TOP 5 DO BEM
Rio Grande do Sul ocupa 5º lugar nacional em doação de órgãos; saiba como se declarar como doador
A lei brasileira permite doação entre pessoas vivas em alguns casos; entenda
Última atualização: 06/03/2024 22:34
Depois de fechar o ano de 2023 com um aumento de 20% no número de transplantes, o Rio Grande do Sul apresentou no final de fevereiro o Plano Estadual de Transplantes, que terá vigência até 2027. Com a manutenção de campanhas, controle e monitoramento dos resultados e ações dos hospitais e organizações de Procura de Órgãos de cada região, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) espera manter o ritmo que levou o estado à quinta posição no ranking nacional de órgãos, tecidos e medula. Em 1º lugar está São Paulo, em 2º, Minas Gerais, em 3º Rio de Janeiro, e em 4º, o Paraná.
Ao longo do ano passado foram realizados um total de 2.240 procedimentos. O número representa uma alta de 20% no comparativo dos últimos três anos, sendo que em 2021 foram 1.354. A SES credita esse aumento ao melhor treinamento e capacitação das equipes, o que permitiu uma maior identificação e diagnóstico de morte encefálica nos hospitais. Além disso, houve também maior efetivação das doações dos casos notificados.
Para os próximos três anos, período de validade do novo Plano, o governo deve manter a campanha de doação. Batizada de O Amor Vive, a campanha publicitária já começou, e busca incentivar novos doadores e desmistificar tabus em torno do tema.
Quem não comunica, não doa
Na lei brasileira estão previstos dois tipos de doação, de pessoas vivas que podem doar um dos rins, parte do fígado, parte da medula óssea ou parte do pulmão. Neste caso, basta que o interessado concorde com o procedimento e que o mesmo não prejudique a própria saúde.
Segundo a lei, parentes até o quarto grau e cônjuges podem ser doadores vivos. Mas quem não tiver parentesco com o paciente precisa de uma autorização judicial para realizar o procedimento.
Já no caso de pessoas falecidas é importante que quem pretendem realizar o procedimento comunique seus familiares. Isso porque no Brasil, a retirada de órgãos só é feita com autorização da família do doador. Por isso, é preciso comunicar o desejo em vida.
Uma pessoa falecida só será considerada apta para doação de órgão após dois médicos atestarem morte encefálica, popularmente conhecida como morte cerebral. Paciente com este diagnóstico normalmente são vítimas de catástrofes cerebrais, como traumatismo craniano ou Acidente Vascular Cerebral (AVC ).
Este diagnóstico de morte encefálica pode ser feito em todo hospital que tem UTI, emergência e um bloco cirúrgico. Da mesma forma, a entrevista com a família para doação pode ser realizada nestes locais.
Caso os familiares aceitem realizar o procedimento de doação é feita a validação do doador e quais órgãos podem ser doados, equipes de retirada vão até o hospital onde está o doador para fazer a captação.
Fila de transplante
Regulamentado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) , o Brasil tem o maior programa público de transplantes do mundo. Do total de cirurgias realizadas no país, 87% são realizadas com recursos públicos.
A fila também é regulamentada por órgãos públicos, que no caso do Rio Grande do Sul fica sob a responsabilidade da Central Estadual de Transplantes. O órgão foi criado em 1997 e já realizou mais de 15 mil transplantes de órgãos.
O transplante de rins é o mais comum no Estado, tendo atualmente 1.320 pessoas na fila de espera, de acordo com as informações mais atualizadas pela SES. De acordo com a SES, o Vale do Sinos “tem potencial de aumentar o número de doadores, mas ainda há subnotificação de casos, e carece de uma melhor organização das comissões intra hospitalares de doação de órgãos.”
De acordo com a Secretaria, as cidades de Porto Alegre e Canoas ganham destaque na doação de órgãos, graças aos Hospitais de Pronto Socorro, de ambos municípios, e o Cristo Redentor, na Capital. Já quando o tema é doação de córneas, o destaque vai para Caxias do Sul e a Serra.