EDUCAÇÃO GAÚCHA
Saiba o que muda na educação gaúcha com as novas leis para a área
Com projetos sancionados no início deste ano, governo gaúcho espera melhorar os índices educacionais do Estado
Sancionados pelo governador Eduardo Leite (PSDB) no seu retorno das férias, os cinco projetos de lei voltados à educação do Estado começaram a valer no início deste ano. Da mesma forma, inicia também a contagem dos prazos estipulados para que os mesmos saiam do papel e irão alterar a forma de gerir a educação gaúcha.
As mudanças fazem parte da aposta do Executivo para melhorar a qualidade do ensino no Estado, que já foi referência para o País, mas viu os índices caírem ao longo do tempo. Em 2021 a educação gaúcha manteve a nota geral 6 no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), mesmo resultado obtido dois anos antes.
E é justamente a melhoria dos resultados do Ideb que serve como guia mestre para o principal projeto que agora é lei. O Marco Legal da Educação propõe, entre outras medidas, a universalização da educação infantil, alfabetização na idade certa e ampliação do ensino integral.
Mas o ponto mais polêmico do projeto era a municipalização do ensino fundamental a partir de 2025. O projeto cria a Comissão Intergestores Bipartite da Educação (Cibe), um novo órgão que ficará responsável pela relação entre governos municipais na gestão de recursos e definição das políticas educacionais, que a partir do Marco devem ser unificadas em todo o Estado.
O primeiro prazo que começa a correr é a pactuação das metas a serem definidas pelo Cibe. Dentro de um ano essas metas precisam estar definidas e serem acatadas pelos municípios.
De acordo com a nova lei, municipalizar as vagas de educação infantil e anos iniciais do ensino fundamental estão entre as prioridades. Para isso, o Marco Legal reforça o precedente para que vagas sejam contratadas junto às redes privadas de ensino.
A educação integral é um dos mais ambiciosos, já que a nova lei prevê que 70% dos estudantes do ensino médio estejam matriculados nesta modalidade até 2028. A aposta não se resume aos adolescentes que integram o ensino médio, mas também há previsão de que a mesma chegue a outras faixas etárias.
Mais poder no Conselho
Um outro tema espinhoso foi a mudança na composição do Conselho Estadual de Educação (CEEd). Criado em 1992, o órgão de caráter consultivo, será reduzido e passa a ter maior ingerência do governador.
O novo CEEd passa de 21 para 20 integrantes, com o líder do Executivo podendo indicar de forma livre metade. A lei anterior previa que o governador poderia escolher sete conselheiros de forma livre, enquanto os outros 15 seriam indicados por representantes da comunidade escolar.
A partir do novo Marco, serão 10 indicações diretas do governador e outros 10 nomes escolhidos entre representantes da rede de ensino e também do Ministério Público (MP/RS). Contudo, esses nomes também devem passar pela aprovação do chefe do Executivo gaúcho, que irá analisar os nomes de uma lista tríplice. Os novos critérios e regras para a escolha dos conselheiros começam a valer a partir do dia 16 de abril deste ano.
As novas leis também alteraram a gestão direta das escolas estaduais, que permanecem com a escolha dos diretores a partir de eleições com participação de toda a comunidade escolar. Contudo, as candidaturas passarão por uma “pré-seleção dos candidatos realizada pela Secretaria da Educação.”
Profissionalizante
Mais bem aceito dos projetos enviados ao Legislativo gaúcho, a nova lei que cria Política Estadual de Educação Profissional e Técnica recebeu 48 votos favoráveis e apenas dois contrários, tendo apoio inclusive da bancada de oposição.
A nova lei prevê uma expansão gradativa de ofertas de cursos profissionalizantes e técnicos, prevendo inclusive o incentivo para a contratação de estudantes na modalidade jovem aprendiz pelas empresas. Todas estas novas leis já estão em vigor, e começam a ser implementadas na rede de ensino do Estado este ano.