TRANSPORTE

Rodoviária de São Leopoldo retoma serviços após enchente; confira horários de atendimento

De forma improvisada, gerente do local, Júlio Lara, tenta minimizar prejuízo de cerca de R$500 mil

Publicado em: 06/06/2024 12:54
Última atualização: 06/06/2024 13:14

Com o saguão interditado, terminal de venda de passagens improvisado e um vai e vem de passageiros ainda tímido. Assim, a Rodoviária de São Leopoldo vai retomando suas atividades após ser inundada pelas águas do Rio dos Sinos na maior enchente do Estado, registrada em maio.

Rodoviária de São Leopoldo fica na Avenida Dom João Becker Foto: Renata Strapazzon/GES-Especial
“Estou há mais de 30 anos aqui e jamais vi algo parecido. Não estávamos preparados para isso. Nenhum alerta foi emitido para que se pudesse tomar alguma atitude antecipada. Ninguém esperava algo deste tipo”, comenta o gerente do local, Júlio Lara.

Segundo ele, o espaço permaneceu fechado entre os dias 3 e 22 de maio. Cerca de 10 dias, tomado pelas águas da enchente. “Entrei de barco aqui. A água subiu cerca de 1,70 metro. Perdemos muitas coisas, mobiliário, documentos, eletrônicos, não sobrou nada”, lamenta.

Conforme ele, a estimativa de prejuízo, somadas as perdas físicas e de negócios pelo tempo que a rodoviária permaneceu inoperante, somam cerca de R$ 500 mil.

A retomada, de acordo com Lara, tem sido lenta, mas já com algumas conquistas nos últimos dias. Após uma faxina inicial para a retirada da lama, e com a ajuda de parceiros que viabilizaram equipamentos para a comercialização das passagens, na manhã desta quinta-feira (6) o local operava com 10 empresas intermunicipais, com 35 horários por dia, e outras cinco interestaduais, com oito horários por dia para estados como São Paulo, Curitiba, Paraná e Santa Catarina.

Além disso, há uma linha internacional, de São Leopoldo a Montevidéu, no Uruguai, com saídas da cidade todos os domingos, terças e quintas-feiras às 18 horas.

O funcionamento da rodoviária leopoldense é de segunda a sexta-feira, das 5h30 às 21 horas, sábados, das 6h30 às 21 horas e domingos, das 8h às 21 horas. “Estamos tentando fazer de um limão azedo uma limonada ainda bastante azeda”, compara Lara.

Ãreas interditadas chamam a atenção de quem chega ao localRenata Strapazzon/GES-Especial
Rodoviária de São LeopoldoRenata Strapazzon/GES-Especial
Rodoviária de São LeopoldoEquipes da Prefeitura fizeram a limpeza da plataforma na manhã de quinta-feira (6)
Rodoviária de São LeopoldoGerente da Rodoviária de São Leopoldo, Júlio Lara mostra até onde a água entrou no local

Segundo ele, a catástrofe ocorre no momento em que a rodoviária sequer havia se recuperado de todos os prejuízos sofridos por conta da pandemia. “Não havíamos chegado a 70% do que éramos antes da Covid e agora vem este golpe duríssimo que foi esta catástrofe. É difícil, mas em nenhum momento eu pensei em desistir”, conta. Segundo ele, ultimamente passavam pelo espaço aproximadamente duas mil pessoas por dia.

Lojas fechadas

Os estragos provocados pela enchente também refletem no comércio que existe dentro do prédio da rodoviária. Conforme Lara, de 15 lojas que existiam no local até o dia 3 de maio, pelo menos cinco não voltarão a abrir.

“Os comerciantes perderam tudo o que tinham e não têm condições de recomeçar”, lamenta. Dona de uma lancheria localizada junto ao saguão, Carmem Susana Caprioli, 74 anos, tenta retomar o trabalho aos poucos.

Carmem Caprioli, 74 anos, tem uma lancheria no local há 10 anos Foto: Renata Strapazzon/GES-Especial

“Perdi todo o meu estoque, máquina de café, balcão, televisão. Coisas que não têm mais conserto”, diz Carmem, que estima um prejuízo de R$50 mil ao negócio que ela mantém há 10 anos no espaço. “Jamais imaginei que passaria por isso. Agora com o saguão fechado, as pessoas entram aqui somente para pedir informações, perguntar onde compra a passagem”, revela desanimada.

Insegurança

Conforme Lara, o horário de funcionamento da rodoviária sofreu alterações por motivos de segurança. Segundo ele, relatos de assaltos no entorno têm sido comuns. Para tentar amenizar o problema, a Guarda Civil Municipal (GCM) faz rondas regulares em viaturas e com os agentes a pé pelo local.

Além disso, de acordo com o comandante da GCM, José Carlos Pedrozo a partir da próxima segunda-feira (10), a corporação voltará a ter um ponto fixo na rodoviária. “A nossa sala foi danificada. Após a limpeza, voltaremos com equipe fixa no local”, revela. 

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