INSEGURANÇA
Série de arrombamentos preocupa lojistas de Campo Bom
Uma loja de presentes no centro da cidade foi arrombada duas vezes só no último mês de março
Última atualização: 04/03/2024 09:00
Comerciantes que trabalham no Centro de Campo Bom relatam que a insegurança é uma sensação que tem sido recorrente. Com os constantes arrombamentos eles têm acumulado prejuízos.
Pela região central da cidade não é difícil encontrar estabelecimentos que já foram alvo dos criminosos. Uma loja de presentes foi arrombada duas vezes só no último mês de março. Com intervalo de 15 dias entre os ataques, os ladrões levaram bonés, isqueiros e o dinheiro do caixa.
De acordo com a proprietária, os criminosos fugiram e deixaram o prejuízo da porta, estimado entre R$ 1.500 e R$ 2 mil. “A gente paga impostos pra ter policiamento, e esse policiamento não está aparecendo", desabafou a empresária Simone Leite, 38 anos.
Segundo a comerciante, os arrombamentos ocorrem sempre na madrugada, quando não há movimento na avenida. Ela registrou boletim de ocorrência na polícia todas as vezes que a loja foi arrombada. Apesar de contar com sistema de segurança, câmeras e alarme, sente que nada impede a ação dos criminosos.“Meu sentimento é de indignação e medo, né”.
Mas esse arrombamento não foi um fato isolado. Na madrugada do último domingo (8), uma loja de roupas, que fica na Avenida João Schumann, foi arrombada e furtada. Foram levados fardos de roupas, que ainda não tinham sido colocadas nos expositores. Dias antes deste registro um escritório de advocacia e uma loja de reparos em roupas na Rua Dos Andradas foram alvos dos criminosos.
A empresária Vanessa Reis Arruá também foi vítima de invasões e decidiu adotar um novo sistema de segurança, com câmeras e alarmes. No entanto, ainda sente receio em deixar a agência de viagens vazia, sobretudo nos finais de semana.
“Nós nos sentimos desamparados. Campo Bom não era assim, a gente se sentia uma segurança, uma tranquilidade para trabalhar, agora vive em alerta. A gente investe em segurança cada vez mais, mas mesmo assim não é o suficiente para eu me sentir seguro”, comenta.
A empresária disse que quando chegou ao local na rua São Paulo encontrou a porta de ferro com sinais de arrombamento. A recepção estava revirada. Na ação os bandidos aproveitaram para furtar o brechó da filha de Vanessa, que fica no mesmo prédio.
“Reviraram a agência e foram no brechó. Parecia que buscavam coisas específicas: roupas de menino tamanho P e M”, detalha, Tatiane Reis Arruá, proprietária do brechó infantil. Além dos prejuízos com a mercadoria, a proprietária da loja disse que precisou investir para reforçar o esquema de segurança, um prejuízo de R$ 1.700 mil.
Na mesma madrugada uma loja de costura e reforma de roupas foi furtada há poucos metros da agência de viagens. Do local um notebook e o dinheiro do caixa foram levados. Na mesma semana uma loja de roupas e artigos esportivos recém- inaugurada na rua Voluntários da Pátria recebeu a visita indesejada. Pares de tênis, camisetas, bonés e o dinheiro do caixa foi levado.
E os casos se repetem. No início deste mês uma loja de bijuterias foi alvo de arrombadores também na Avenida Brasil. A cortina de ferro foi cortada por volta das 3h40, o alarme tocou e a segurança privada chegou. A Brigada Militar foi chamada, mas ninguém foi preso.
Segundo a gerente, nada foi levado e apenas algumas peças ficaram espalhadas no chão. “É apavorante, toda semana algum lojista comenta que foi vítima”, diz a gerente Stefany Melo. Na mesma avenida, a equipe de reportagem encontrou mais comerciantes reclamando da falta de segurança e prejuízo.
“Sinceramente eu não sei o que aconteceu com Campo Bom, porque a gente tinha a completa confiança de trabalhar em qualquer horário”, diz uma lojista que prefere não ser identificada.
Até quem não teve o estabelecimento roubado está preocupado. A empresária Virgínia Martins, de 59 anos, trabalha há 18 anos na área central da cidade e, em apenas um mês, disse ter ouvido diversos casos de roubos nos estabelecimentos vizinhos.
“Agora não trabalho com medo, trabalho com pânico”, diz se referendo ao botão de pânico que instalou, uma, de uma série de medidas que implantou para evitar a ação dos criminosos. “Instalei câmeras de videomonitoramento, sensores de movimento além da segurança particular que faz a ronda”, revela a empreendedora. “Quando a gente vê o serralheiro passando nós já sabemos que mais uma loja foi arrombada. Se no Centro esta assim, imagina nos bairros”, questiona.
O que dizem as autoridades
Baseada em suas estatísticas, que consideram os registros de ocorrência, a Policia Civil afirma perceber uma onda de crimes em Campo Bom. Entre 16 de fevereiro e 12 de abril, foram registrados 13 furto/arrombamento, segundo o delegado titular da Delegacia da Polícia Civil de Campo Bom, Clóvis Nei da Silva. Nos 56 dias anteriores ( de 22 de dezembro de 2022 a 15 de fevereiro de 2023) foram 14 casos.
“Os casos estão sendo investigados. Seguidamente há prisões de autores de furto em estabelecimento comercial. Tem alguns identificados e estamos elaborando os procedimentos”, disse. Conforme o delegado, no dia 4 de abril um indivíduo de 30 anos foi preso suspeito de furtos a estabelecimentos comerciais e residências.
Na avaliação do capitão Matheus Martins Lacerda, comandante da Brigada Militar de Campo Bom, os furtos e arrombamentos, mas, garantiu que todos os esforços vêm sendo tomados para que os comerciantes e a população em geral, sintam-se protegidos.
"A gente não deixa de realizar o policiamento, tem policiamento durante o dia, durante a madrugada. Ocorre que o infrator, ele vai se adaptando e adota novas estratégias e a polícia tem que acompanhar isso e desenvolver novas estratégias para combater o crime. A gente está trabalhando pra isso e o tráfico de drogas também é um fator complicador, porque aumenta a violência, aumenta o número de roubos, mas Polícia Militar está trabalhando pra combater tudo isso e reverter a situação", explicou o capitão.
Em nota, a Secretaria de Segurança de Campo Bom disse que para coibir a criminalidade em áreas de comércio, o patrulhamento da Guarda Municipal foi ampliado.
“Apesar de serem Polícia Civil e Brigada Militar as responsáveis por estes registros, a Guarda Municipal está ciente, sim, das notificações. As rondas da GMCB no centro da cidade foram intensificadas a fim de inibir este tipo de ação. Cabe destacar que este é um fenômeno registrado também nas demais cidades da região”, afirma o secretário de Segurança, Rosalino Seara.
Comerciantes que trabalham no Centro de Campo Bom relatam que a insegurança é uma sensação que tem sido recorrente. Com os constantes arrombamentos eles têm acumulado prejuízos.
Pela região central da cidade não é difícil encontrar estabelecimentos que já foram alvo dos criminosos. Uma loja de presentes foi arrombada duas vezes só no último mês de março. Com intervalo de 15 dias entre os ataques, os ladrões levaram bonés, isqueiros e o dinheiro do caixa.
De acordo com a proprietária, os criminosos fugiram e deixaram o prejuízo da porta, estimado entre R$ 1.500 e R$ 2 mil. “A gente paga impostos pra ter policiamento, e esse policiamento não está aparecendo", desabafou a empresária Simone Leite, 38 anos.
Segundo a comerciante, os arrombamentos ocorrem sempre na madrugada, quando não há movimento na avenida. Ela registrou boletim de ocorrência na polícia todas as vezes que a loja foi arrombada. Apesar de contar com sistema de segurança, câmeras e alarme, sente que nada impede a ação dos criminosos.“Meu sentimento é de indignação e medo, né”.
Mas esse arrombamento não foi um fato isolado. Na madrugada do último domingo (8), uma loja de roupas, que fica na Avenida João Schumann, foi arrombada e furtada. Foram levados fardos de roupas, que ainda não tinham sido colocadas nos expositores. Dias antes deste registro um escritório de advocacia e uma loja de reparos em roupas na Rua Dos Andradas foram alvos dos criminosos.
A empresária Vanessa Reis Arruá também foi vítima de invasões e decidiu adotar um novo sistema de segurança, com câmeras e alarmes. No entanto, ainda sente receio em deixar a agência de viagens vazia, sobretudo nos finais de semana.
“Nós nos sentimos desamparados. Campo Bom não era assim, a gente se sentia uma segurança, uma tranquilidade para trabalhar, agora vive em alerta. A gente investe em segurança cada vez mais, mas mesmo assim não é o suficiente para eu me sentir seguro”, comenta.
A empresária disse que quando chegou ao local na rua São Paulo encontrou a porta de ferro com sinais de arrombamento. A recepção estava revirada. Na ação os bandidos aproveitaram para furtar o brechó da filha de Vanessa, que fica no mesmo prédio.
“Reviraram a agência e foram no brechó. Parecia que buscavam coisas específicas: roupas de menino tamanho P e M”, detalha, Tatiane Reis Arruá, proprietária do brechó infantil. Além dos prejuízos com a mercadoria, a proprietária da loja disse que precisou investir para reforçar o esquema de segurança, um prejuízo de R$ 1.700 mil.
Na mesma madrugada uma loja de costura e reforma de roupas foi furtada há poucos metros da agência de viagens. Do local um notebook e o dinheiro do caixa foram levados. Na mesma semana uma loja de roupas e artigos esportivos recém- inaugurada na rua Voluntários da Pátria recebeu a visita indesejada. Pares de tênis, camisetas, bonés e o dinheiro do caixa foi levado.
E os casos se repetem. No início deste mês uma loja de bijuterias foi alvo de arrombadores também na Avenida Brasil. A cortina de ferro foi cortada por volta das 3h40, o alarme tocou e a segurança privada chegou. A Brigada Militar foi chamada, mas ninguém foi preso.
Segundo a gerente, nada foi levado e apenas algumas peças ficaram espalhadas no chão. “É apavorante, toda semana algum lojista comenta que foi vítima”, diz a gerente Stefany Melo. Na mesma avenida, a equipe de reportagem encontrou mais comerciantes reclamando da falta de segurança e prejuízo.
“Sinceramente eu não sei o que aconteceu com Campo Bom, porque a gente tinha a completa confiança de trabalhar em qualquer horário”, diz uma lojista que prefere não ser identificada.
Até quem não teve o estabelecimento roubado está preocupado. A empresária Virgínia Martins, de 59 anos, trabalha há 18 anos na área central da cidade e, em apenas um mês, disse ter ouvido diversos casos de roubos nos estabelecimentos vizinhos.
“Agora não trabalho com medo, trabalho com pânico”, diz se referendo ao botão de pânico que instalou, uma, de uma série de medidas que implantou para evitar a ação dos criminosos. “Instalei câmeras de videomonitoramento, sensores de movimento além da segurança particular que faz a ronda”, revela a empreendedora. “Quando a gente vê o serralheiro passando nós já sabemos que mais uma loja foi arrombada. Se no Centro esta assim, imagina nos bairros”, questiona.
O que dizem as autoridades
Baseada em suas estatísticas, que consideram os registros de ocorrência, a Policia Civil afirma perceber uma onda de crimes em Campo Bom. Entre 16 de fevereiro e 12 de abril, foram registrados 13 furto/arrombamento, segundo o delegado titular da Delegacia da Polícia Civil de Campo Bom, Clóvis Nei da Silva. Nos 56 dias anteriores ( de 22 de dezembro de 2022 a 15 de fevereiro de 2023) foram 14 casos.
“Os casos estão sendo investigados. Seguidamente há prisões de autores de furto em estabelecimento comercial. Tem alguns identificados e estamos elaborando os procedimentos”, disse. Conforme o delegado, no dia 4 de abril um indivíduo de 30 anos foi preso suspeito de furtos a estabelecimentos comerciais e residências.
Na avaliação do capitão Matheus Martins Lacerda, comandante da Brigada Militar de Campo Bom, os furtos e arrombamentos, mas, garantiu que todos os esforços vêm sendo tomados para que os comerciantes e a população em geral, sintam-se protegidos.
"A gente não deixa de realizar o policiamento, tem policiamento durante o dia, durante a madrugada. Ocorre que o infrator, ele vai se adaptando e adota novas estratégias e a polícia tem que acompanhar isso e desenvolver novas estratégias para combater o crime. A gente está trabalhando pra isso e o tráfico de drogas também é um fator complicador, porque aumenta a violência, aumenta o número de roubos, mas Polícia Militar está trabalhando pra combater tudo isso e reverter a situação", explicou o capitão.
Em nota, a Secretaria de Segurança de Campo Bom disse que para coibir a criminalidade em áreas de comércio, o patrulhamento da Guarda Municipal foi ampliado.
“Apesar de serem Polícia Civil e Brigada Militar as responsáveis por estes registros, a Guarda Municipal está ciente, sim, das notificações. As rondas da GMCB no centro da cidade foram intensificadas a fim de inibir este tipo de ação. Cabe destacar que este é um fenômeno registrado também nas demais cidades da região”, afirma o secretário de Segurança, Rosalino Seara.
Pela região central da cidade não é difícil encontrar estabelecimentos que já foram alvo dos criminosos. Uma loja de presentes foi arrombada duas vezes só no último mês de março. Com intervalo de 15 dias entre os ataques, os ladrões levaram bonés, isqueiros e o dinheiro do caixa.