HABITAÇÃO
São Leopoldo busca meios para amenizar histórico déficit de 10 mil moradias
Nova secretária da Habitação, Karina Camilo além do avanço na regularização fundiária, projeta retomada de projetos do PAC e Minha Casa Minha Vida
Última atualização: 07/03/2024 16:30
Ampliar a regularização fundiária e buscar a construção de novas moradias para reduzir o déficit habitacional no Município. É com essa tarefa que Karina Camillo Rodrigues assume nessa quinta-feira (11) a Secretaria de Habitação (Semhab) leopoldense no lugar da irmã Andréia Camillo Rodrigues. A posse ocorre às 15 horas na Escola de Gestão do Centro Administrativo.
Assistente social diplomada, dirigente estadual do Movimento Nacional de Luta Pela Moradia (MNLM) e integrante do PT há 20 anos, Karina é referência na área do cooperativismo e produção habitacional. Também é uma das coordenadoras da Rede Solidária São Léo, que organiza a doação de alimentos para áreas da periferia do Município junto a outras entidades.
Em entrevista ao Jornal VS, Karina relata sua expectativa para reassumir a pasta que comandou em 2018 e destaca a tarefa de buscar polícias habitacionais do governo federal para São Leopoldo.
Entrevista: Karina Camillo Rodrigues
Jornal VS - Quais serão as prioridades da sua gestão à frente da Habitação?
Karina Camillo - Entre as nossas prioridades neste retorno à pasta da Habitação, está primeiramente dar continuidade ao trabalho de Regularização Fundiária que tem sido desenvolvido desde 2018, com o Programa Regulariza São Léo, que já beneficiou mais de 8 mil famílias moradoras de loteamentos públicos e privados, muitos deles que aguardavam há mais de duas décadas por escritura e regularização.
Esta ação, além de garantir retorno ao Município, com a regularização, ainda garante o direito à terra, ou se preferir, o direito à propriedade. Entre os trabalhos da Semhab do próximo período está a regularização fundiária do Parque Mauá, um loteamento de 1960, ou seja, de mais de cinquenta anos e com aproximadamente 800 famílias, que iniciamos em 2022 em parceria com a empresa ATL Projetos e Cidades.
Com o retorno do governo Lula e a retomada do Programa Minha Casa Minha Vida, temos também como prioridade acompanhar as demandas reprimidas de três grandes projetos do PAC (o PAC Kruze, o PAC Manteiga e o PAC Cerquinha), com a construção das unidades habitacionais, e especialmente com a execução do Trabalho Técnico Social das famílias cadastradas. E ainda, precisamos buscar solução para os conflitos fundiários do Município, que há décadas aguardam por uma resolução. Entre os exemplos a Ocupação Steigleder, a Ocupação Justo e outras áreas em situação semelhantes.
VS - Qual é o déficit habitacional de São Leopoldo? Como solucionar o problema?
Karina - Atualmente, falar no déficit habitacional do Município, é um desafio. Em razão da vulnerabilidade socioeconômica vivida por inúmeras famílias de nossa cidade nos últimos anos, seja com a ausência de políticas habitacionais e socioassistenciais ao nível federal, seja com o agravamento das condições de vida da população por consequência da pandemia por Covid-19, e também o atraso na divulgação dos dados do Censo, não se tem a dimensão do problema em números.
Em São Leopoldo, estima-se que 10 mil famílias morem em áreas de ocupações, a realidade da falta de moradia é visível e concreta, fazendo parte do dia a dia dos atendimentos da Secretaria de Habitação, e da minha trajetória junto às ocupações urbanas do Município. Estamos ainda em análise da possibilidade de uma revisão do Plano Local de Habitação de Interesse Social (PLHIS), que possa apontar um diagnóstico mais adequado do cenário com o qual poderemos planejar estrategicamente as ações dos próximos anos, buscando atenuar o déficit habitacional.
VS - Com a crise econômica, famílias tiveram de abandonar o aluguel e buscar viver em ocupações. Como está o processo de regularização fundiária? Qual sua meta até 2024?
Karina - A realidade das ocupações de São Leopoldo é diversa: há ocupações em áreas privadas – que exige resolução de conflitos fundiários, áreas públicas, ocupações em áreas ambientalmente sensíveis, etc. Essa diversidade nos exige diferentes intervenções antes da instauração da regularização fundiária. Como meta queremos fortalecer o Programa Regulariza São Léo que hoje conta com 20 áreas e documentações em análise dentro da Semhab, e com o lançamento do Programa Regulariza Mais São Léo, estaremos incluindo outras 27 áreas e loteamentos passíveis de regularização, diante do trabalho a ser desenvolvido.
VS - Para solucionar o problema habitacional, a população precisa de moradia. A secretaria tem projetos em vista?
Karina - Recentemente tanto o prefeito Vanazzi, quanto a secretária Andréia estiveram em Brasília pleiteando os recursos para a urgente retomada da produção habitacional, especialmente com as unidades do PAC, que são aproximadamente 600. Além disso, o setor do Urbanismo está com diversos projetos da iniciativa privada sendo analisadas que também deverão se adequar ao Minha Casa, Minha Vida, - faixa 1, para atender a demanda da população que mais precisa e está há anos sem essa perspectiva. Então a expectativa é muito boa, até pelo histórico significativo do Município frente a produção habitacional. Compartilhamos desta ansiedade.
Ampliar a regularização fundiária e buscar a construção de novas moradias para reduzir o déficit habitacional no Município. É com essa tarefa que Karina Camillo Rodrigues assume nessa quinta-feira (11) a Secretaria de Habitação (Semhab) leopoldense no lugar da irmã Andréia Camillo Rodrigues. A posse ocorre às 15 horas na Escola de Gestão do Centro Administrativo.
Assistente social diplomada, dirigente estadual do Movimento Nacional de Luta Pela Moradia (MNLM) e integrante do PT há 20 anos, Karina é referência na área do cooperativismo e produção habitacional. Também é uma das coordenadoras da Rede Solidária São Léo, que organiza a doação de alimentos para áreas da periferia do Município junto a outras entidades.
Em entrevista ao Jornal VS, Karina relata sua expectativa para reassumir a pasta que comandou em 2018 e destaca a tarefa de buscar polícias habitacionais do governo federal para São Leopoldo.
Entrevista: Karina Camillo Rodrigues
Jornal VS - Quais serão as prioridades da sua gestão à frente da Habitação?
Karina Camillo - Entre as nossas prioridades neste retorno à pasta da Habitação, está primeiramente dar continuidade ao trabalho de Regularização Fundiária que tem sido desenvolvido desde 2018, com o Programa Regulariza São Léo, que já beneficiou mais de 8 mil famílias moradoras de loteamentos públicos e privados, muitos deles que aguardavam há mais de duas décadas por escritura e regularização.
Esta ação, além de garantir retorno ao Município, com a regularização, ainda garante o direito à terra, ou se preferir, o direito à propriedade. Entre os trabalhos da Semhab do próximo período está a regularização fundiária do Parque Mauá, um loteamento de 1960, ou seja, de mais de cinquenta anos e com aproximadamente 800 famílias, que iniciamos em 2022 em parceria com a empresa ATL Projetos e Cidades.
Com o retorno do governo Lula e a retomada do Programa Minha Casa Minha Vida, temos também como prioridade acompanhar as demandas reprimidas de três grandes projetos do PAC (o PAC Kruze, o PAC Manteiga e o PAC Cerquinha), com a construção das unidades habitacionais, e especialmente com a execução do Trabalho Técnico Social das famílias cadastradas. E ainda, precisamos buscar solução para os conflitos fundiários do Município, que há décadas aguardam por uma resolução. Entre os exemplos a Ocupação Steigleder, a Ocupação Justo e outras áreas em situação semelhantes.
VS - Qual é o déficit habitacional de São Leopoldo? Como solucionar o problema?
Karina - Atualmente, falar no déficit habitacional do Município, é um desafio. Em razão da vulnerabilidade socioeconômica vivida por inúmeras famílias de nossa cidade nos últimos anos, seja com a ausência de políticas habitacionais e socioassistenciais ao nível federal, seja com o agravamento das condições de vida da população por consequência da pandemia por Covid-19, e também o atraso na divulgação dos dados do Censo, não se tem a dimensão do problema em números.
Em São Leopoldo, estima-se que 10 mil famílias morem em áreas de ocupações, a realidade da falta de moradia é visível e concreta, fazendo parte do dia a dia dos atendimentos da Secretaria de Habitação, e da minha trajetória junto às ocupações urbanas do Município. Estamos ainda em análise da possibilidade de uma revisão do Plano Local de Habitação de Interesse Social (PLHIS), que possa apontar um diagnóstico mais adequado do cenário com o qual poderemos planejar estrategicamente as ações dos próximos anos, buscando atenuar o déficit habitacional.
VS - Com a crise econômica, famílias tiveram de abandonar o aluguel e buscar viver em ocupações. Como está o processo de regularização fundiária? Qual sua meta até 2024?
Karina - A realidade das ocupações de São Leopoldo é diversa: há ocupações em áreas privadas – que exige resolução de conflitos fundiários, áreas públicas, ocupações em áreas ambientalmente sensíveis, etc. Essa diversidade nos exige diferentes intervenções antes da instauração da regularização fundiária. Como meta queremos fortalecer o Programa Regulariza São Léo que hoje conta com 20 áreas e documentações em análise dentro da Semhab, e com o lançamento do Programa Regulariza Mais São Léo, estaremos incluindo outras 27 áreas e loteamentos passíveis de regularização, diante do trabalho a ser desenvolvido.
VS - Para solucionar o problema habitacional, a população precisa de moradia. A secretaria tem projetos em vista?
Karina - Recentemente tanto o prefeito Vanazzi, quanto a secretária Andréia estiveram em Brasília pleiteando os recursos para a urgente retomada da produção habitacional, especialmente com as unidades do PAC, que são aproximadamente 600. Além disso, o setor do Urbanismo está com diversos projetos da iniciativa privada sendo analisadas que também deverão se adequar ao Minha Casa, Minha Vida, - faixa 1, para atender a demanda da população que mais precisa e está há anos sem essa perspectiva. Então a expectativa é muito boa, até pelo histórico significativo do Município frente a produção habitacional. Compartilhamos desta ansiedade.