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São Leopoldo busca voluntários para o Família Acolhedora

Serviço possibilita o cuidado temporário a crianças e adolescentes que precisam se afastar das famílias de origem por meio de medida protetiva

Renata Strapazzon
Publicado em: 18/05/2023 às 07h:54
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Desde março, São Leopoldo conta com novos serviços assistenciais para acolhimento de crianças e adolescentes que precisam ser afastados de suas famílias de origem por meio de medida protetiva. As iniciativas, que integram o Programa São Léo Mais Acolhedor, são alternativas ao acolhimento institucional e buscam assegurar o direito de crianças e adolescentes de 0 a 17 anos à convivência familiar e comunitária de forma mais humanizada e individual. Uma das políticas públicas recém implementadas na cidade é o Família Acolhedora, que está em busca de voluntários.

Sara e Loreto visitaram o Jornal VS nesta quarta-feira (17)



Sara e Loreto visitaram o Jornal VS nesta quarta-feira (17)

Foto: Renata Strapazzon/GES-Especial

Por meio do serviço, a criança, adolescente ou grupo de irmãos é acolhido em casas de família enquanto vigorar a medida protetiva, o que pode ser de um mês a um ano e seis meses.

Podem se voluntariar à família acolhedora casais ou pessoas solteiras maiores de 18 anos e moradoras de São Leopoldo. Os interessados não podem estar na fila de adoção.

Ajuda mensal

Após inscrição feita na Secretaria de Assistência Social (SAS), os interessados passam por uma qualificação de oito encontros antes de começar a receber a criança ou o adolescente em casa. Quem acolher terá acompanhamento e suporte de uma equipe qualificada e receberá subsídio mensal de um salário mínimo por criança.

Até agora, apenas uma família se inscreveu no programa e segue participando da qualificação. A expectativa é de que até julho ela esteja apta a receber a criança ou adolescente destinado ao acolhimento. Visando sensibilizar os leopoldenses para participarem do Família Acolhedora, um seminário será realizado no dia 31, das 9 às 11 horas, na Escola de Gestão Pública, localizada junto ao prédio da Prefeitura. Durante o evento, equipes farão a apresentação do serviço e tirarão dúvidas dos interessados.

“Queremos que mais famílias se motivem a se desafiarem ao afeto e ao vínculo porque é isso que marca, é isso que fica”, comenta a chefe do serviço de Família Acolhedora em São Leopoldo, Sara Fernandes. O serviço permite um atendimento individualizado às crianças e adolescentes, para que elas possam ressignificar experiências vividas e para que saibam que nem todo o adulto vai lhes causar dor”, completa Sara.

Instituições abrigam 57 menores

De acordo com a psicóloga e diretora de Proteção Social Especial da SAS, Loreto Riveros, hoje 57 crianças e adolescentes encontram-se acolhidos nas três entidades da cidade: Casa Aberta, Casa de Acolhimento Clara Francisco e Apramor.

“Há alguns anos tínhamos 180 crianças acolhidas havendo, inclusive, a necessidade da compra de vagas em outras cidades. Com o passar do tempo, houve o amadurecimento da rede e, agora, temos estes quatro serviços como alternativas ao acolhimento institucionalizado, em formato de abrigo, que é muito danoso” comenta.

“Nos serviços como o Família Acolhedora a criança e o adolescente não são tratados como ‘mais um’, num momento tão peculiar na vida deles e isso faz uma enorme diferença nas relações delas e na constituição de suas próprias famílias no futuro”, reforça Loreto.

Como se inscrever

Interessados em participar do Família Acolhedora em São Leopoldo podem se inscrever diretamente na sede da SAS, na Rua São Joaquim, 600. Mais informações podem ser obtidas por meio do WhatsApp 99337-7250, na aba da secretaria no site da Prefeitura  ou no Instagram @sas_saoleo.

Serviço existe desde 2018 em Sapucaia do Sul

O serviço de família acolhedora já existe em Sapucaia do Sul desde 6 de junho de 2018. Podem se candidatar pessoas maiores de 18 anos, que residam em Sapucaia, com disponibilidade de tempo, interesse em oferecer proteção e afeto, que tenham concordância em realizar o acolhimento por parte de todos os membros da família, parecer psicossocial favorável, sem antecedentes criminais e sem estar no cadastro de adoção.

O município dispõe de uma bolsa auxílio para o custeio das necessidades básicas do período de acolhimento das crianças e adolescentes. Para mais informações entrar em contato pelo WhatsApp (51) 99252-8659.

Outros serviços disponibilizados em São Leopoldo

Guarda subsidiada

A ideia da guarda subsidiada é buscar alguém próximo da família, que possa cuidar da criança, com a ajuda de custo, no valor de um salário mínimo. As pessoas não podem solicitar a guarda subsidiada diretamente, tudo é escolhido e tramitado judicialmente. Com isso, a criança pode ficar junto do seio familiar, da vivência na sua comunidade, evitando que precise ser colocada no acolhimento e ela tenha que mudar de escola e ter dificuldade de falar com amigos e colegas. Essa é a primeira abordagem que será tomada após casos que demandem a perda da guarda temporária.

Apadrinhamento afetivo

O apadrinhamento destina-se a crianças, adolescentes e jovens de 5 a 21 anos que encontram-se em acolhimento institucional e/ou república de jovens, oportunizando a convivência familiar e comunitária, respeitando a diferença de 16 anos entre afilhados e padrinhos. Trata-se de um programa de engajamento voluntário, cujo objetivo é o compromisso e a responsabilidade do padrinho de tornar-se referência efetiva e uma figura presente na vida do abrigado com vínculos familiares fragilizados, oferecendo-lhe atenção e acolhida sensível através da integração social e comunitária, oportunizando vivências singulares fora do contexto de abrigamento institucional.

República para jovens

A república possibilita até 10 vagas para jovens de ambos os sexos, de 18 a 21 anos, em especial egressos de serviços de acolhimento para crianças e adolescentes, O acesso se dará por meio da rede socioassistencial, através dos serviços de acolhimento da cidade. O serviço, com a estrutura de uma residência privada, conta com uma coordenação específica e equipe técnica de referência para acompanhamento psicossocial, encaminhamentos para rede, apoio na gestão da moradia, bem como com serviços administrativos, possibilitando o processo de construção de autonomia pessoal e o desenvolvimento de autogestão, autossustentação e independência. 

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