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REGIÃO

São Leopoldo discute a criação de comitê para a população em situação de rua

Fórum debate necessidade de grupo de monitoramento permanente para garantir os direitos de quem vive nas ruas da cidade

Publicado em: 01/04/2024 às 07h:25 Última atualização: 01/04/2024 às 07h:39
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O Fórum da População em Situação de Rua debateu a criação do Comitê Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento da Política Municipal para a População em Situação de Rua. A discussão parte do Decreto Federal 7.053/2009, que institui a Política Nacional para a População em Situação de Rua e define a necessidade urgente de garantir a existência de políticas públicas para a população em situação de rua.

Debate ocorreu na sede do Círculo Operário Leopoldense, no Centro de São Leopoldo



Debate ocorreu na sede do Círculo Operário Leopoldense, no Centro de São Leopoldo

Foto: Amanda Krohn/Especial

O encontro ocorreu no dia 25 de março na sede do Círculo Operário Leopoldense (COL), na Rua Primeiro de Março, 776. Nesta reunião o mobilizador social Jean Cardoso, do COL, comentou o objetivo da criação do Comitê. “Temos que construir dentro do município uma política para aderir à política nacional, para que seja possível construir os equipamentos que faltam e fortalecer esse protagonismo da população de rua.”

O representante do Fórum, Anderson Vieira de Souza defende que a criação do Comitê é fundamental para a qualidade de vida e a segurança da população em situação de rua. “Queremos um comitê registrado para garantir os nossos direitos, porque a gente não sabe quais são os governos que virão nos próximos anos. Seria uma proteção para que continuássemos tendo recursos independente do partido que estivesse no poder, seja lado A ou lado B”, argumenta.

O secretário de Assistência Social Fábio Bernardo da Silva mencionou os avanços e desafios do município para a manutenção da qualidade de vida das pessoas em situação de rua de São Leopoldo. “Há dois anos atrás, nós não tínhamos o Centro Pop aberto. O Centro Pop estava fechado e tínhamos apenas o Albergue à noite, com espaço para 15 pessoas.

Hoje em dia temos o Centro Pop aberto das 7h às 18h, todo reformado e climatizado”, relembra. “Quem mantém o Centro Pop é a cidade de São Leopoldo. A gente recebe R$ 13.500 do Estado do RS por ano para manter. Então há R$ 1.200 por mês para o Centro Pop. Isto não paga um trabalhador, não paga uma semana de alimentação, não paga a luz do Centro Pop”, prossegue.

Reunião sobre comitê será em abril

Ao final da reunião, as entidades presentes comprometeram-se a criar o Comitê Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento da Política Municipal para a Pessoa em Situação de Rua. De acordo com Jean Cardoso, o próximo passo para a implantação do Comitê é a criação do decreto por parte da SAS, que passará pelo monitoramento dos representantes das secretarias que se comprometeram com a sua criação.

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Foto: Reprodução

“Ainda faltam alguns trâmites administrativos, iremos nos reunir mês que vem”, afirmou. O titular da SAS, Fábio Bernardo, foi procurado para confirmar a informação mas não deu retorno até o horário de fechamento desta reportagem, às 20h dessa quarta-feira (27). As seguintes pastas também se comprometeram com a implementação do Comitê: Secretaria Municipal de Direitos Humanos, Secretaria Municipal de Habitação, Secretaria Municipal de Segurança Pública e a Fundação Municipal de Saúde.

Município fornece abrigo e assistência gratuitos à população em situação de rua

A coordenadora do Centro Pop (CP) em São Leopoldo, Caroline Timm, informa que a SES possui três serviços diferentes para a população em situação de rua: o Centro POP (CP) e o Centro de Referência para a População de Rua (Crepar), que fornecem abrigo à esse público, e o Serviço Especializado de Abordagem Social (SEAS). Este terceiro tem como objetivo informar as pessoas em situação de rua sobre seus direitos e sobre as opções de abrigo.

Caroline Timm explica que os serviços do CP e do Crepar são realizados no mesmo prédio, porém, em horários diferentes. O CP atende durante o dia e o Crepar à noite. “Não necessariamente são pessoas diferentes em cada um, porque alguns permanecem durante os dois turnos e outros não”, diz.

A respeito do SEAS, Caroline diz que a quantidade de abordagens de cada mês não necessariamente é feita com pessoas diferentes. “Isto é, a mesma pessoa pode ter sido abordada mais de uma vez”, esclarece. Por esse motivo, a SAS divide seu levantamento entre a quantidade de abordagens e pessoas abordadas.

A coordenadora acrescenta, ainda, que uma média de 67,25% das pessoas não são do município de São Leopoldo. “Elas chegam aos serviços em processo migratório e não possuem vínculo com o município”, disse. “E justamente por esse processo migratório não é possível definir com exatidão o total da população de rua existente, inclusive no CP e no Crepar, porque alguns sequer possuem vínculo com qualquer município”, finalizou.

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