NOVIDADE
São Leopoldo inaugura ambulatório de Saúde LGBT+ na UBS Campina
Nova estrutura voltada ao atendimento especializado atenderá de segunda a sexta-feira
Última atualização: 30/01/2024 07:18
Um mês e meio depois de anunciar a implantação do primeiro ambulatório voltado à comunidade LGBT , a Prefeitura de São Leopoldo inaugurou oficialmente o espaço na tarde desta segunda-feira (29), quando é celebrado o Dia Nacional da Visibilidade Trans.
A estrutura, que fica junto à Unidade Básica da Saúde (UBS) Campina, é composta por uma equipe multi, formada por médico psiquiatra, psicóloga, assistente social e nutricionista, com apoio da equipe da UBS, e abrange atividades de educação em saúde e educação permanente, além do cuidado integral direcionado para as necessidades do grupo. Os profissionais atendem de segunda a sexta-feira, das 13h às 19 horas - exceto às quintas, quando há reunião interna e o atendimento começa às 15h.
Diretora de Políticas Públicas em Saúde, Gicela Beatriz Leal Timponi ponderou que a UBS Campina foi escolhida para receber o novo ambiente, pois funciona com horário estendido e tem fácil acesso da população, com linhas de ônibus passando próximo ao local. Segundo Gicela, o usuário pode ser encaminhado por outras UBSs ou buscar atendimento via demanda espontânea, recebendo acolhimento direcionado.
Política de saúde e social
Enfatizando a importância do local para a saúde leopoldense, a secretária de Saúde, Andréia Nunes, disse que o espaço vem ao encontro do que preconiza o SUS, no sentido de universalizar o atendimento e oferecer o cuidado, não somente físico, mas mental. "Acompanhamos essa população, que historicamente sofre muito preconceito", destaca.
"O Brasil é o país que mais mata LGBTs. Essa população tem o maior número de casos de evasão escolar. E no ambulatório, damos assessoria e também acompanhamos o convívio familiar. Por isso, é uma política de saúde também social, pois temos atendimento às famílias."
Ano inicial será de avaliação
A diretora reforçou também que no local são feitos encaminhamentos para médicos especialistas e, via sistema de regulação do Estado, para pessoas que procuram por processos de hormonização ou transexualizador – nestes casos, os municípios de Canoas e Porto Alegre são as referências, respectivamente.
Gicela lembrou ainda que o ambulatório foi uma ação discutida na Conferência Municipal de Saúde e está no Plano Municipal de Saúde. O espaço trata-se de um projeto-piloto, que tem duração inicial de um ano. “Depois desse tempo, vamos avaliar de acordo com a demanda e ver o que podemos ampliar, o que precisamos melhorar”, colocou.
“Que possa ser inspiração”
O prefeito Ary Vanazzi destacou na cerimônia de entrega do espaço o pioneirismo de inaugurações como essa e a importância do serviço para a promoção da igualdade. “É um dos poucos da região e tá na mão de vocês, trabalhadores e trabalhadoras desse ambulatório, essa experiência”, ressaltou. “Que essa dedicação de cada homem e cada mulher que trabalha na saúde possa ser inspiração para tantas outras cidades poderem construir essas políticas, para que um dia o Brasil possa ser verdadeiramente democrático e todas as pessoas vivam da melhor forma possível”, finalizou.
Serviços e atendimentos
No ambulatório, são ofertados atendimento individual e em grupo, domiciliar, atividades, coletivas, apoio matricial, articulação das redes de cuidado, cuidado compartilhado com serviços especializados da rede e encaminhamento para consultas, construção de projetos terapêuticos e intervenções no território.
Conforme Gicela, de 14 de dezembro, quando começou a funcionar, até ontem, dia de sua inauguração oficial, o local já realizou 14 atendimentos. “Para nós foi inesperado, pois o ambulatório nem aconteceu ainda e já estamos com esses 14 atendimentos, ou seja, estamos atingindo a nossa meta.
“Esse projeto é transformador"
Moradora de São Leopoldo, a modelo eleita Miss Universo Trans 2023/2024, Luanna Isabelly, prestigiou a inauguração do local e falou sobre o que ele representa. “Esse projeto é transformador, não somente na vida da nossa comunidade, mas também porque vai levar um pouco mais de ensinamento, principalmente, vai alertar a população da nossa cidade sobre o quão é importante a gente ter entendimento e levar a informação de quem são, mas o que é ser uma mulher ou homem trans. Não se trata de uma escolha, se trata de uma condição de vida e também temos direito à saúde e a todas as oportunidades, como qualquer outro ser humano”.
Espaço também existe em Esteio
Na região, Esteio é outro município com ação semelhante. Por lá, o Ambulatório de Atenção à Saúde LGBTQIA+ foi inaugurado em junho de 2022, junto à estrutura da UBS Nickollas Gomes, e tem funcionamento quinzenal: às quintas-feiras, das 17 às 20 horas, após o término do expediente na unidade. Integrante da equipe, Francisco Weliton Oliveira Araújo Souza foi um dos representantes do ambulatório esteiense na inauguração em São Leopoldo.
Ele conta que, em pouco mais de um ano e meio do serviço em Esteio, cerca de 100 pessoas já foram atendidas. As maiores demandas são para hormonoterapia e, em segundo momento, para as questões de saúde mental.
“A gente está vendo como muito positivo a existência do ambulatório, porque era um anseio ter um espaço de acesso a saúde para pessoas que, por ventura, não conseguem acessar no horário diurno e que também não costumavam procurar o posto de saúde, por medo do preconceito”, comentou, mencionando que a equipe tem percebido aumento na procura do serviço e já estuda aumentar a carga horária e dias de atendimento.
Um mês e meio depois de anunciar a implantação do primeiro ambulatório voltado à comunidade LGBT , a Prefeitura de São Leopoldo inaugurou oficialmente o espaço na tarde desta segunda-feira (29), quando é celebrado o Dia Nacional da Visibilidade Trans.
A estrutura, que fica junto à Unidade Básica da Saúde (UBS) Campina, é composta por uma equipe multi, formada por médico psiquiatra, psicóloga, assistente social e nutricionista, com apoio da equipe da UBS, e abrange atividades de educação em saúde e educação permanente, além do cuidado integral direcionado para as necessidades do grupo. Os profissionais atendem de segunda a sexta-feira, das 13h às 19 horas - exceto às quintas, quando há reunião interna e o atendimento começa às 15h.
Diretora de Políticas Públicas em Saúde, Gicela Beatriz Leal Timponi ponderou que a UBS Campina foi escolhida para receber o novo ambiente, pois funciona com horário estendido e tem fácil acesso da população, com linhas de ônibus passando próximo ao local. Segundo Gicela, o usuário pode ser encaminhado por outras UBSs ou buscar atendimento via demanda espontânea, recebendo acolhimento direcionado.
Política de saúde e social
Enfatizando a importância do local para a saúde leopoldense, a secretária de Saúde, Andréia Nunes, disse que o espaço vem ao encontro do que preconiza o SUS, no sentido de universalizar o atendimento e oferecer o cuidado, não somente físico, mas mental. "Acompanhamos essa população, que historicamente sofre muito preconceito", destaca.
"O Brasil é o país que mais mata LGBTs. Essa população tem o maior número de casos de evasão escolar. E no ambulatório, damos assessoria e também acompanhamos o convívio familiar. Por isso, é uma política de saúde também social, pois temos atendimento às famílias."
Ano inicial será de avaliação
A diretora reforçou também que no local são feitos encaminhamentos para médicos especialistas e, via sistema de regulação do Estado, para pessoas que procuram por processos de hormonização ou transexualizador – nestes casos, os municípios de Canoas e Porto Alegre são as referências, respectivamente.
Gicela lembrou ainda que o ambulatório foi uma ação discutida na Conferência Municipal de Saúde e está no Plano Municipal de Saúde. O espaço trata-se de um projeto-piloto, que tem duração inicial de um ano. “Depois desse tempo, vamos avaliar de acordo com a demanda e ver o que podemos ampliar, o que precisamos melhorar”, colocou.
“Que possa ser inspiração”
O prefeito Ary Vanazzi destacou na cerimônia de entrega do espaço o pioneirismo de inaugurações como essa e a importância do serviço para a promoção da igualdade. “É um dos poucos da região e tá na mão de vocês, trabalhadores e trabalhadoras desse ambulatório, essa experiência”, ressaltou. “Que essa dedicação de cada homem e cada mulher que trabalha na saúde possa ser inspiração para tantas outras cidades poderem construir essas políticas, para que um dia o Brasil possa ser verdadeiramente democrático e todas as pessoas vivam da melhor forma possível”, finalizou.
Serviços e atendimentos
No ambulatório, são ofertados atendimento individual e em grupo, domiciliar, atividades, coletivas, apoio matricial, articulação das redes de cuidado, cuidado compartilhado com serviços especializados da rede e encaminhamento para consultas, construção de projetos terapêuticos e intervenções no território.
Conforme Gicela, de 14 de dezembro, quando começou a funcionar, até ontem, dia de sua inauguração oficial, o local já realizou 14 atendimentos. “Para nós foi inesperado, pois o ambulatório nem aconteceu ainda e já estamos com esses 14 atendimentos, ou seja, estamos atingindo a nossa meta.
“Esse projeto é transformador"
Moradora de São Leopoldo, a modelo eleita Miss Universo Trans 2023/2024, Luanna Isabelly, prestigiou a inauguração do local e falou sobre o que ele representa. “Esse projeto é transformador, não somente na vida da nossa comunidade, mas também porque vai levar um pouco mais de ensinamento, principalmente, vai alertar a população da nossa cidade sobre o quão é importante a gente ter entendimento e levar a informação de quem são, mas o que é ser uma mulher ou homem trans. Não se trata de uma escolha, se trata de uma condição de vida e também temos direito à saúde e a todas as oportunidades, como qualquer outro ser humano”.
Espaço também existe em Esteio
Na região, Esteio é outro município com ação semelhante. Por lá, o Ambulatório de Atenção à Saúde LGBTQIA+ foi inaugurado em junho de 2022, junto à estrutura da UBS Nickollas Gomes, e tem funcionamento quinzenal: às quintas-feiras, das 17 às 20 horas, após o término do expediente na unidade. Integrante da equipe, Francisco Weliton Oliveira Araújo Souza foi um dos representantes do ambulatório esteiense na inauguração em São Leopoldo.
Ele conta que, em pouco mais de um ano e meio do serviço em Esteio, cerca de 100 pessoas já foram atendidas. As maiores demandas são para hormonoterapia e, em segundo momento, para as questões de saúde mental.
“A gente está vendo como muito positivo a existência do ambulatório, porque era um anseio ter um espaço de acesso a saúde para pessoas que, por ventura, não conseguem acessar no horário diurno e que também não costumavam procurar o posto de saúde, por medo do preconceito”, comentou, mencionando que a equipe tem percebido aumento na procura do serviço e já estuda aumentar a carga horária e dias de atendimento.