A investigação sobre a morte de Mariane Rosa da Silva Aita, de 39 anos, no Hospital São Francisco de Assis, em Parobé, foi concluída pela Polícia Civil.
O médico responsável pelo parto foi indiciado por homicídio culposo, quando não há intenção de matar. O relatório será enviado ao Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) nesta quarta-feira (1º).
Mariane passou por uma cesárea na casa de saúde em 12 de junho. Após a alta, a mulher começou a sentir dores abdominais e, no mês de agosto, precisou ser internada novamente. Ela passou por nova cirurgia, mas não resistiu e morreu no dia 23 de agosto, no mesmo hospital.
Ela tinha seis filhos: a bebê de três meses, outra de 10 anos, um jovem de 22, e três meninos, de 11, 8 e 4 anos.
“Houve o indiciamento do médico responsável pelo crime de homicídio culposo. Quanto ao hospital, foram ouvidas profissionais que lá atuam”, afirma o delegado Francisco Leitão, titular da Delegacia de Parobé.
O corpo da vítima passou por necropsia, mas a causa da morte não ficou clara. “No laudo pericial foi apontado causa mortis como desconhecida.” Mesmo assim, a Polícia diz que há indícios de negligência na conduta do obstetra.
A Polícia não divulgou o nome do médico, mas a reportagem apurou que trata-se de Joaquim Dellamora Mello. Ele não foi localizado até a publicação para dar seu contraponto. O espaço está aberto para manifestação.
Obstetra não trabalha mais no hospital
No dia 25 de agosto, o hospital afastou o médico responsável pelo parto de Mariane. Nesta quarta-feira, a Associação Beneficente de Parobé afirmou à reportagem que o obstetra não faz mais parte do quadro de funcionários.
Relembre
A mãe de Mariane, Márcia Rosa da Silva, é quem tem tomado conta de cinco dos seis netos; a menina mais velha está com uma irmã de Márcia. Em outubro, a avó das crianças contou à reportagem da dificuldade que tem sido amparar os netos ao mesmo tempo em que lida com a própria dor. “Muito difícil, é uma perda que não tem reparação.”
De acordo com a família, no dia 14 de agosto, devido às dores pós-parto, Mariane, que havia se mudado para Novo Hamburgo, foi levada a uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade, no bairro Canudos. Parentes afirmam que um exame de ultrassom constatou um corpo estranho apontado como gaze na parte de baixo esquerda do abdômen dela.
Da UPA, ela foi encaminhada de volta a Parobé, onde ficou internada na unidade de terapia intensiva (UTI). Após nove dias na casa de saúde, veio a óbito.
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