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DOR DE CABEÇA

Saiba quais os problemas que têm feito idosos recorrerem ao Procon de Novo Hamburgo

No ano passado, órgão de defesa do consumidor prestou mais de 4,3 mil atendimentos, quase a metade a pessoas acima de 60 anos

Susete Mello
Publicado em: 10/01/2024 às 07h:00 Última atualização: 10/01/2024 às 16h:04
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Pessoas com mais de 60 anos foram as que mais procuraram atendimento no Procon hamburguense no ano passado. Dos 4.363 atendimentos, 1.941 são consumidores a partir dessa faixa etária, representando 44% da procura pelo serviço. É esse público, conforme levantamento do órgão, que busca soluções em assuntos financeiros, que lidera a demanda. Em 2023, 2.048 atendimentos foram relativos à essa área.

Procon fica na Rua David Canabarro, 20, no Centro | abc+



Procon fica na Rua David Canabarro, 20, no Centro

Foto: Susi Mello/GES-Especial

Conforme a diretora administrativa do Procon, Fabiana Loreni da Rosa, são três situações que lideram as reclamações nessa faixa etária, todas envolvendo empréstimos consignados.

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A primeira delas é a falsa portabilidade de consignado. Na prática, explica, correspondentes bancários entram em contato telefônico com consumidores que já possuem empréstimos e os convencem a fazer a portabilidade para outro banco, no qual terá alguma vantagem, como parcelas menores e ou juros reduzidos. “O problema é que, ao aceitar a proposta, a pessoa, na verdade, está contratando um novo empréstimo”, explica.

A segunda situação é quando a instituição financeira realiza o empréstimo sem autorização do beneficiário. Ao ver o extrato detalhado do INSS, com o desconto, o beneficiário descobre o empréstimo e o valor creditado em sua conta. Daí recorre ao Procon para maiores esclarecimentos.

E, por fim, há o refinanciamento. Nessa situação, o consumidor é contatado via telefone onde lhe é ofertado um refinanciamento, o qual o consumidor tem a promessa de receber um “troco”. “Só que, na verdade, é um reparcelamento do empréstimo existente”, esclarece Fabiana.

Fabiana salienta que, apesar de serem proibidos, de acordo com o Código de Defesa do Consumidor, Estatuto Idoso e Lei do Superendividamento, de fazerem qualquer tipo de publicidade para aposentados, algumas instituições financeiras descumprem essa regra e assediam livremente pessoas idosas.

Principais demandas no ano passado

De acordo com os dados do sistema nacional de atendimento ao consumidor (Proconsumidor), no Procon hamburguense, a maior parte dos consumidores atendidos está entre os idosos. De 61 a 70 anos foram 1.143 atendimentos e acima de 70 anos foram 798. De 51 a 60 anos (879), 41 a 50 anos (864), 31 e 40 anos (405), de 21 a 30 anos (250) e o restante até 20 anos.

Os atendimentos por área foram: serviços financeiros (2.048), telecomunicação (754), produtos eletrônicos (257), água, energia e gás (147), saúde (137), educação (107), telefonia (102), turismo (43), transporte (37), habitação (32), alimentos (7) e o restante a demais produtos.

Procon descobriu até golpe de sobrinho

Idosos que confiam suas movimentações bancárias a conhecidos também devem ficar atentos. Uma idosa de 65 anos, por exemplo, foi vítima de um golpe do sobrinho.

A consumidora procurou o Procon chorando, pois havia débitos em sua conta que ela não reconhecia a procedência. O extrato consignado do INSS apresentava um empréstimo de R$ 10 mil, feito em junho de 2023, com parcelas de 404 reais. “Ela alegava desconhecer a contratação e que não tinha este valor na sua conta”, explica Fabiana.

O Procon contatou com o banco, solicitou extrato da conta da idosa, onde constava que nos dias 14 e 15 de junho foram realizadas movimentações via Pix, nos valores de R$ 5 mil e R$ 4.070,00 para o titular do CPF.

“Eu perguntei se ela tinha Pix e aplicativo do banco, e ela não tinha. Com o relatório do banco descobrimos a pessoa que tinha recebido o valor pelo Pix era o sobrinho dela”, lembra. A idosa contou que foi morar com o familiar em outro Estado e, por isso, confiou a administração de sua conta. O Procon entrou em contato com o banco, solicitando o bloqueio dos dispositivos que possuíam o acesso à conta da consumidora.

Dicas para não cair em golpes e perder dinheiro

Fabiana orienta que o consumidor não responda ou fale com qualquer pessoa que ligar dizendo ser de um banco ou de instituição financeira. E completa: “se for alguém que diz ser do INSS, pior ainda. O INSS não vai te ligar para nada. É golpe na certa”, arremata.

A primeira dica é sempre dizer não ao telefone. “Não confirma nome, nem CPF. Se precisar fazer atualização de dados, vá até o INSS, vá até o banco. Nunca por telefone”, recomenda Fabiana.

Outro aspecto abordado por Fabiana recai sobre os cuidados com o contrato que é assinado. “Muitos abrem uma conta, não leem o contrato e acabam pagando algum seguro. Por isso, reforço que a leitura do contrato é um direito do consumidor”, frisa.

Fabiana recomenda que, se for o caso, não precisa assinar na hora. “Geralmente, o atendente vai pressionar, dizer que tem que ser na hora para que o consumidor tenha a oferta exclusiva para o dia. É melhor perder a oferta do que arrumar um problema maior. Então, sempre, nesses casos, leia o contrato, peça explicação e, se necessário, pode trazer o contrato para nós conferirmos”, salienta.

Horários de atendimento

No horário de verão, os atendimentos para moradores de Novo Hamburgo ocorrem do meio-dia às 17 horas, nas segundas; das 9 às 15 horas, de terça a quinta-feira; e das 8 às 13 horas, nas sextas.

É preciso agendar. Pode ser pessoalmente no Procon (Rua David Canabarro, 20, Centro) ou pelos telefones (51) 3581-9531 e (51) 3097-9444. Pelo WhatsApp, o contato é (51) 99750-0023.

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