Após quase um ano, a Avenida Presidente Vargas, na entrada de Estância Velha, está com suas obras de revitalização em reta final de conclusão. A obra, de acordo com a prefeitura, foi realizada com o propósito de melhorar a mobilidade urbana, remodelando o fluxo de veículos, e trazer mais qualidade de vida aos moradores. Contudo, nem tudo parece estar agradando a moradores e comerciantes locais.
Antes das obras, motoristas que vinham da RS-239 tinham, pelo menos, três opções de acesso à esquerda para se dirigirem ao bairro Rincão dos Ilhéus: Avenida 8 de Setembro e as ruas Adriano Quadros Bitencourt e Germano Leuck. Agora, contudo, há somente uma entrada, na via do meio, e dois acessos fechados devido ao caminhódromo construído entre as avenidas. Assim, em horários de pico, o congestionamento na chegada da cidade se estende por quilômetros na rodovia federal.
Para o proprietário de uma borracharia na esquina da Av. 8 de Setembro com a Presidente Vargas, Paulo Odair Krein, 41 anos, o fechamento do acesso tem intensificado os engarrafamentos, uma vez que só há uma entrada e uma saída para o bairro. “Esses congestionamentos existem desde que fecharam o retorno no pórtico por causa dos acidentes. Mas agora estão piores porque com só uma entrada, não tem como desafogar o trânsito. Entendo as melhorias, mas acredito que deveriam ter deixado aberto esse acesso”, opina.
Além disso, a rótula colocada no cruzamento com a rua Adriano Quadros Bitencourt é considerada por ele e por outros moradores, muito grande, dificultando a conversão de caminhões. “Essa avenida tem duas faixas em cada sentido, mas quando chega na rótula, os veículos afunilam tudo em uma. Os caminhões acabam sempre batendo nos meios-fios”, acrescenta Krein.
Moradores precisam dirigir 2km para voltarem para casa
Outra situação complicada é a de quem mora no lado direito da Presidente Vargas, no sentido de quem entra em Estância Velha. Isso porque, ao saírem de casa, a mão única os leva em direção à rótula com a rua Adriano Quadros Bitencourt.
Mas, para voltarem para casa de carro, com o acesso da Avenida 8 de Setembro, que dava em frente à casa de Theobaldo Kuhn, 70, e Maria da Graça Eraach, 69, o retorno mais próximo fica há um quilômetro de distância, na RS-239. Retornando, é mais um quilômetro de rodovia e todo o trânsito a ser pego. “Isso é ruim, porque acaba sendo longe para chegar em casa. Qualquer um que esteja do outro lado da avenida vai precisar ir até a RS-239 pra voltar até aqui”, comenta Kuhn.
Por outro lado, Maria da Graça vê benefícios também. “Muitas vezes estávamos saindo de casa e vinha um carro na contramão para pegar esse acesso. Então eu gostei assim, só precisam fazer uma faixa de segurança porque tem parada de ônibus dos dois lados”, acrescenta a idosa.
O diretor de Captação e Projetos da Prefeitura, Renan Mallmann, defende a decisão de fechar os acessos, afirmando que eram pontos perigosos, com um alto fluxo de automóveis e várias colisões ao longo do tempo. “Foram feitos testes com drone para ver o andamento do fluxo em dois momentos diferentes: com cones antes do “pare” no chão, e sem os cones ajudando na sinalização. Conseguimos ver que, com os cones, motoristas identificam melhor qual pista seguir e sentem mais tranquilidade ao fazer o trajeto”, explica.
Mallmann também comentou que os moradores já realizavam o trajeto até a RS-239 para fazerem o retorno e que o acesso fechado não afetava diretamente suas residências. “O acesso era só para acessar o bairro Rincão dos Ilhéus, e não o lado da casa deles”, detalha.
Como estão as obras:
Atualmente, a qualificação se encontra na fase final, faltando concluir justamente o trecho próximo ao pórtico do município, pinturas, sinalizações e acabamentos. Conforme a prefeitura, esta é apenas a primeira etapa da obra. A segunda já está licitada e contempla as duas faixas da avenida que fazem o fluxo do sentido de saída da cidade (Estância Velha/BR-116).
“Ainda faremos a rotatória com pedras-ferros, mesmo modelo utilizado na rótula do Fórum. Isso ajuda os caminhoneiros a terem um escape nas suas curvas. Caminhões conseguem subir em cima caso precisem, pois esse modelo deixa os meios-fios mais baixos, proporcionando uma tranquilidade maior para os caminhoneiros”, acrescenta o diretor Renan Mallmann.
O investimento é de aproximadamente R$12 milhões, sendo R$7.306.194,06 do total oriundos de uma indenização do condomínio Horizon ao Município, equivalentes à primeira etapa das obras. O valor foi determinado conforme termo de compromisso firmado com o Ministério Público e está homologado pela Lei 2.661 de 2022. A renovação da avenida contempla dois quilômetros de extensão.
A reforma inclui o aumento do canteiro central, uma ciclovia, pista de caminhada, plantio de árvores e ambientação, nova iluminação, novo asfalto, estacionamentos, duas rótulas, retirada de um semáforo e melhor sinalização do trânsito. Além das obras também foram plantadas mudas de ipê branco e amarelo, com auxílio dos alunos da rede municipal de ensino. “A avenida que já é uma referência para a comunidade está ganhando um visual diferenciado e um embelezamento”, descreve a prefeita em exercício, Viviane Diogo.
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