Os servidores dos Correios que atuam nas cidades de Gramado e Canela podem entrar em greve a qualquer momento. A informação é do Sindicato dos Trabalhadores de Correios (Sintect) RS, que realizou uma assembleia com trabalhadores do Centro de Distribuição (CDD) Hortênsias, na manhã desta segunda-feira (17).
Foto: Mônica Pereira/GES-ESPECIAL
O secretário-geral do sindicato, Alexandre Nunes, aponta que, conforme dados oficiais da própria empresa, a unidade tem déficit de sete trabalhadores. “E isso que nós questionamos esse sistema porque acreditamos que precisariam de mais”, adianta Alexandre.
O encontro desta manhã, que ocorreu na sede da unidade, em Canela, foi realizado para votar pela paralisação ou não dos serviços já nesta semana. Contudo, de acordo com o representante dos servidores, ficou definido que seguirão em um estado de greve.
“Quer dizer que a qualquer momento pode sair uma greve, mas a gente marcou uma nova assembleia para o dia 3 de maio. Até lá, vamos dar andamento a alguns encaminhamentos, como procurar a Câmara de Vereadores para realizar uma audiência pública e fazer uma denúncia no Ministério do Trabalho”, frisa Alexandre.
O secretário-geral atesta que os servidores reclamam, principalmente, da sobrecarga de trabalho. Ainda segundo Alexandre, os carteiros estão tendo que fazer de 120 a 150 pontos de entregas, número dito por ele como ‘bastante superior ao indicado’, e o que acaba causando acumulo de encomendas. “Há 28 containers de encomendas paradas”, completa.
Além disso, há o apontamento que quatro distritos – que devem ser atendidos por motoqueiros – estão sendo feitos por trabalhadores a pé e que nem o empréstimo de servidores que outras unidades têm suprido a alta demanda.
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Falta de concurso
Alexandre conta que o sindicato foi acionado pelos trabalhadores na última segunda-feira (3). A partir disso, encaminharam um documento aos responsáveis pela unidade, mas que não tiveram um retorno formal. “Ficamos sabendo que eles foram na quinta-feira (13) conversar com os servidores, mas que a única coisa que trouxeram é que poderiam liberar o trabalho no sábado (com pagamento adicional) para dar conta do serviço represado”, salienta.
“Os Correios têm um déficit acentuado de trabalhadores no Estado e a nível nacional. Se tem todo um debate da questão da abertura de concurso público para a reposição das vagas. Os trabalhadores fizeram um levantamento e, nos últimos cinco anos, só no CDD Hortênsias saíram cerca de 20 trabalhadores, entre os que se aposentaram, que pediram demissão ou que foram para outras unidades. E não tem reposição porque não temos concurso desde 2011”, reforça o representante do sindicato.
A reportagem entrou em contato com os Correios. A assessoria de imprensa da empresa informou que está apurando as informações e que se posicionará ainda nesta tarde.