Dezembro é o mês de mobilização nacional na luta contra o vírus HIV, Aids e outras infecções sexualmente transmissíveis. Por isso, durante todo o mês, a campanha Dezembro Vermelho chama a atenção para a prevenção, a assistência e a proteção dos direitos das pessoas infectadas com o HIV em todos os cantos do País.
Em São Leopoldo, segundo dados da Secretaria Municipal da Saúde, são, atualmente, 3.385 pessoas convivendo com o HIV.
A maior prevalência, segundo as estatísticas, está na faixa entre 30 e 59 anos. No gênero masculino são 1.276 casos e, no feminino, 1.191. No entanto, o vírus atinge também de forma cada vez mais significativa pessoas da terceira idade: 17% dos casos masculinos estão entre 60 e 79 anos.
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Nas mulheres, 15,8%. Somente neste ano, entre os meses de janeiro e outubro, foram 116 novos casos descobertos, num universo de 9.888 testes realizados no Município. “Este número representa apenas aquelas pessoas se se preocuparam por algum motivo e procuraram o serviço de saúde para realizar a testagem”, explica o médico Gabriel Rossetto, que atende no Serviço de Atenção Especializada (SAE).
Casos antigos
Os dados, conforme Rossetto, representam a qualidade do atendimento para a pessoa convivendo com o HIV/Aids na cidade.
“Porque a grande maioria são pacientes antigos que permanecem vivos e ativos. Destes 3 mil pacientes, muitos têm o diagnóstico há 25, 27 anos, o que mostra que a mortalidade em São Leopoldo por HIV ainda é baixa”, destaca o médico. “É uma doença da qual o paciente não tem alta. Ela apenas a mantém controlada.”
Sintomas parecem de gripe
De acordo com Rossetto, os sintomas da doença se assemelham aos de uma gripe ou resfriado. “São sintomas virais, como mal-estar, febre, ínguas pelo corpo, que desaparecem. Passa despercebida a infecção aguda, porque ela é tratada, às vezes, como um quadro viral, e é um quadro viral, só que não se resolve, se cronifica”, explica.
Por isso, segundo o médico, pessoas que têm essa sintomatologia viral, relacionada à relação sexual desprotegida, devem pensar sempre em fazer um teste rápido.
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“Porque o grande fator de transmissão segue sendo a relação sexual desprotegida”, frisa. Em São Leopoldo, o teste rápido é oferecido gratuitamente nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs), no SAE e nos pronto atendimentos. “Em até uma hora a pessoa já sai com o resultado do teste, é por livre demanda, não precisa marcar”, ensina Rossetto.
O teste é feito a partir da coleta de uma gota de sangue retirada da ponta do dedo. O Sae disponibiliza testes rápidos nas segundas, quartas e sextas-feiras pela manhã, das 8h30 ao meio-dia, e terças e quintas-feiras à tarde, das 13h30 às 15h30.
Conforme o médico, o tratamento e a convivência com a doença atualmente estão muito mais fáceis. “Conviver com o HIV hoje é absurdamente melhor do que nos primórdios. Com o novo protocolo do Ministério da Saúde são duas drogas resumidas num mesmo comprimido. Um comprimido diário, com poucos efeitos colaterais. E com facilidade que não altera a vida do paciente. É absurdamente mais fácil tratar hoje, mas o melhor ainda é não ter, não se contaminar”, alerta.
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Alternativas de prevenção pelo SUS
Além do uso de preservativos, que sempre é o mais recomendado para prevenir a doença, o Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza alternativas como os Pep (profilaxia pós-exposição) e Prep (profilaxia préexposição). O Pep previne infecções pelo HIV se iniciada precocemente e mantida por 28 dias. Em caso de emergência, o Pep é tomado até 72 horas após a exposição.
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É indicado para não portadores do HIV em caso de exposição em relação sexual, acidente com materiais cortantes ou violência sexual. Já o Prep reduz o risco de contrair o vírus. É um medicamento de uso diário que necessita de consulta médica e exames de acompanhamento. É indicada para pessoas que tenham parceria soropositiva.
Ação para conscientizar
Nesta quarta-feira (4), servidores do SAE realizaram distribuição de preservativos e divulgaram informações sobre a prevenção do HIV e sobre o teste rápido pelo Centro de São Leopoldo, em frente ao SAE, na Rua Osvaldo Aranha, e vias próximas. Para o médico Gabriel Rossetto, as ações realizadas dentro do Dezembro Vermelho buscam conscientizar e publicizar a questão do HIV.
“Uma vez por ano tem que sacudir a cidade, para lembrar que a Aids ainda tá presente, o vírus tá na comunidade, tá circulando, e, sim, a Aids ainda mata se não diagnosticada e tratada”, afirma Rossetto. A coordenadora administrativa do SAE, Cíntia de Quadros Leão, foi para as ruas.
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“Dezembro tem esse intuito: chamar a atenção das pessoas e sensibilizar para a gravidade de doenças que ainda circulam. A informação faz parte do diagnóstico.”
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