ARROIO GAUCHINHO
Dezenas de tartarugas aparecem mortas em vala de drenagem de arroio; caso "é algo anormal"
Moradores relataram que animais apareceram mortos no local, que fica no limite entre São Leopoldo e Novo Hamburgo; veja o que se sabe
Última atualização: 02/12/2023 10:08
Após receber relatos de moradores locais sobre o aparecimento de tartarugas mortas na vala de drenagem do Arroio Gauchinho, na Vila Brás, bairro Santos Dumont, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semmam) está monitorando a extensão do arroio e investigando o que poderia ter causado o óbito dos animais.
Conforme a prefeitura de São Leopoldo, a informação sobre o caso chegou à Semmam nesta quinta-feira (30) e, de imediato, uma equipe foi avaliar o local, que fica no limite entre São Leopoldo e Novo Hamburgo.
Espécie tigre-d’água
O biólogo e assessor de gestão da Semmam, Joel Garcia, disse que os relatos de moradores são de que cerca de 50 animais apareceram mortos, mas que alguns já haviam afundado. A equipe da secretaria visualizou aproximadamente 20 tartarugas adultas, da espécie tigre-d’água, mortas no ponto. Conforme Garcia, entretanto, os animais não morreram no local e possivelmente foram carregados pela correnteza de água.
“Vimos que estavam mortas há mais de 10 dias, acumuladas juntos com outros resíduos. A maioria delas já estava em adiantado estado de decomposição, o que nos impede de recolher, congelar e enviar para análise de um laboratório especializado para identificar a causa da morte”, pontuou.
“Mas é algo anormal, pois são animais bem resistentes e se adaptam em locais onde outros animais não sobreviveriam. Iniciamos um processo de investigação para buscar a causa e possíveis responsáveis. Se for configurado como um crime ambiental, as medidas administrativas e judiciais serão tomadas”, destacou o biólogo.
Órgãos ambientais avisados
Na manhã de sexta-feira (1º), o titular da Semmam, Anderson Etter, esteve no local e destacou a atuação do Fórum dos Arroios, como um exemplo de participação popular e controle social, para fins de preservação ambiental e fiscalização, ressaltando ser uma situação atípica.
“Estamos colocando em prática os protocolos que a circunstância exige. Por ser a divisa com Novo Hamburgo os órgãos ambientais do município vizinho foram avisados e também comunicamos a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam)”.
Garcia também explico como está sendo feito o monitoramento. “Estamos verificando se há outras tartarugas mortas na extensão do arroio e tentando identificar qual seriam as causas que levaram ao óbito delas”, reforçou.
“A tigre-d’água está no seu período reprodutivo, então ela está em bastante atividade. Ela costuma se afastar até 50 metros para fazer a desova e isso faz com que nessa época ocorram acidentes e atropelamentos. Mas nunca encontramos tantas tartarugas mortas num mesmo local. Elas são muito resistentes. Durante a mortandade no Rio dos Sinos em 2006, não registramos mortes de tartarugas”, ponderou o biólogo.