NOVO HAMBURGO
"Poderia morrer por causa disso": Sindicância vai investigar troca de medicação de pacientes na UPA Centro
Professora deveria tomar um medicamento para dor acabou recebendo medicamento que seria para paciente com quadro de ansiedade; caso aconteceu em Novo Hamburgo
Última atualização: 02/02/2024 11:12
A Fundação de Saúde de Novo Hamburgo instaurou uma sindicância para apurar a denúncia de uma professora, que foi medicada com remédios que seriam para outra paciente. O caso aconteceu na noite da última quarta-feira (31), na UPA Centro.
Roberta Vieira Lange, 39 anos, conta que procurou o posto de saúde devido a uma forte dor de cabeça, e foi surpreendida ao saber que havia ingerido comprimidos que seriam de uma paciente que estava duas poltronas ao lado.
Após saber que havia recebido o medicamento errado, Roberta conta que a falta de esclarecimento sobre as consequências deste erro aumentaram a preocupação e o sentimento de frustração. “Se sou alérgica? Poderia morrer por causa disso”, pontua.
O caso, na avaliação da paciente, ganha contorno ainda mais preocupante ao saber que deveria tomar um medicamento para dor, por via intravenosa (na veia), e acabou recebendo um comprimido, para ingerir por via oral, de uma paciente com quadro de ansiedade.
“Todas as vezes que fui ao médico, sempre confiei no que estavam me dando. Depois disso, vou querer ver o prontuário, saber as possíveis reações dos medicamentos e para que ele serve”, afirma.
A professora explica que saiu em busca de explicações e, somente após muita insistência, foi atendida pela enfermeira-chefe. Contudo, a profissional se limitou a dizer que a troca de medicamentos era algo preocupante, mas que não poderia fazer nada, e a orientou acionar a ouvidoria.
“Eu que sempre liguei para a ouvidoria para registrar elogios aos atendimentos que tive, vou passar a desconfiar toda vez que precisar ir à UPA de novo”, lamenta.
Sindicância vai apurar conduta dos profissionais
Por meio da assessoria, a Fundação de Saúde de Novo Hamburgo explica que a sindicância instaurada irá apurar o caso para saber se os profissionais agiram dentro das normas legais. O procedimento também serve para individualizar a conduta de cada um dos profissionais no atendimento a Roberta Vieira Lange.
Caso a sindicância identifique erro ou negligência, um processo administrativo é instaurado para decidir a punição ao profissional. “Decidi falar sobre o caso para alertar as demais pessoas. Tive a sorte de não ter sofrido nenhuma reação adversa, mas outras pessoas podem ter, e por isso faço o alerta”, conclui.