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AÇÃO HISTÓRICA

São Francisco de Paula terá primeiro prédio tombado na história; evento celebrará ato

Com tombamento, ideia da Secretaria de Turismo é transformar o local em um centro cultural

Fernanda Steigleder Fauth
Publicado em: 23/11/2024 às 14h:28
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 São Francisco de Paula poderá ter o seu primeiro imóvel público com registro de tombamento. Um prédio histórico, conhecido como Casa Amarela e que já abrigou desde quartel até secretarias municipais e, no último ano, estava fechado, terá sua proteção celebrada em evento agendado para a quinta-feira, dia 28.

Casa Amarela será primeiro prédio histórico tombado



Casa Amarela será primeiro prédio histórico tombado

Foto: Lúcia Pires/Especial

O evento comemorativo foi uma iniciativa do projeto Memórias de São Francisco de Paula. “O projeto olha, faz documentários, rodas de memória sobre a história e bens da cidade. E essa casa entra para o projeto de educação patrimonial”, afirma a idealizadora Lúcia Pires.

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Além do anúncio do tombamento, a Secretaria de Turismo, Desporto e Cultura fará o comunicado que o local deve ser o primeiro a abrigar a história de São Chico, assim como deve ser transformado em um centro de manifestações culturais.

“Queremos que essa casa seja um lugar de memórias, que possa contar e preservar a história do município e receber ações culturais. Seja um espaço público para isso, pois hoje não há. Nossa intenção é colaborar com a construção da cultura em nossa cidade”, reitera Lúcia.

O início

Conforme o secretário do Turismo, Desporto e Cultura da cidade, Rafael Castello, a proposta de preservar bens históricos surgiu a partir do levantamento do inventário material e imaterial, ainda em 2017. Uma lei municipal para regularizar os tombamentos também precisou ser criada.

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“Fizemos convênio com o Iphae [Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado do Rio Grande do Sul] em 2018 e começamos a criar elementos necessários para que chegássemos a esse momento histórico, que é o tombamento desse lugar incrível e que precisa ter o uso devido”, conta.

A transferência das pastas administrativas para a sede da Prefeitura surgiu justamente pelos projetos de manter a história da cidade viva.

Mudanças

A casa precisará passar por reformas. “Iniciamos uma pintura na fachada, lixamos, tudo no lado externo, para que possamos fazer algo grande, como melhorias no telhado, rede elétrica. A alvenaria não está tão precária, mas vai precisar passar por cuidados. Queremos transformar essa casa num grande centro de cultura e de memória”, relata Rafael.

A ideia ainda é “rechear” o local com documentos históricos, criar galeria de ex-prefeitos, além de acervos fotográficos e literários. “Transformar a Casa Amarela em um lugar que as pessoas conheçam a história de mais de 100 anos de São Chico, que ela seja preservada. Queremos envolver a comunidade, as escolas, é um trabalho minucioso”, descreve o secretário.

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Outros prédios na cidade estão sendo inventariados, como o José de Alencar e aqueles em que funcionam o Fórum e a Brigada Militar. A ideia, ainda, é fazer um trabalho com a comunidade de conscientização.

Evento especial com música será promovido pelo projeto Memórias

No dia 28 de novembro, a partir das 19 horas, o projeto Memórias de São Francisco de Paula promoverá a Noite na Casa Amarela, uma apresentação de artistas da cidade diante da edificação centenária, na esquina da Avenida Júlio de Castilhos com Rua 3 de Outubro.

O evento será conduzido pela banda Chico Santo, com participações do gaiteiro Leonel Almeida e do roqueiro, morador da cidade, Alemão Ronaldo. A abertura terá a presença do secretário de Turismo, que fará o anúncio do primeiro bem que terá seu tombamento, na história de São Chico. “É um orgulho”, finaliza Castello.

Local abrigou cadeia civil e até quartel no início dos anos 1900

em 1906, pela Prefeitura. Na época, o investimento realizado foi de um conto e quinhentos mil réis. No local, foram construídos o quartel, a cadeia civil e o edifício da Intendência. A edificação passou por pelo menos duas grandes reformas, que mudaram o aspecto externo.

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A primeira, na década de 1930, durante a gestão do prefeito Antônio Viríssimo Ribeiro, quando o prédio original foi considerado “velho e anti-higiênico”. A reforma que reconstruiu e ampliou o edifício custou à época 30 contos de réis e foi inaugurada em 31 de janeiro de 1934.

A outra grande mudança foi citada em entrevista ao jornal Folha da Serra, em 14 de setembro de 1946. O então prefeito Alziro Torres Filho mencionou ter realizado, em sua gestão, uma espécie de reconstrução do prédio. A intervenção é notada em fotos da fachada.

O imóvel abrigou o gabinete dos prefeitos até 2005.

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