Considerada a “grande entrega” do governo do Estado na área do meio ambiente, o projeto de hidrogênio verde foi apresentado sexta-feira (11) na 27ª Conferência do Clima (COP) da Organização das Nações Unidas (ONU). A comitiva oficial do Rio Grande do Sul chegou na quinta-feira (10) em Sharm el-Sheikh, no Egito, que sedia a COP27 e segue com agenda até terça-feira (15).
Em 2021, a titular da Secretaria de Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), Marjorie Kauffman, participou da COP26. Na oportunidade, o Estado assumiu o compromisso de neutralizar as emissões de carbono do território gaúcho em 50% até 2030 e agir para neutralizar a totalidade das emissões até 2050. Desta vez, as lideranças gaúchas apresentam as medidas locais já adotadas para ajudar a frear o aquecimento do planeta e quais projetos serão colocados em prática daqui pra frente.
O projeto apresentado na COP sobre hidrogênio verde tem previsão de ser lançado aqui em dezembro e é considerado a principal ferramenta de transição energética no Estado. Por meio do Programa Avançar na Sustentabilidade, o Estado destinou R$ 5 milhões para a iniciativa. Além disso, foram assinados três memorandos de entendimento voltados para a viabilização da produção do hidrogênio verde com as empresas White Martins, Enerfin e Neoenergia.
“Há dois principais eixos relacionados às mudanças climáticas. Um é o clima, propriamente dito. O outro é a energia, que nós estamos desenvolvendo para implementação da produção e consumo de hidrogênio verde no Estado”, disse Marjorie sobre as atividades na COP 27.
Projeto
A Neoenergia, por exemplo, vai desenvolver hidrogênio verde e geração eólica offshore, em alto-mar, no parque Águas Claras no litoral norte, com projeção de capacidade de atendimento de 13% do consumo de energia do Estado. Atualmente, o Rio Grande do Sul é o quarto maior em capacidade instalada eólica, com mais de 90 parques e 1,8 GW de potência instalada.
Marjorie falou sobre as oportunidades de energias renováveis no território gaúcho e como que o governo está organizando a cadeia de geração de energia eólica, solar e de biomassa. Ela destacou a possibilidade de ter uma cadeia produtiva e consumidora de hidrogênio verde para transporte rodoviário e usos da indústria. “Agregado a isso tem o nosso potencial em produzir amônia verde, que é um adubo amplamente utilizado dentro da nossa cadeia produtiva rural.” Além de abastecer o mercado interno gaúcho, há espaço para países vizinhos, como Argentina e Uruguai, e outros estados. “Tenho certeza que chamou bastante atenção daqueles que nos assistiram”, aposta.
Segundo Marjorie, como o Rio Grande do Sul tem amadurecido suas ações voltadas à pauta climática, conquistou espaço para participar de vários painéis diferentes ao longo da conferência.
São Leopoldo
Uma comitiva de São Leopoldo, liderada pelo prefeito Ary Vanazzi, também participa da COP27 que, na quinta-feira, teve um encontro com o presidente Banco BMF, Marcus Pleyer. A instituição é o maior banco de financiamento de projetos sustentáveis da Alemanha. Vanazzi também participou do painel ‘Justiça climática nas cidades brasileiras: desafios no enfrentamento às mudanças climáticas e à desigualdade social’, com mediação da secretária Municipal de Relações Internacionais de São Paulo, Marta Suplicy.
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