ESTRADA PERIGOSA

RS-239: Onde ficam os trechos mais perigosos da rodovia?

Percurso de Novo Hamburgo é o terceiro que mais registra acidentes com mortes entre janeiro de 2023 e março de 2024; veja os outros

Publicado em: 02/04/2024 10:15
Última atualização: 02/04/2024 10:33

Entre janeiro de 2023 e março de 2024, a RS-239 registrou 12 acidentes com morte no trecho compreendido entre os quilômetros 13 e 48. Os dados são referentes a episódios que resultaram em morte até o registro da ocorrência policial.  

O índice é 42,8% menor que o número de casos registrados em 2021, por exemplo, quando foram computados 21 acidentes fatais entre Estância Velha e Taquara.

Mesmo assim, as mortes na rodovia seguem preocupando pedestres, motoristas que trafegam diariamente pelo trecho, além de autoridades municipais e o Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM).


Grande circulação de pedestres ao longo da RS-239 e a falta de passarelas, associada à imprudência de motoristas, é uma das principais causas de acidentes fatais Foto: Isaías Rheinheimer/GES-Especial

Em um levantamento feito pelo Grupo Rodoviário de Sapiranga a pedido do Jornal NH, foi possível verificar que Sapiranga e Parobé dividem o topo do ranking de mortes na RS-239, com quatro ocorrências cada.

Logo após, aparece o trecho de Novo Hamburgo como o mais letal, com três acidentes que resultaram em óbito.

Em Araricá, houve apenas um acidente com morte. Nos trechos de Campo Bom, Nova Hartz e Taquara não foram computados acidentes fatais no período.

Em Sapiranga, as mortes ocorreram entre os quilômetros 26 e 31 (entre a área central e o bairro Sete de Setembro), trecho com grande concentração urbana e que não há passarelas. Somente em 2024, três pessoas perderam a vida no trecho.

Já em Parobé, há dois pontos perigosos, conforme as estatísticas. Um deles é o quilômetro 43, na altura da Mosmann Alimentos, e o outro é o quilômetro 47, na altura da chamada “sinaleira do Rubinho”.

Em cada um destes pontos, duas pessoas morreram em acidentes nos últimos 12 meses. Aliás, os dois últimos acidentes com morte na RS-239 foram registrados em Parobé, no quilômetro 47.

Em Novo Hamburgo, duas mortes aconteceram na altura do quilômetro 16, entre o campus 2 da Feevale e o viaduto da São Jorge. A outra ocorrência foi no quilômetro 15, próximo a uma casa noturna.

Reivindicações são feitas à EGR

Em fevereiro, a prefeitura de Sapiranga e o comando do 3º Batalhão Rodoviário encaminharam reivindicações à Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) para tentar reduzir os indicadores de mortes na 239.

A 2ª Companhia do CRBM, comandada pelo capitão Rodrigo Frazzon, encaminhou ofício com mais de dez apontamentos, onde expõe a necessidade de construção de passarelas ao longo da rodovia e a instalação de barreiras para impedir a travessia de pedestres em locais inapropriados.

Além disso, segundo o Comando Rodoviário, a escuridão na rodovia também é um problema.

A prefeitura de Sapiranga reforçou o pedido de passarelas no trecho urbano e solicitou a instalação de mais um controlador de velocidade na parte central, próximo a fábricas, onde existia um controlador que foi retirado.

Ainda, reivindicou outras melhorias, como a conclusão das alças viárias nas ruas laterais e as próprias pistas laterais ao longo do trecho.


Em Novo Hamburgo, as mortes ocorreram entre o campus 2 da Feevale e o viaduto da São Jorge, mas desde a instalação de iluminação pública, não foram mais registrados acidentes no perímetro hamburguense Foto: Isaías Rheinheimer/GES-Especial

No caso de Novo Hamburgo, além dos moradores dos bairros São Jorge e São José, a prefeitura também cobrou formalmente da EGR a instalação de uma passarela de pedestres na altura da Rua Germano Gerhardt, próximo ao controlador de velocidade.

A prefeitura lembra, ainda, que no ano passado concluiu a iluminação de todo o trecho hamburguense da RS-239, em um investimento de mais de R$ 1,3 milhão, mesmo entendendo não ser competência do Município, tanto por ser rodovia estadual e principalmente por ser uma rodovia pedagiada.

Após a instalação de iluminação pública, não foram mais registrados acidentes fatais em perímetro hamburguense. O CRBM atribuiu os casos registrados em 2023, em parte, à baixa visibilidade dos motoristas devido à escuridão no trecho.

A EGR anunciou que desenvolve um estudo de viabilidade técnica e econômica referente à construção de novas passarelas na 239, mas não informou um prazo para a conclusão do estudo.

Óbitos em 2023

  • 20/01 - RS-239, km 16 - 22h30 - Novo Hamburgo - Atropelamento de pedestre que fazia a travessia da rodovia. O motorista que causou o atropelamento fugiu sem prestar socorro à vítima. O trecho não tem passarelas. O acidente aconteceu quando ainda não havia iluminação pública instalada no trecho.
  • 12/02 - RS-239, km 15 - 22 horas - Novo Hamburgo - Motorista morreu após capotar o carro. O acidente aconteceu quando ainda não havia iluminação pública instalada no trecho.
  • 12/05 - RS-239, km 43 - 18h20 - Parobé - Um pedestre foi atropelado ao atravessar a rodovia. O trecho não tem passarelas. O acidente aconteceu quando ainda não havia iluminação pública instalada no trecho.
  • 13/05 - RS-239, km 43 - 20h50 - Parobé - Outro pedestre morreu atropelado ao realizar a travessia da rodovia em um trecho que não tem passarelas e quando ainda não havia iluminação pública instalada no trecho.
  • 5/07 - RS-239, km 34 - 6 horas - Araricá - O motorista de um carro morreu ao capotar o veículo.
  • 19/07 - RS-239, km 26 - 6h40 - Sapiranga - Homem é atingido por carro e morre ao atravessar a rodovia sobre a pista em um local onde há passarela para pedestres.
  • 18/11 - RS-239, km 16 - 6h10 - Novo Hamburgo - Chovia forte quando o motorista de um carro capotou o veículo e acabou indo a óbito no local. A iluminação pública já havia sido instalada pela prefeitura.

Óbitos em 2024

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