Afastado do cargo por ordem judicial, o vice-prefeito e secretário municipal de Saúde de Santa Cruz do Sul, Elstor Desbessell (Progressistas), falou na tarde desta terça-feira (14) sobre a Operação Controle, dedencadeada na cidade do Vale do Rio Pardo pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público gaúcho.
Foto: Jacson Miguel Stülp/ Câmara de Vereadores de Santa Cruz do Sul
A Operação Controle investiga supostas irregularidades em licitações de obras públicas e contratos de aluguel firmados pela Prefeitura de Santa Cruz. Dez agentes públicos foram afastados dos cargos. O Ministério Público chegou a pedir a prisão de empresários, mas a Justiça determinou apenas o pagamento de fiança de mais de R$ 1 milhão.
Segundo o promotor João Beltrame, coordenador regional do Gaeco, a suspeita é de fraude em licitação e lavagem de dinheiro. O prejuízo aos cofres públicos pode passar dos R$ 40 milhões. A investigação já dura um ano e meio e, segundo o promotor, engenheiros de empresas chegavam a fazer os projetos de obras, direcionando as licitações.
Em entrevista coletiva na tarde desta terça-feira, o vice-prefeito afastado disse que é inocente. Ele nega qualquer tipo de irregularidade e afirma desconhecer o motivo pelo qual está entre os investigados. “Não tenho rabo preso com ninguém e não sei do que estou sendo acusado. Estou curioso para saber”, desabafou.
O vice-prefeito lembrou que, no ano passado, foi secretário municipal do Planejamento, secretaria que controla licitações e andamento de obras públicas em Santa Cruz. “Por determinação legal o secretário de Planejamento assina os projetos. Tenho certeza que nenhuma irregularidade foi cometida. Confio em nossos servidores.”
Elstor Desbessell disse ainda que tem 38 anos de vida pública sem qualquer apontamento. Ele é aposentado da Prefeitura, onde já foi secretário da Fazenda. Também foi vereador por dois mandatos. “Não há provas de que cometi qualquer irregularidade. Vamos pedir acesso à investigação, apresentar defesa e voltar ao trabalho o mais breve possível. Estou muito tranquilo, mas ao mesmo tempo muito chateado. Jogaram meu nome na lama.”
O vice-prefeito criticou a operação do Ministério Público, dizendo que as contas da Prefeitura referentes a 2022 já foram aprovadas pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE). “O Ministério Público não confia no trabalho do Tribunal de Contas”, perguntou Desbessell.
A exemplo da prefeita Helena Hermany (Progressistas), o vice-prefeito disse que a operação e seus desdobramentos deverão paralisar obras importantes que estão em andamento em Santa Cruz. “E quem perde com isso é a população. Lamento muito”, pontuou.
Elstor Desbessell disse ainda que a Operação Controle deixa ainda “um estrago político”, mas que segue como pré-candidato ao governo em 2024 ao lado da atual prefeita. “A prefeita está comigo e confia em mim. Tentaram desestabilizar a base do governo, mas vamos sair mais fortalecidos”, salientou.
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