O risco do lixo acumulado na superfície do Rio Gravataí, em Cachoeirinha, continua. Desde a semana passada, a empresa contratada para a remoção dos detritos está atuando na área, mas o problema não tem fácil solução. Por ser uma questão que afeta o meio ambiente, a prestadora seguiu com a operação de limpeza do Rio Gravataí na segunda (20) e terça-feira (21) de carnaval.
O trabalho para retirada do lixo acumulado no Rio Gravataí está concentrado na remoção de plantas aquáticas e de troncos de árvores que impedem acesso direto até os resíduos. A operação ocorre debaixo do viaduto que é limite entre Porto Alegre e Cachoeirinha.
“Seguimos o trabalho”, explica o prefeito de Cachoeirinha, Cristian Wasem. “Foi detectada uma grande quantidade de árvores tombadas no leito do rio, que dificultam a navegação e que terão de ser retiradas para o bom andamento dos trabalhos e da segurança das equipes, que estão envolvidas na ação.”
A maioria do lixo está na parte do dique que fica no final da Rua Anápio Gomes. Represado pela vegetação, pode-se ver centenas de caixas de isopor, móveis para casa, peças de veículos e embalagens de plástico.
“Assim que essa grande concentração de plantas for retirada, e as árvores tombadas no leito do rio, inicia a retirada de todo aquele lixo represado”, avisa o prefeito.
O caso de lixo no Rio Gravataí veio à tona no último dia 6, quando denúncias dos moradores de Cachoeirinha levaram autoridades até uma área com cerca de 100 metros tomada por entulhos. São milhares de garrafas plásticas, embalagens de leite e iogurte, latas de sardinha e inseticidas, lâmpadas e pneus boiando na água.
Todo o material acumulado acabou represado devido à estiagem. Isso porque o lixo estava descendo o leito do rio pela correnteza. Como o nível do Gravataí baixou muito desde o início do ano, os resíduos acabaram barrados pela vegetação. Com as chuvas registradas nos últimos dias, os detritos passaram a se movimentar rio abaixo em direção às águas de Porto Alegre e Canoas.
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Trabalho durará até 30 dias
Após a assinatura de um contrato de R$ 1,32 milhão com a Prefeitura de Cachoeirinha, a empresa especializada em remoção de resíduos deu início aos trabalhos no dia 16.
Quando removidos, os resíduos serão colocados em caminhões do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) e analisados para que recebam a destinação correta. A previsão é de que o serviço seja executado no período de 30 dias.
Lixo é um destaque ruim para a cidade
A batizada “ilha de lixo” que se formou em torno do Rio Gravataí, em Cachoeirinha, já virou “atração turística”, segundo os moradores da área. É que a presença constante da imprensa no local tem levado pessoas de cidades próximas a procurar o local.
“No começo, quem subia o dique eram os ambientalistas interessados em divulgar o problema e encontrar uma solução, mas hoje qualquer um aparece para vídeos e selfies. É muito triste para a cidade”, desabafa o aposentado Marcos Antônio Müller.
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