PREOCUPANTE

São Leopoldo decreta emergência contra a dengue; já são mais de 250 casos na cidade

Objetivo é facilitar a aquisição de material e contratação de profissionais

Publicado em: 20/02/2024 07:05
Última atualização: 20/02/2024 09:38

O aumento de casos na cidade e no Estado (ontem foi confirmado o quarto óbito por dengue no RS) fez o prefeito Ary Vanazzi assinar, nesta segunda-feira (19), o Decreto n.º 10.679 que declara situação de emergência, no âmbito da saúde pública, em razão do risco de epidemia por doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, em especial, a dengue.

Com isso pode-se agilizar o enfrentamento e facilitar a aquisição de material e pessoal pela administração pública por tempo determinado.

Prefeito Ary Vanazzi quer acelerar atendimentos Foto: Valentin Thomaz/Prefeitura de São Leopoldo

"Precisamos acelerar os procedimentos internos de contratação de profissionais e aquisição, por exemplo, de repelentes, principalmente para as famílias de baixa renda. Estamos retomando portarias para dar celeridade aos atendimentos nas unidades básicas e no hospital", ressaltou Vanazzi.

Segundo a Prefeitura, o decreto também institui o comitê técnico de mobilização, fiscalização, combate e controle do mosquito, que reunirá o gabinete do Prefeito e as secretarias Geral de Governo (SGG), de Obras e Viação (Semov), Assistência Social (SAS), Defesa Civil, Segurança Pública (Semusp), Semae, além de toda a rede municipal de Saúde.

Internação

No Hospital Centenário, oito pessoas estão internadas com quadro de suspeita de dengue, entre eles o presidente da Fundação Hospital Centenário Nestor Schwertner. Ele encontra-se internado desde sábado (17) recebendo tratamento para dengue. Segundo informações médicas, seu estado de saúde é estável e, ontem, não havia previsão de alta.

A secretária da Saúde Andréia Nunes lembrou que o período de calor, intercalado com pancadas de chuva, é o mais propício para a reprodução do inseto.

"Por isso a necessidade da população se somar nesse grande esforço limpando seu pátio, cuidando com os potes e recipientes com água e abrindo a porta para nossos agentes de endemias realizarem a vistoria." Segundo Andréia, a tendência é um aumento de casos nos meses de março e abril. "A tendência de aumento é a nível nacional."

São Leopoldo contabilizava ontem 251 casos confirmados da doença e outros 135 aguardando resultado. O município é o quinto do RS com mais casos, só atrás, aqui na região metropolitana, de Novo Hamburgo (veja lista ao lado).

Tentente Portela é o município com mais casos no Estado (1.231 até ontem), e foi lá que ocorreu o quarto óbito no RS - o segundo na cidade. A vítima foi uma mulher, de 64 anos, com comorbidades. O óbito ocorreu no dia 15 de fevereiro.

Acesso a casas abandonadas

O decreto de emergência também prevê, em casos mais urgentes, ações dentro de casas abandonadas para combater os focos do mosquito. Na última sextafeira, a Prefeitura conseguiu o contato de um antigo morador para entrar em uma casa com situação de risco no bairro Santo André. Agentes de combate a endemias encontraram uma piscina coberta por vegetação. O local recebeu aplicação de cloro e pontos de acúmulo de água foram virados.

Capacitação e ações

A presidente da Fundação Municipal de Saúde, Paula Silva, reforçou que a rede básica está estruturada para receber pessoas com sintomas. Para aprimorar o atendimento e diagnóstico, na quinta-feira (22), as unidades básicas estarão apenas com atendimento interno para que os profissionais realizem mais uma capacitação sobre manejo da doença.

“Todas as áreas do Município registram casos. Os principais sintomas são febre, dor nas articulações, nos olhos, manchas e náuseas. Eles podem aparecer isolados ou em conjunto. Diante disso, é preciso ir numa unidade. Sinais mais graves como dores no abdômen ou sangramento exigem atendimento na UPA ou no hospital”, diz Paula.

Para os casos examinados por médicos das unidades será entregue um kit hidratação, contendo soro de ingestão oral e dipirona. A Secretaria da Saúde está entregando repelentes para os contaminados (que se tornam vetores do vírus) e para as gestantes do bairro Vicentina, disponibilizados na UBS do bairro.

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