Lideranças dos vales do Sinos e Paranhana foram até Porto Alegre, ontem, cobrar medidas para melhoria da segurança na RS-239. O trecho entre Novo Hamburgo e Taquara já teve 17 mortes apenas neste ano e entre os principais problemas apresentados pelos prefeitos estão os acessos aos municípios e o trecho não duplicado, entre Taquara e Riozinho.
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Durante a audiência pública realizada na Assembleia Legislativa, as lideranças cobraram diretamente o diretor-presidente da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR), Luís Fernando Vanacôr, que esteve presente no encontro convocado pela Comissão de Assuntos Municipais. O dirigente garantiu que a rodovia é uma prioridade da estatal, mas descartou investimentos vultosos no futuro próximo.
“Hoje ela é a prioridade, tanto que estamos nas outras rodovias só recuperando prejuízos da enchente de maio. Mas o pedágio é a única receita que a EGR tem para as intervenções e fazer algum investimento”, afirmou Vanacôr, que descartou, neste momento, qualquer possibilidade grandes investimentos.
Sem a possibilidade de iniciar obras maiores, Vanacôr apontou que a EGR seguirá com intervenções menores e mais rápidas. Uma das alternativas, já colocadas em prática, é a redução da velocidade máxima de 80 para 60 km/h no trecho entre os quilômetros 22 a 28, situação que já foi sinalizada.
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Críticas
Contudo, a redução da velocidade da rodovia não foi bem aceita por todos, com foi o caso do presidente da Associação dos Municípios do Vale Germânico (Amvag), prefeito de Araricá, Flávio Foss. “Isso não é solução, as nossas cidades estão crescendo muito rápido e elas têm pressa de andar. Não adianta colocar para 60 km/h, temos que ter investimento. Diminuir a velocidade é igual amarrar um cavalo de carreira”, afirmou.
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Prefeita cobra melhorias na infraestrutura da 239
Foss não foi uma voz isolada no encontro. Outros políticos, como a prefeita reeleita de Sapiranga, Carina Nath, também consideraram a redução de velocidade insuficiente. “Precisamos sim do alargamento da pista, precisamos da instalação urgente de controladores de velocidade.”
Mesmo contrário à redução de velocidade, Foss corroborou com o entendimento de que a RS-239 adquiriu um caráter diferente com o crescimento das cidades. “Entre Estância Velha e Taquara, ela não é uma rodovia, é uma avenida de passagem entre os municípios”, avaliou o prefeito, corroborando com o entendimento da própria EGR.
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Secretário estará em próximo encontro
Um novo encontro será realizado nas próximas semanas e a expectativa é contar com a presença do secretário estadual de Parcerias e Concessões, Pedro Capeluppi, justamente para esclarecer o processo de
concessão de rodovias.
Além disso, os prefeitos devem apresentar neste encontro propostas de locais para a instalação de
passarelas ao longo da rodovia.
Deputado defende que estatal busque recursos por meio de financiamento
Presidente da comissão, Joel Wilhelm defendeu que a estatal busque financiamentos tendo o governo do Estado como fiador. “Não podemos ficar cinco anos esperando que o governo defina o que vai fazer. Por que não pensar na possibilidade para essas obras macro que a EGR possa contrair recursos de financiamento e ela mesmo executar”, sugere.
Em anos anteriores, a EGR tentou buscar empréstimos para realizar investimentos, mas os mesmos foram negados em razão de o Estado estar endividado. A situação agora é outra, mas como a RS-239 está em processo de concessão à iniciativa privada, que até hoje não saiu, e a estatal é alvo de projeto de privatização, os investimentos travaram.
Wilhelm já se mostra contrário à concessão do trecho para iniciativa privada em razão das recentes experiências na região, que acabaram, na avaliação dele, aumentando o preço do pedágio e retardando as obras. “Fizemos a concessão e as obras são feitas a conta-gotas”, afirmou durante a reunião.
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Parlamentar sugere uso de fundo para reconstrução de perdas das cheias
Outra fonte de recursos sugerida pelo deputado Wilhelm são os valores do Fundo do Plano Rio Grande (Funrigs), criado para a reconstrução do Estado após as enchentes de maio. “Estamos falando
de R$ 11 bilhões.
No primeiro momento, obviamente, para as obras de reconstrução do Estado relativas à cheia. Mas por que não tentar construir junto com o governo do Estado e federal a possibilidade de usar esse fundo também para investimentos de infraestrutura”, propõe o parlamentar.
Ele também acrescenta que se trata de uma possibilidade que seria válida em 2025 e 2026, já que o fundo é formado pela economia que o Executivo estadual terá pelos anos sem pagar a dívida com a União.
Preocupação
Em entrevista concedida após a audiência pública desta terça-feira, o deputado detalhou a sua preocupação. “O que eu acho que o governo precisa definir se vai privatizar ou se vai manter a EGR. O que está me angustiando é a indecisão de definir o que vai ser feito. Queremos ter uma posição de governo mais concreta e objetiva”, complementou o parlamentar.
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