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SEGURANÇA

RS-239: Número de atropelamentos preocupa e medidas para evitar acidentes são estudadas

Das 15 mortes registradas na rodovia este ano, quatro foram em Sapiranga, sendo três por atropelamento

Susete Mello
Publicado em: 11/09/2024 às 08h:43
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A busca por medidas estruturais que contribuam para a redução de acidentes com atropelamentos na RS-239, no trecho de Sapiranga, tem sido o desafio das autoridades policiais e do município, que encaminham pedidos à Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR). Das 15 mortes registradas neste ano na rodovia estadual, quatro foram em solo sapiranguense, sendo três por atropelamento.

Simone observa que pedestres se arriscam na rodovia | abc+



Simone observa que pedestres se arriscam na rodovia

Foto: Susi Mello/GES-Especial

A EGR informa que estuda a instalação de faixas elevadas para travessia de pedestres (semelhante a quebra-molas) em pontos estratégicos da rodovia em Sapiranga, mas não tem ainda os pontos onde serão implantadas.

“A escolha dos locais está sendo definida por meio de estudos técnicos em áreas com maior risco de atropelamentos. As faixas elevadas, além de reduzir a velocidade dos veículos, contarão com sinalização horizontal e vertical reforçada”, informa a empresa pública por meio de nota, acrescentando que somente após a conclusão dos estudos será possível prever o quilômetro da instalação.

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Passarelas

Existem três passarelas localizadas em pontos estratégicos da RS-239: uma em Parobé, no quilômetro 47,5; e duas em Sapiranga, nos quilômetros 26 e 29,5 da rodovia.

A Prefeitura de Sapiranga informa que busca por soluções que melhorem a segurança no trânsito. Depois da reivindicação por controladores de velocidade, no bairro Amaral Ribeiro, instalados em 2022, a administração afirma que a EGR não tem atendido solicitações de serviços, como conserto de buracos, bem como a implantação das alças viárias e vias laterais.

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Mureta com tela fixa e passarelas

O Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM) defende que uma das formas de evitar a travessia seria a instalação de mureta com tela fixa e, por consequência, a colocação de passarelas.

“Temos exemplos de locais com passarelas na RS-239 onde já aconteceram óbitos por atropelamento porque os pedestres passavam por baixo dela. A solução seria uma mureta e uma grade, como da BR-116, para evitar que as pessoas deixem de usar um caminho mais seguro, como a passarela ou viaduto”, afirma o soldado Maurício de Lima, do CRBM de Sapiranga.

Comandante da companhia em Sapiranga, o capitão Rodrigo Frazzon da Silveira afirma que no trecho da rodovia na cidade quase a totalidade dos acidentes com mortes são por atropelamentos. “É uma área muito industrializada e daí ocorre a travessia de pedestres.” O uso de celulares também contribui para este tipo de acidente.

Também é preciso mudar o comportamento

Ainda existem situações que passam pela mudança de comportamento de motoristas e de pedestres, que utilizam a via para sua travessia.

A comerciária Simone Castilhos, 48 anos, que trabalha em uma lancheria nas proximidades de uma passarela na Vila Irma, entre o quilômetro 26 e 27, diz que a travessia de pedestres geralmente não é feita de forma mais segura.

A poucos metros da passarela, enquanto Simone conversava com a reportagem, por volta das 11h35 de quarta-feira (4), trabalhadores atravessaram a rodovia às pressas, inclusive carregando bicicleta para chegar até o lado oposto.

Pelo menos três condutores no sentido Campo Bom-Sapiranga buzinaram diante da corrida dos pedestres para alcançar o canteiro central e, novamente, se aventurar em mais duas pistas da rodovia estadual para, finalmente, chegar ao lado contrário.

“Moro aqui há 40 anos, desde quando a RS-239 era uma pista para cada lado. E agora tem mais carros ainda”, relembra. Para a moradora, há necessidade de que os dois lados do trânsito tomem medidas. Para ela, os veículos devem reduzir a velocidade e os pedestres, usar a passarela se está próxima.

A reflexão de Simone não é por acaso. No ano passado, conta, perdeu um amigo bem perto da lancheria. “Ele atravessou na frente do carro e não teve o que fazer. Ele era morador aqui da vila”, relembra.

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