Com o objetivo de estudar o potencial econômico da cultura gaúcha na geração de emprego e renda, um estudo realizado pela Universidade Feevale, em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado, aponta que, em 2023, os rodeios movimentaram mais de R$ 2 bilhões no Rio Grande do Sul, sendo R$ 980 milhões em inscrições para provas campeiras. A primeira etapa do estudo foi apresentada nesta terça-feira (6), durante o 35º Rodeio Crioulo Internacional de Vacaria.
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Os dados iniciais, que contemplam apenas os rodeios, mostram que no ano passado ocorreram 3.264 rodeios, festas campeiras e torneios de tiro de laço, 15% a mais do que em 2024. Foram 294 grandes eventos, 1.565 médios eventos e 1.405 pequenos eventos, com um investimento em torno de, respectivamente, R$ 800 mil, R$ 350 mil e R$ 150 mil.
Em relação a manutenção anual de 10 mil animais, o valor chega a R$ 375 milhões, com alimentação, hotelaria, transporte, vacina e encilhas. Já os gastos com aluguel de gado chegam a mais de R$ 73 mil. A pesquisa mostra que em 2023, os investimentos com a parte artística, como ensaios, músicos e coreografias, chegaram a mais de R$ 355 milhões.
No levantamento, os valores gastos em indumentária, como botas, bombachas, camisas, chapéus e lenços, são de cerca de R$ 30 milhões. Já o investimento do público em geral que frequenta os rodeios é de mais de R$ 52 milhões.
Segundo o economista e professor da Universidade Feevale, José Antônio Ribeiro de Moura, comparado com outros setores da economia gaúcha, os números relacionados ao tradicionalismo representam o dobro do que o Brasil exportou de calçados em 2023, além de ser 70% a mais do que a produção de uvas no Estado.
“Os números expressivos mostram que as entidades podem ser beneficiadas tanto a partir de leis de incentivo do governo, como de investimentos pelos empresários, que também são capazes de obter um grande retorno se apostarem nesse segmento”, afirma.
Para o secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado, Ernani Polo, o tradicionalismo, além de ser uma representação da identidade gaúcha, é um setor que movimenta a economia do Estado, conforme o que foi abordado no estudo. “Esse resultado parcial já indica que somente em rodeios mais de R$ 2 bilhões em 2023, um número que impressiona justamente pelo fato de os rodeios estarem espalhados. Com essa sistematização, houve a percepção do quanto gira a economia”, avalia.
Conforme o secretário, o governo seguirá trabalhando com a Feevale para dar continuidade no estudo, a fim de utilizar a ferramenta como balizador para ações futuras em benefício do setor.
O reitor da Universidade Feevale, Cleber Prodanov, comenta que a pesquisa vai trazer benefícios e servir de base para políticas públicas que fomentem as tradições. “É um setor econômico e cultural extremamente importante, ligado à nossa identidade e ao nosso desenvolvimento.Como um gestor público vai propor uma política e dirigir recursos, por exemplo? Tendo um estudo e trabalho científico, com apoio de todas as entidades, e colocando no mapa do desenvolvimento do Rio Grande do Sul o gauchismo”, destaca.
Próxima etapa
A conclusão do estudo está programada para o primeiro semestre de 2024. As próximas etapas contemplam o Centro de Tradições Gaúchas (CTG) e suas festas, danças folclóricas, musicais e acomodações; o cavalo crioulo; a erva-mate e o chimarrão; e a radiodifusão.
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