AVENTURA
Sapiranga é referência no voo livre nacional
Morro Ferrabraz recebe o Sul-Brasileiro de Parapente neste feriadão de carnaval. Flávio Pinheiro e Luciano Horn falam da modalidade
Última atualização: 24/01/2024 13:57
Quem nunca parou para olhar o céu azul e aquele colorido especial dos parapentes e asa-deltas no Morro Ferrabraz, em Sapiranga? Há muitos anos, atletas da cidade do Vale do Sinos são referências no voo livre gaúcho e brasileiro, inclusive com participações em competições internacionais. Personagens como Flávio Pinheiro e Luciano Horn, pilotos de parapente, já percorreram milhares de quilômetros assistindo do alto toda a beleza natural da região. E nesta temporada, o primeiro desafio dos atletas já está marcado.
Neste fim de semana de carnaval, de 18 a 21 de fevereiro, o Morro Ferrabraz receberá o evento de abertura da temporada do paraglider, com a disputa da primeira etapa do Sul-Brasileiro de Parapente. Cerca de 100 pilotos de vários Estados deverão participar das provas que prometem elevar a adrenalina e dar início às competições que prometem ser bastante acirradas.
A etapa tem organização da Associação Gaúcha de Voo Livre (AGVL), que completa 45 anos em 2023, com chancela da Federação Gaúcha de Voo Livre (FGVL), sendo que a realização foi possível com apoio da prefeitura de Sapiranga, com aprovação do projeto pela Câmara de Vereadores.
Para Flávio Pinheiro, de 62 anos, atual presidente da FGVL, o Sul-Brasileiro vai atrair grandes pilotos do parapente, que já começam suas buscas por boas notas visando o ranking nacional. Já Luciano Horn, 44, que foi reeleito presidente da AGVL para o ciclo 2023/24, acredita que a competição terá um bom nível técnico, o que vai auxiliar a equipe sapiranguense para o decorrer da temporada, que contará com eventos no Rio Grande do Sul, em outros Estados e fora do País. "A AGVL faz 45 anos no mês de agosto e teremos uma programação especial para celebrar isso", destaca Pinheiro.
Continuidade
Para este ano, a Equipe AGVL de Parapente teve seu projeto contemplado novamente pelo Governo do Estado do RS e Secretaria do Esporte e Lazer, por meio do Pró-Esporte RS LIE. "Esses projetos nos deram asas, estamos podendo voar mais longe, fazer mais treinamentos, participar de muitas competições. Estamos contentes com o resultado que tivemos em 2022, fizemos pódios em todas as competições, inclusive fomos campeões gaúchos por equipe", ressaltou Pinheiro.
Para quem quer iniciar no esporte
Pinheiro é categórico ao dizer o que precisa para quem quer iniciar no voo livre: instrução. "Não adianta ver vídeo no YouTube e sair fazendo. Nosso esporte é de risco. É fundamental para quem queira praticar, é preciso ter conhecimento e ciência dos riscos, precisamos apresentar como funciona a meteorologia, a aerodinâmica para voar com segurança", pontuou.
Sobre os custos, o piloto relata que não é tão popular, mas que não é um esporte de ricos. "O investimento parte de 6 mil com curso, e de 12 a 25 mil nos equipamentos (paraglider e asa-delta). Tem equipamentos mais baratos, mas nada com qualidade. É um esporte de risco, então o equipamento precisa ser adequado. Parece caro, mas se falarmos de aviação e aerodesporto, é o mais em conta e prático. Minha aeronave é uma mochila de 18 quilos, com ela fico seis horas no ar. O parapente hoje é um dos esportes que mais cresce no mundo", conta Pinheiro.
Luciano Horn participará do Mundial de Parapente na França
Luciano Horn, que garantiu o posto de terceiro melhor piloto no ranking brasileiro em 2022, obteve notas expressivas e representará o Brasil no Campeonato Mundial que ocorrerá de 20 de maio a 3 de junho, na França. Para conseguir a vaga, foram somadas as notas do Campeonato Brasileiro e as notas da etapa do Circuito Mundial que ocorreu em março de 2022 no Espírito Santo.
"Agora é o momento de preparação física, academia, e temos o Sul-Brasileiro como preparação", frisa Horn. O Campeonato Mundial ocorre de dois em dois anos, e reunirá 150 pilotos de diversos países. "É como se fosse a Copa do Mundo do futebol", comenta Pinheiro.
Além do Mundial, Horn e os pilotos da AGVL Jarbas de Mello e Lucio Dal Pozzo vão competir em competições internacionais por meio do Pró-Esporte RS no Espírito Santo e na Espanha. Em Castelo-ES, ocorre o British Winter Open, de 8 a 15 de março, e depois o PWC (Etapa do Circuito Mundial - que acontece todos os anos), de 18 a 25 de março. Já em maio, em Pegalajar-ESP, Mello e Dal Pozzo fazem o pré-PWC/Campeonato Espanhol, e Horn disputa o PWC de 6 a 13 de maio. Em seguida, Luciano se encaminha para os céus franceses para o Mundial.
A história do voo livre em Sapiranga começou no final da década de 1970
"Tivemos o Betinho Schmitz, filho do Carlão, que ganhou oito títulos brasileiros, e hoje é instrutor de voo", destacou Flávio Pinheiro. Além dele, André Wolf foi um dos grandes nomes da asa-delta, sendo multicampeão e recordista brasileiro e sul-americano.
"Eu comecei a voar em 1981, fui do tempo em que se iniciou a construção da atual sede. Em 86, mudei de profissão e passei a atuar exclusivamente com uma escola de voo livre, como instrutor. Hoje estou presidente da FGVL, assim como Horn na AGVL. Não recebemos remuneração, estamos aqui porque gostamos. Para mim está sendo fácil, porque sou fundador da maioria dos clubes do Rio Grande do Sul. Nos anos 90, levei o voo livre para o interior do RS, estudamos muito a topografia, relevo e o perfil social das comunidades, e assim fundamos clubes e criamos rampas", resumiu Pinheiro.
De acordo com Flávio Pinheiro, a FGVL cuida dos Campeonato Gaúcho de Parapente e Asa-Delta, além de projetos de desenvolvimento da técnica dos pilotos. "Nosso papel é estimular o crescimento técnico e difundir o esporte, e tentar ajudar no desenvolvimento do voo livre nacional", disse.
Quem nunca parou para olhar o céu azul e aquele colorido especial dos parapentes e asa-deltas no Morro Ferrabraz, em Sapiranga? Há muitos anos, atletas da cidade do Vale do Sinos são referências no voo livre gaúcho e brasileiro, inclusive com participações em competições internacionais. Personagens como Flávio Pinheiro e Luciano Horn, pilotos de parapente, já percorreram milhares de quilômetros assistindo do alto toda a beleza natural da região. E nesta temporada, o primeiro desafio dos atletas já está marcado.
Neste fim de semana de carnaval, de 18 a 21 de fevereiro, o Morro Ferrabraz receberá o evento de abertura da temporada do paraglider, com a disputa da primeira etapa do Sul-Brasileiro de Parapente. Cerca de 100 pilotos de vários Estados deverão participar das provas que prometem elevar a adrenalina e dar início às competições que prometem ser bastante acirradas.
A etapa tem organização da Associação Gaúcha de Voo Livre (AGVL), que completa 45 anos em 2023, com chancela da Federação Gaúcha de Voo Livre (FGVL), sendo que a realização foi possível com apoio da prefeitura de Sapiranga, com aprovação do projeto pela Câmara de Vereadores.
Para Flávio Pinheiro, de 62 anos, atual presidente da FGVL, o Sul-Brasileiro vai atrair grandes pilotos do parapente, que já começam suas buscas por boas notas visando o ranking nacional. Já Luciano Horn, 44, que foi reeleito presidente da AGVL para o ciclo 2023/24, acredita que a competição terá um bom nível técnico, o que vai auxiliar a equipe sapiranguense para o decorrer da temporada, que contará com eventos no Rio Grande do Sul, em outros Estados e fora do País. "A AGVL faz 45 anos no mês de agosto e teremos uma programação especial para celebrar isso", destaca Pinheiro.
Continuidade
Para este ano, a Equipe AGVL de Parapente teve seu projeto contemplado novamente pelo Governo do Estado do RS e Secretaria do Esporte e Lazer, por meio do Pró-Esporte RS LIE. "Esses projetos nos deram asas, estamos podendo voar mais longe, fazer mais treinamentos, participar de muitas competições. Estamos contentes com o resultado que tivemos em 2022, fizemos pódios em todas as competições, inclusive fomos campeões gaúchos por equipe", ressaltou Pinheiro.
Para quem quer iniciar no esporte
Pinheiro é categórico ao dizer o que precisa para quem quer iniciar no voo livre: instrução. "Não adianta ver vídeo no YouTube e sair fazendo. Nosso esporte é de risco. É fundamental para quem queira praticar, é preciso ter conhecimento e ciência dos riscos, precisamos apresentar como funciona a meteorologia, a aerodinâmica para voar com segurança", pontuou.
Sobre os custos, o piloto relata que não é tão popular, mas que não é um esporte de ricos. "O investimento parte de 6 mil com curso, e de 12 a 25 mil nos equipamentos (paraglider e asa-delta). Tem equipamentos mais baratos, mas nada com qualidade. É um esporte de risco, então o equipamento precisa ser adequado. Parece caro, mas se falarmos de aviação e aerodesporto, é o mais em conta e prático. Minha aeronave é uma mochila de 18 quilos, com ela fico seis horas no ar. O parapente hoje é um dos esportes que mais cresce no mundo", conta Pinheiro.
Luciano Horn participará do Mundial de Parapente na França
Luciano Horn, que garantiu o posto de terceiro melhor piloto no ranking brasileiro em 2022, obteve notas expressivas e representará o Brasil no Campeonato Mundial que ocorrerá de 20 de maio a 3 de junho, na França. Para conseguir a vaga, foram somadas as notas do Campeonato Brasileiro e as notas da etapa do Circuito Mundial que ocorreu em março de 2022 no Espírito Santo.
"Agora é o momento de preparação física, academia, e temos o Sul-Brasileiro como preparação", frisa Horn. O Campeonato Mundial ocorre de dois em dois anos, e reunirá 150 pilotos de diversos países. "É como se fosse a Copa do Mundo do futebol", comenta Pinheiro.
Além do Mundial, Horn e os pilotos da AGVL Jarbas de Mello e Lucio Dal Pozzo vão competir em competições internacionais por meio do Pró-Esporte RS no Espírito Santo e na Espanha. Em Castelo-ES, ocorre o British Winter Open, de 8 a 15 de março, e depois o PWC (Etapa do Circuito Mundial - que acontece todos os anos), de 18 a 25 de março. Já em maio, em Pegalajar-ESP, Mello e Dal Pozzo fazem o pré-PWC/Campeonato Espanhol, e Horn disputa o PWC de 6 a 13 de maio. Em seguida, Luciano se encaminha para os céus franceses para o Mundial.
A história do voo livre em Sapiranga começou no final da década de 1970
"Tivemos o Betinho Schmitz, filho do Carlão, que ganhou oito títulos brasileiros, e hoje é instrutor de voo", destacou Flávio Pinheiro. Além dele, André Wolf foi um dos grandes nomes da asa-delta, sendo multicampeão e recordista brasileiro e sul-americano.
"Eu comecei a voar em 1981, fui do tempo em que se iniciou a construção da atual sede. Em 86, mudei de profissão e passei a atuar exclusivamente com uma escola de voo livre, como instrutor. Hoje estou presidente da FGVL, assim como Horn na AGVL. Não recebemos remuneração, estamos aqui porque gostamos. Para mim está sendo fácil, porque sou fundador da maioria dos clubes do Rio Grande do Sul. Nos anos 90, levei o voo livre para o interior do RS, estudamos muito a topografia, relevo e o perfil social das comunidades, e assim fundamos clubes e criamos rampas", resumiu Pinheiro.
De acordo com Flávio Pinheiro, a FGVL cuida dos Campeonato Gaúcho de Parapente e Asa-Delta, além de projetos de desenvolvimento da técnica dos pilotos. "Nosso papel é estimular o crescimento técnico e difundir o esporte, e tentar ajudar no desenvolvimento do voo livre nacional", disse.