impactar o setor rodoviário e, por consequência, outros segmentos. "Devemos ter impactos no custo do frete. Temos uma questão séria no Brasil que é a centralização do transporte de carga por meio rodoviário, gerando custo alto para o País. À medida que o diesel se altera há impacto de custo de frete e dos bens que estão sendo transportados, afeta a todos", afirma.
Ainda conforme Lisiane, o importante agora é observar quais políticas econômicas serão conduzidas, como regime fiscal e taxa de juros. "E assim, de repente, dar uma reduzida no processo da inflação, o que traria segurança e estabilizaria a economia por outros caminhos."
Biodiesel e a guerra
Além da nova alíquota única de ICMS, há o aumento da mistura de biodiesel de 10% para 12%, e assim uma previsão de aumento de dois centavos no preço do diesel na bomba para o consumidor. Esta alteração deve subir para 15% de forma progressiva até 2026. Hoje, o percentual da mistura de biodiesel é de 10%.
O aumento do biodiesel tem o propósito de reduzir as emissões de poluentes prejudiciais ao meio ambiente, mas Lisiane lembra também de fatores externos que acabam tendo influência neste cenário.
"Temos ainda a guerra entre Ucrânia e Rússia, esta uma grande produtora de petróleo, e a China retomando seu ritmo de crescimento. O preço do barril de petróleo não baixa tanto quanto patamares de anos atrás, por conta também destas questões, o biodiesel é também para diversificar a composição", explica.
No Estado
O integrante da Diretoria Efetiva do Setcergs Vinicius Reiter Pilz acrescenta ainda que as mudanças anunciadas para abril trarão maior repercussão em empresas gaúchas por conta da mudança no formato de cobrança do ICMS. A alíquota unificada de 22% entra em vigor em 1º de abril, segundo a Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz), e pelo novo regramento o maior índice de variação do País será no RS.
A redução no valor do diesel nas refinarias, anunciada pela Petrobras na semana passada, não deve ser suficiente para barrar o aumento do combustível em abril, dizem transportadores.
O Sindicato das Empresas de Transportes de Carga e Logística do Rio Grande Do Sul (Setcergs) analisa os impactos da tributação única do ICMS, que volta a valer a partir do próximo mês, e da alteração na proporção obrigatória do biodiesel, prevendo um aumento no custo do frete em cerca de 10%.
"É demais para um setor que já vem sendo fortemente prejudicado por elevadas cargas de tributos, gastos constantes em manutenção da frota e necessidade de muito investimento em segurança, por conta do crescente roubo de cargas", diz o presidente do sindicato, Sérgio Mário Gabardo.
Segundo a economista e professora da Feevale Lisiane Fonseca, a elevação no valor do diesel deve impactar o setor rodoviário e, por consequência, outros segmentos. "Devemos ter impactos no custo do frete. Temos uma questão séria no Brasil que é a centralização do transporte de carga por meio rodoviário, gerando custo alto para o País. À medida que o diesel se altera há impacto de custo de frete e dos bens que estão sendo transportados, afeta a todos", afirma.
Ainda conforme Lisiane, o importante agora é observar quais políticas econômicas serão conduzidas, como regime fiscal e taxa de juros. "E assim, de repente, dar uma reduzida no processo da inflação, o que traria segurança e estabilizaria a economia por outros caminhos."
Biodiesel e a guerra
Além da nova alíquota única de ICMS, há o aumento da mistura de biodiesel de 10% para 12%, e assim uma previsão de aumento de dois centavos no preço do diesel na bomba para o consumidor. Esta alteração deve subir para 15% de forma progressiva até 2026. Hoje, o percentual da mistura de biodiesel é de 10%.
O aumento do biodiesel tem o propósito de reduzir as emissões de poluentes prejudiciais ao meio ambiente, mas Lisiane lembra também de fatores externos que acabam tendo influência neste cenário.
"Temos ainda a guerra entre Ucrânia e Rússia, esta uma grande produtora de petróleo, e a China retomando seu ritmo de crescimento. O preço do barril de petróleo não baixa tanto quanto patamares de anos atrás, por conta também destas questões, o biodiesel é também para diversificar a composição", explica.
No Estado
O integrante da Diretoria Efetiva do Setcergs Vinicius Reiter Pilz acrescenta ainda que as mudanças anunciadas para abril trarão maior repercussão em empresas gaúchas por conta da mudança no formato de cobrança do ICMS. A alíquota unificada de 22% entra em vigor em 1º de abril, segundo a Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz), e pelo novo regramento o maior índice de variação do País será no RS.
O Sindicato das Empresas de Transportes de Carga e Logística do Rio Grande Do Sul (Setcergs) analisa os impactos da tributação única do ICMS, que volta a valer a partir do próximo mês, e da alteração na proporção obrigatória do biodiesel, prevendo um aumento no custo do frete em cerca de 10%.