No mundo, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 700 mil pessoas tiram a própria vida por ano da mesma causa. No Brasil, as taxas de mortalidade pelo agravo subiram 38,37% entre 2015 e 2023. Somente no Rio Grande do Sul, o aumento foi de 32,17%.
Os dados são do governo do Estado, publicados em conjunto com o lançamento da campanha Juntos pela valorização da vida – pedir ajuda faz bem, que teve início nesta terça-feira (10), Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio.
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“O Rio Grande do Sul, historicamente, apresenta as maiores taxas de mortalidade por suicídio do País”, afirma a SES. Conforme dados preliminares, mais de 1,5 mil pessoas morreram no Estado durante o ano passado.
Em sua grande maioria, estão pessoas do sexo masculino, chegando a 80,04% dos casos. “A taxa de mortalidade dos homens aumenta conforme avança a faixa etária, crescendo também a diferença em relação ao sexo feminino.”
A população indígena do RS registrou aumento na mortalidade a partir de 2022. Em 2023, chegou no maior número, com 29,29%.
É importante fazer o recorte nas análises para que as ações de prevenção sejam mais eficazes, de acordo com o coordenador do Comitê Estadual de Promoção da Vida e Prevenção do Suicídio, Bruno Moraes. Isso “também promove um sistema mais justo e inclusivo que reconhece e enfrenta as desigualdades existentes”.
Comportamento autolesivo em crianças e jovens aumenta
No RS, de 2015 até 2023, foram notificadas mais de 227 mil violências autoprovocadas/interpessoais. Delas, quase 70 mil (30,68%) foram classificadas como comportamento autolesivo e tentativa de tirar a própria vida.
O comportamento autolesivo abrange diversos tipos de lesões autoinfligidas, como arranhões, queimaduras, perfurações, mordeduras e cortes. Esses atos devem ser notificados para garantir uma intervenção mais segura e eficaz.
Os jovens são os que mais tiveram aumento do comportamento notificado entre 2016 e 2019. Nisso, se destacam as faixas etárias de 15 a 19 anos, e de 20 a 29 anos. Ainda, há uma maior notificação, de forma expressiva, também entre crianças de 10 a 14 anos após 2020, no pós-pandemia.
Entretanto, esses números podem não estar completos. “Ainda existe uma subnotificação dos casos de violências, principalmente da violência autoprovocada”, explica a especialista em saúde do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) do RS, Marcia Fell.
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Pedir ajuda faz bem
Pedir ajuda ao menor sinal de sofrimento é a peça chave da campanha atual do governo estadual. Durante todo o mês de setembro, vídeos promovendo a prevenção ao suicídio e a valorização da vida serão publicados nas redes sociais oficiais do Estado.
Além disso, os prédios públicos, como o Palácio do Piratini, serão iluminados com a cor amarela, assim como ações serão feitas nas escolas, universidades e serviços municipais de saúde, tanto na capital e quanto no interior, entre outros.
Informe do RS
A SES afirma que o informe epidemiológico dos casos de 2023 serão publicados ainda neste mês. Entretanto, não há previsão para uma data específica.
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Feito pelo Cevs, o objetivo é discutir a temática e incentivar gestores e profissionais a planejarem ações de enfrentamento para o problema de saúde pública.
Precisa de ajuda?
Se estiver se sentindo deprimido, sem motivação para viver, busque ajuda. O governo do RS reafirma que, para isso, é preciso apenas ir à unidade de saúde mais próxima e conversar com um profissional.
Ainda, o Centro de Valorização da Vida (CVV) realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo por telefone, e-mail e chat 24 horas por dia.
O CVV tem cerca de 3 mil voluntários e atende aproximadamente 8 mil ligações por dia.
Telefone do CVV: 188