Há seis meses, José Otávio da Silva Pereira, de 66 anos, está acamado em diferentes hospitais, esperando por uma cirurgia essencial para reparar um furo na bexiga causado por um acidente de moto.
A longa espera e a burocracia do sistema de saúde têm levado sua família ao desespero. A filha dele, Aline Carolina Pereira, 40, compartilha a história de luta e sofrimento em busca de atendimento adequado para seu pai.
Um acidente que mudou tudo
No dia 10 de janeiro de 2024, a vida de José Otávio mudou drasticamente após sofrer um grave acidente de moto. Desde então, ele está internado, passando por uma série de hospitais: primeiro no Hospital de Pronto Socorro de Canoas, depois, no Hospital de Parobé, e atualmente, no Hospital Sapiranga.
“Meu pai quebrou a bacia e está se recuperando desse trauma. O maior risco hoje são as infecções, pois ele está sempre precisando de antibióticos”, conta Aline. Ela descreve que a barriga do pai está aberta, exposta a bactérias.
Em 19 de fevereiro, os médicos do Hospital de Parobé identificaram que a bexiga de Pereira estava perfurada. Durante a cirurgia, a situação se complicou devido a uma infecção severa na barriga, o que quase resultou em uma infecção generalizada.
A partir daquele momento, ficou claro que o homem necessitava de uma cirurgia urológica complexa, mas a espera pela correção do problema se estendeu muito além do aceitável.
“Ele está desde o dia 10 de janeiro de 2024 em cima de um leito hospitalar. Minha mãe, que tem problemas de saúde por conta de um outro acidente que ela sofreu em 2018, está com ele praticamente 90% desses dias”, desabafa Aline.
A esposa tem estado ao lado de Pereira apesar de suas próprias limitações de saúde, aumentando ainda mais a carga emocional e física sobre a família.
Em busca de Justiça
A espera prolongada e a incerteza sobre a cirurgia têm causado uma profunda angústia na filha. “Meio ano dentro de um hospital, e boa parte desse tempo esperando para a cirurgia, acho desumano”, destaca Alina.
Ela reflete ainda que, se aguardar por uma cirurgia em casa já é desgastante, meio ano dentro de um hospital, acamado, é muito mais difícil. “Fico pensando que ele está em um leito ainda em função da demora de uma cirurgia que nunca acontece. Ele poderia estar em casa, desocupando este leito que mais alguém pode estar precisando”, lamenta.
Resposta da Secretaria Estadual da Saúde
Quando questionados sobre o caso, tanto a Secretaria Estadual da Saúde (SES) do Rio Grande do Sul quanto o Hospital Sapiranga informaram que: “em respeito à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e a todos os pacientes que aguardam por atendimento e seguem o devido processo técnico de regulação, não pode fornecer dados sobre casos específicos”.
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