Nos últimos dois anos, a RGE constatou 6.157 casos de “gatos de energia” nas cidades da região. Os maiores municípios lideram o ranking de irregularidades. Canoas está no topo, com 1.546 casos; seguida por São Leopoldo, com 1.081; e Novo Hamburgo, 916. Sapucaia do Sul, com 740 casos; e Esteio, com 419, aparecem na sequência.
De acordo com a RGE, em 2022 foram 3.289 constatações de irregularidades e, em 2023, 2.868. A queda nos números da região no ano passado, que também se confirmou na maioria das cidades, tem explicação.
“As inspeções realizadas em 2023, apesar de em menor número, estão mais assertivas, pois foram impulsionadas pela aplicação de inteligência artificial no processo. O uso da tecnologia possibilita o acompanhamento do consumo e a detecção remota de irregularidades, contribuindo para a redução da reincidência e a diminuição do número de inspeções necessárias”, explica o diretor comercial da CPFL Energia, Rafael Lazzaretti.
Na contramão desta realidade, estão cidades turísticas da Serra. Canela passou de 23 casos para 39; Gramado de sete em 2022 para 15 em 2023; e São Francisco de Paula pulou de dois para sete.
Um problema que continua
Apesar de não terem sido divulgados números de 2024, fato é que o problema continua. Na última terça-feira (2), equipes da RGE executaram ação contra fraudes e furtos de energia nas cidades de Igrejinha e Três Coroas. As fiscalizações tiveram o objetivo de investigar a suspeita de postes que seriam vendidos e colocados no mercado já com um desvio feito por dentro da estrutura, o que dificulta a descoberta da fraude.
Em Três Coroas, em uma empresa de injeção de plásticos, foi identificado um poste com o desvio dentro da estrutura. O proprietário foi preso por furtar energia elétrica. Segundo a Polícia Civil, o homem de 60 anos foi detido após agentes da RGE constatarem que o poste estava adulterado com uma ligação clandestina.
A energia era usada por uma empresa localizada no bairro Vila Nova, em Três Coroas. A RGE estima que o consumo mensal era de R$ 20 mil, que não estavam sendo pagos à companhia. O homem chegou a ser preso, mas pagou fiança de R$ 10 mil e responderá ao processo em liberdade.
Já na cidade de Igrejinha, em uma fábrica de calçados, as equipes encontraram a mesma irregularidade no poste, porém, o proprietário havia cortado o ramal que abastecia o “gato”, não havendo flagrante. O responsável será indiciado por furto de energia sem flagrante.
No terceiro local, também em Igrejinha, outra empresa de injeção de plástico e borracha foi identificada com o poste adulterado. O desvio abastecia o empreendimento e uma residência no mesmo terreno. O proprietário fugiu do local e será indiciado por furto qualificado e receptação.
Até quatro anos de prisão
Fraudes e furtos de energia são crimes previstos no Código Penal com penas que podem chegar a até quatro anos de prisão. Após confirmado o furto, a RGE realiza os cálculos e estima a quantidade de energia furtada, ou seja, o que foi consumido pelo estabelecimento e que deixou de ser pago à distribuidora.
Desta forma, a companhia pode fazer a cobrança retroativa dos valores. Uma consequência das fraudes e furtos é a piora na qualidade do serviço de distribuição de energia, uma vez que as ligações clandestinas sobrecarregam as redes elétricas.
Denúncias
Denúncias podem ser feitas pelo aplicativo CPFL Energia, disponível para todas as plataformas de dispositivos móveis, pelo site www.cpfl.com.br/fraude.
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