Famílias que tiveram as casas atingidas pela enchente histórica de maio em São Leopoldo ganharam mais tempo para pedir a análise estrutural de suas moradias. A Secretaria Municipal de Habitação (Semhab) confirmou que o formulário para solicitação das vistorias de casas danificadas segue aberto e por tempo indeterminado.
Foto: Thales Ferreira/Prefeitura de São Leopoldo
O prazo para solicitar as vistorias estava estipulado para finalizar na última sexta-feira (12), porém, o mesmo foi estendido e o link de acesso segue aberto para solicitações, sem previsão de encerramento. No total, até a manhã desta quarta-feira (17), 4.096 solicitações já foram recebidas, segundo a prefeitura leopoldense. Destas, aproximadamente, 500 vistorias já foram realizadas.
Parcerias
Para atender a demanda, a prefeitura realizou parcerias com a Associação Brasileira da Patologia das Construções (Alconpat) e com o Sindicato dos Engenheiros do Rio Grande do Sul (Senge/RS), através do programa Senge Solidário, que realizaram mais de 300 vistorias de forma voluntária nas primeiras semanas de trabalho.
Segundo o titular da Semhab, Álvaro Pedrotti, outros 1.770 pedidos de vistorias foram encaminhados para a realização pelo governo do Estado, em trabalho que vem sendo coordenado por equipe da Univates.
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A prefeitura também está fechando convênio para a realização de outras 1.500 inspeções, e mais 1.000 pedidos devem ser vistoriados em parceria feita com o Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU-RS). A secretaria também deve pedir à Caixa Econômica Federal que faça as avaliações em conjuntos habitacionais leopoldenses, especialmente os que têm financiamento pelo Minha Casa Minha Vida.
Pedrotti enfatizou ainda que os técnicos da Semhab estão trabalhando nas vistorias dos imóveis localizados em ocupações e fazendo o acompanhamento do trabalho das instituições parceiras. As vistorias dos prédios públicos, como escolas e postos de saúde, são realizadas pela Superintendência de Urbanismo da Prefeitura.
Mais de 34 mil casas foram atingidas
Pedrotti pondera que São Leopoldo teve mais de 34 mil casas atingidas de alguma forma, mas que ainda não é possível estimar quantas tiveram perda total, porque o processo de vistorias está em andamento. Ele também reforça a importância de fazer a solicitação de vistoria pelo formulário da prefeitura, a fim de que o pedido fique registrado. O secretário afirma ainda que as equipes vão a campo e procuram pelas famílias nos endereços descritos, mas que não tem como agendar a visita previamente e, por vezes, com a casa destruída, o morador não é encontrado no local. Aí, os colaboradores tentam contato por telefone.
Outra dificuldade é que não há previsão para a entrega dos laudos pelos agentes que estão fazendo as inspeções. “Estamos aguardando ainda. Recebemos bem poucos laudos. Quando recebermos, vamos repassar via WhatsApp para as famílias, porque, afinal, é um documento”, diz Pedrotti.
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“O Estado prometeu fazer as vistorias e entregar os laudos até o fim do mês. Nas próximas semanas, devem entrar mais equipes para ajudar nesse trabalho também”, lembra o secretário. “Nossa ideia é atender a todos que precisam. Estamos tentando diminuir esse tempo de espera, mas sem previsão”, conclui Pedrotti.
Como são feitas as análises
“A inspeção tem o objetivo de verificar as condições da edificação no primeiro momento e orientar o morador se é possível voltar a usar a casa. As equipes fazem o levantamento das perdas materiais do imóvel e sua condição de habitabilidade, que serão descritas no laudo”, destaca o secretário de Habitação. O laudo é uma exigência da Defesa Civil Nacional para embasar o pedido de reconstrução da casa, para o caso de abrir um programa específico para tal.
As casas são classificadas em: destruídas, atingidas irreparáveis, atingidas reparáveis, adjacentes e habitáveis. No documento, é informado se o imóvel é de alvenaria, madeira ou ambas, e nele consta os principais danos relacionados como rachaduras, fissuras, assoalho, pintura, aberturas, teto, forro, etc.
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