O Simpósio Solidário, comemorativo ao bicentenário da imigração alemã no Rio Grande do Sul, organizado pela Diocese de Novo Hamburgo, reuniu aproximadamente 90 pessoas, em Dois Irmãos, no sábado (22). O público assistiu a palestras sobre história, cultura, religiosidade dos imigrantes alemães.
Com viés solidário, o evento permitiu que os participantes doassem alimentos não perecíveis, material de higiene e de limpeza. Os donativos foram entregues para a Cáritas diocesana, que vai distribuir entre as famílias atingidas pela enchente.
“É importante participar para conhecer a história de nossos antepassados, do sacrifício que passaram, a alegria que tiveram nessas terras, a vida que construíram e deixaram”, comentou uma das participantes, a regente musical, Dolores Kuhn Botter, 57 anos.
A programação do evento, realizado na paróquia São Miguel, contou também com conferências, almoço típico alemão, momentos culturais e encerrou com a missa celebrada pelo bispo diocesano, Dom João Salm, no final da tarde de sábado.
O bispo, na abertura do simpósio, frisou que é importante lembrar dos antepassados, mas também dos que migram hoje por causa da fome, de guerras, perseguições, sofrem muito e não são muito bem recebidos em alguns lugares.
“Precisamos recordar que um dia fomos acolhidos e outros acreditaram em nós. Se nossos antepassados encontraram dificuldades, se tivessem parado, não teriam mais a vida. Temos que continuar sempre pensando nos outros, estendendo a mão, porque o caminho continua. Se a gente não continua, nem a dificuldade se supera”, complementou.
Entre os palestrantes, o bispo emérito da Diocese de Novo Hamburgo, Dom Zeno Hastenteufel, discorreu sobre a chegada dos alemães no Estado. Ele destacou que as pessoas que vieram, trouxeram para experiência do trabalho, a religião católica ou evangélica e a ideia da cooperativa.
“Muito dessa ideia de trabalhar em cooperativa, em conjunto, um trabalho comunitário pela união das forças para poder superar os obstáculos que eram tantos, os alemães trouxeram. Eles ajudaram a desenvolver o nosso Estado e implantaram aqui valores que são raros em outras partes do Brasil”, destaca.
Entre uma palestra e outra, o Hans e Helga, interpretados por Paulo Roberto Staudt e Nagane Raquel Frey, movimentavam o evento. A música também não ficou de lado. Pela manhã, a Banda Tannenwald, de Nova Petrópolis, animou os participantes com a música “Vai Nessa”.
Palmas não cessaram enquanto os sete integrantes, com seu saxofone, pistão, trombone, gaita e percussão, apresentavam-se. A programação contou ainda com o grupo de canto Povo de Deus e o grupo Acordes.
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