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VENTO FORTE

"Se estivesse em casa, estaria morta", diz moradora que teve casa destruída por temporal

Rajadas de vento com mais de 100 quilômetros por hora destelharam casas e derrubaram postes e árvores na madrugada deste domingo (12)

Publicado em: 13/11/2023 às 12h:34 Última atualização: 13/11/2023 às 16h:11
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O rastro de destruição deixado pelo temporal que atingiu Nova Santa Rita na madrugada deste domingo (12) segue impactando uma centena de famílias que vivem na cidade nesta segunda-feira (13).

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O cenário no bairro Berto Círio é desolador: há casas e empresas completamente destelhadas; postes e fios elétricos no chão; árvores e galhos obstruindo passagens em ruas e avenidas nas imediações da Avenida Berto Círio.

Manhã desta segunda-feira (13) é de muito trabalho para quem vive em Nova Santa Rita



Manhã desta segunda-feira (13) é de muito trabalho para quem vive em Nova Santa Rita

Foto: PAULO PIRES/GES

Cíntia Fagundes, 34 anos, teve a casa destruída pelo telhado de um depósito que voou e foi parar na residência em que vivia com o marido e a filha pequena. Graças a Deus, ela diz, estava em um aniversário no momento do vento forte.

“Se estivesse em casa, estaria morta”, desabafa. “Fomos a um aniversário em Canoas. Era madrugada quando recebi a ligação de uma amiga dizendo para eu agradecer a Deus, porque a minha casa tinha sido destruída por um telhado.”

Cíntia relata que, durante todo o domingo, vizinhos e amigos colaboraram para retirar parte da estrutura que acabou destruindo a casa. Somente nesta segunda-feira será possível começar a trabalhar na reconstrução do telhado.

“Cheguei em casa às duas da manhã de domingo e encontrei tudo destruído”, suspira. “Agora, a gente vai recomeçar aos pouquinhos, porque não sobrou quase nada, mas estamos vivo e bem. Isso é o que importa. O que aconteceu poderia ter sido muito pior”.

Paulo Guaraci passou por uma situação parecida. Ele conta que estava deitado na cama, por volta de 1h30 de domingo, quando ouviu o estouro. Era o telhado do galpão montado pelo vizinho, cujo madeiramento acabou indo parar em cima de sua casa devido à força do vento.

“Eu estava dormindo quando ouvi o estouro, que parecia uma explosão em cima de casa”, recorda. “Acabei passando o domingo inteiro tirando madeira de cima do meu telhado”, relata. “Era um madeiramento grosso e enorme, que não seria qualquer ventinho que conseguiria levantar.”

Falta de energia é problema

Centenas de moradores de Nova Santa Rita permanecem sem luz devido ao temporal. Técnicos da Rio Grande Energia (RGE) trabalham desde a madrugada de domingo em serviços de poda para remover galhos da rede e também recolocando postes que acabaram no chão.

Moradora da pequena Travessa Esperança, Márcia Pedroso permanece sem luz desde a madrugada de domingo. Isso porque o poste de distribuição de energia que ficava na rua continua deitado na frente de casa, inclusive com a fiação sobre o chão.

“A gente está sem conseguir sair de casa”, diz. “Trabalho em um supermercado e ainda bem que o meu chefe entendeu o drama, porque além dos estragos nas telhas, já perdi tudo que tinha na geladeira e ainda não há previsão quando eu vou conseguir sair de casa”, conta Márcia.

Ninguém ficou ferido

Coordenador da Defesa Civil de Nova Santa Rita, José Murilo Bertoldo da Silva explica que um levantamento mostra que 120 residências foram afetadas pela passagem do vento. Ele aponta que os ventos ultrapassaram 100 km/h e houve ainda a queda de granizo, que danificou diversos telhados que não foram arrancados pela força do vento.

A entrega de telhas estava prevista para o início na tarde desta segunda-feira, após uma grande compra garantida pela prefeitura de Nova Santa para as famílias atingidas durante a madrugada de domingo.

“Estamos trabalhando desde a madrugada de domingo para ajudar as pessoas atingidas”, garante. “Felizmente, ninguém ficou ferido, mas ainda há muito trabalho a ser feito no bairro Berto Círio.”

Sem falar em tornado

A Defesa Civil do Estado esteve em Nova Santa Rita na manhã desta segunda-feira para avaliação a situação. Segundo o coordenador regional, Adriano Zanin, não é possível se falar em tornado ou tufão. O que se sabe é que um vento forte atingiu um “corredor” e afetou dezenas de casas no processo.

“É preciso avaliar com calma o que aconteceu, mas não dá para falar em tornado”, frisa. “O que preocupa agora é não há previsão de que a chuva pare e as pessoas possam trabalhar no conserto dos estragos”, frisa. “O risco de temporais e novos ventos deve seguir ao longo de novembro e até dezembro a instabilidade perdura.”

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