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CATÁSTROFE NO RS

Sem operação no Salgado Filho, aeroporto de Caxias do Sul vê terminal lotar; veja vídeo e fotos do local

Aeroporto da Serra virou opção para quem tem viagem marcada e precisa deixar o Estado de avião

Publicado em: 22/05/2024 às 21h:31 Última atualização: 22/05/2024 às 22h:31
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Na estrada a caminho do Aeroporto Hugo Cantergiani, em Caxias do Sul, já é possível perceber que a viagem será diferente. No trajeto da RS-122, os estragos da catástrofe climática que atingiu o Rio Grande do Sul no final de abril e início de maio é visível.

Aeroporto Hugo Cantergiani em Caxias do Sul | abc+



Aeroporto Hugo Cantergiani em Caxias do Sul

Foto: Francine Silva/GES-Especial

Em muitos trechos chama a atenção os clarões nos morros que circundam a rodovia, provocados pelos inúmeros deslizamentos de terra. Além dos estragos causados pelo solo encharcado, a marca da água lamacenta é visível em muitos momentos

Mas chegando perto de Farroupilha, o cenário de destruição dá lugar a um clima de certa normalidade. Uma hora e meia depois de sair de Novo Hamburgo, já é possível avistar o terminal Hugo Cantergiani, localizado em meio a um bairro residencial de Caxias que, inclusive, conta com algumas ruas de paralelepípedo.

 

O pequeno terminal agora está sempre cheio de passageiros | abc+



O pequeno terminal agora está sempre cheio de passageiros

Foto: Francine Silva/GES-Especial

Espaço limitado

Com uma estrutura pequena (veja vídeo abaixo), o Aeroporto de Caxias do Sul recebia até quatro voos diários. No entanto, com o fechamento do Salgado Filho em Porto Alegre, o terminal viu o movimento quase triplicar, com 11 voos por dia.

O aumento no número de passageiros provocou cenas nunca antes vistas por quem trabalha no local. Evelyn Karina Magalhães, 29, é gerente da única cafeteria do pequeno aeroporto há dois anos. “A gente sempre desejava mais movimento, mas nunca numa situação tão triste como essa”, conta. Com o boom de passageiros, a profissional precisou remanejar escalas e até usar o freezer dos sorvetes para atender a demanda. “Mas todos são muito gentis e educados. Entendem que somos um aeroporto menor. Mesmo assim, buscamos atender a todos da melhor forma”, destaca.

Trinta passos até a pista

Acostumado a receber um fluxo de passageiros menor, o terminal Hugo Cantergiani lembra mais uma estação rodoviária do que um aeroporto. Da porta de entrada até a pista onde ficam os aviões são apenas 30 passos. Neste curto espaço ficam o saguão e a área de desembarque, com as esteiras para as malas. A esteira, afinal, o espaço conta apenas com uma. Se contar de um lado ao outro do aeroporto, em comprimento, são cerca de 57 passos que vão da cafeteria até o portão de embarque.

Já para quem quiser acompanhar as chegadas e partidas, um terraço no andar de cima permite observar os aviões bem de perto — até porque o começo da pista fica apenas a um vidro de distância.



Os embarques e desembarques são feitos pelo chão, com os passageiros acessando as aeronaves pelas escadas acopladas às portas. Do terraço também é possível observar o trabalho de retirada ou subida das bagagens, assim como o abastecimento dos aviões e o trabalho das equipes de solo.

Já no saguão, além daquelas cadeiras típicas de aeroporto com vários acentos colados um ao outro, o espaço conta com dois totens para check-in, um caixa eletrônico e dois guichês para as companhias aéreas.

O empresário Roberto Galvan, 40 anos, saiu de Vera Cruz, no Vale do Rio Pardo, para pegar o primeiro avião rumo ao Qatar, nos Emirados Árabes. Com participação confirmada em uma feira de negócios, ele precisou da ajuda da agência de viagens para mudar o trecho e conseguir chegar em Guarulhos a tempo de embarcar no voo internacional. “Foi uma viagem de três horas até Caxias, uma hora a mais do que Porto Alegre, mas pelo menos vou conseguir embarcar”, fala aliviado.

Falta de estacionamento e fila de táxis

Do lado de fora do aeroporto, o movimento é tão intenso quanto no saguão. Bem em frente ao terminal, uma fila de táxis aguarda os passageiros. Agentes do município auxiliam a organizar o trânsito no local, garantindo a organização e o embarque e desembarque. Quem vai de carro precisa ter paciência para conseguir uma vaga de estacionamento ou acaba optando pelos estacionamentos pagos localizados nas proximidades. 

Aeroporto Hugo Cantergiani em Caxias do Sul | abc+



Aeroporto Hugo Cantergiani em Caxias do Sul

Foto: Francine Silva/GES-Especial

Para quem só quer acompanhar as decolagens e aterrissagens, nem precisa acessar o prédio. Um portão de tela na lateral permite olhar de perto os aviões.

Aeroporto Hugo Cantergiani em Caxias do Sul | abc+



Aeroporto Hugo Cantergiani em Caxias do Sul

Foto: Francine Silva/GES-Especial

Trajeto

A reportagem do Grupo Sinos seguiu a recomendação do Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM) e se deslocou pela RS-122 até Caxias do Sul, saindo de Novo Hamburgo e passando por Portão, Bom Princípio, Carlos Barbosa, Garibaldi e Farroupilha até Caxias do Sul.

Na volta, a equipe retornou pela BR-116, mas precisou desviar por Feliz, acessar a RS-122 e usar a RS-240 até a Scharlau. Na 116, o trecho mais delicado foi em Galópolis, em Caxias do Sul, onde foi possível visualizar muitos estragos causados pelas enchentes e deslizamentos de terra.

Veja vídeo:

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