Seis pessoas foram presas na manhã desta terça-feira (7) em ação conjunta do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) e da Brigada Militar (BM) para combater a prática de tráfico de drogas em um condomínio de Santo Antônio da Patrulha, que possui 240 apartamentos. Segundo a BM, duas pessoas foram presas em cumprimento de mandados judiciais e quatro foram presas em flagrante. Foram apreendidos 28 celulares, quase 500 pedras de crack, porções de drogas, duas espingardas calibres 36 e 10 munições de calibre 38. os mandados judiciais foram cumpridos em Santo Antônio da Patrulha, em Caraá e na Penitenciária Modulada Estadual de Osório.
De acordo com o MPRS, a ação desta terça ocorre após a coleta de provas, feita em agosto do ano passado. Além dos investigados, foi descoberto que outras pessoas estariam envolviam com a prática criminosa no condomínio.
Após a primeira fase da operação, os criminosos mudaram a forma como era feita a venda de entorpecentes. Conforme a investigação, eles começaram a vender drogas fora das dependências do residencial, em pontos de fácil acesso pelos fundos. Apesar disso, imóveis ainda eram ocupados por integrantes da facção. Apurou-se ainda que parte do grupo atuava diretamente na venda, recolhimento do dinheiro obtido e armazenamento da droga, enquanto outras pessoas eram responsáveis pelo transporte dos integrantes da facção e de entorpecentes. Segundo o MPRS, um dos investigados é proprietário de uma comunidade terapêutica destinada ao tratamento de dependentes químicos.
“Embora a Operação Retomada tenha conseguido retirar grande parte dos agentes envolvidos no tráfico, sabemos que as facções criminosas sempre buscam restabelecer seu domínio territorial. É o que estava acontecendo, na medida em que novas pessoas ligadas ao grupo atuavam no residencial”, explica o promotor de Justiça Camilo Vargas Santana.
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Primeira fase
A organização criminosa começou a ser investigada no ano passado por obrigar moradores do condomínio, mediante ameaça, a guardarem drogas em seus apartamentos. Além disso, a facção armazenava entorpecentes em apartamentos próprios e alugados no residencial e em casas nas proximidades. Ao todo, eles adquiriram 20 apartamentos no residencial.
Conforme o MP, a facção é comandada por dois irmãos, presos na Penitenciária Modulada Estadual de Charqueadas. O grupo trazia a droga da região metropolitana de Porto Alegre e a estocava nos apartamentos. A venda dos entorpecentes era feita em frente ao condomínio e os moradores que não colaboravam com a prática eram obrigados a abandonar suas casas.
Em agosto de 2022, 20 pessoas foram presas durante operação conjunta do MPRS e da Brigada Militar (BM) em Santo Antônio da Patrulha, em Canoas e nas penitenciárias de Charqueadas e Osório. Do total, sete foram presos em flagrante por tráfico de drogas e porte ilegal de armas.