BARBÁRIE

Réu abandona júri e é condenado por incendiar mendigo em Novo Hamburgo

Homem agora é procurado, enquanto ex-namorada saiu presa do fórum pelo homicídio

Publicado em: 10/11/2023 19:54
Última atualização: 10/11/2023 20:07

O júri sobre a morte brutal de um mendigo terminou de forma insólita na noite de quinta-feira (9) no fórum de Novo Hamburgo. O réu saiu antes da sentença, foi condenado e agora é procurado. A ex-namorada dele, acusada do mesmo crime, saiu presa do plenário. Conforme a decisão, os dois assassinaram e incendiaram Antonio José Berman, 61 anos, em uma casa abandonada no bairro Ideal na madrugada de 23 de julho de 2021.

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Casa abandonada está tomada por vegetação e entulhos Foto: Silvio Milani/GES-Especial

Leandro da Silva Mello, 46, pegou 18 anos, cinco meses e 15 dias de reclusão no regime fechado. Ele chegou solto ao júri, mas a juíza Anna Schuh não permitiu que recorra em liberdade. A magistrada aplica execução imediata da pena a condenados a mais de 15 anos.

“Ademais, não se pode olvidar que o acusado deixou hoje o plenário no curso da sessão, demonstrando descaso com seu julgamento, além de ter permanecido foragido por quatro meses, sendo necessária a segregação para fins de aplicação da lei”, acrescentou Anna. Ela expediu mandado de prisão.

Juíza destaca periculosidade de acusada

Aline Francisca da Rosa, 37, foi condenada a 16 anos e oito meses. Ela já estava presa pelo homicídio. “Não concedo à acusada o direito de recorrer em liberdade, porquanto permanecem hígidos os requisitos para a manutenção da prisão preventiva, especialmente a garantia da ordem pública. Além de ter respondido todo o processo presa, materialidade se faz presente e indícios suficientes da autoria se fortalecem com a condenação na data de hoje. Na verdade, a necessidade de manutenção da segregação cautelar se concretiza na periculosidade que a acusada demonstra, seja pela forma de execução do crime, seja pela reiteração delitiva”, considerou a juíza.

Dupla tem outras condenações

Ao calcular o tempo de pena dos réus, considerados culpados pelo corpo de jurados, a juíza levou em conta vários fatores, como a reincidência. Ela salientou que os dois têm condenações anteriores. São acusados de dar vários golpes de picareta e depois carbonizar Berman, com uso de álcool em gel, em uma residência abandonada na esquina das ruas Machado de Assis e Tuperandi. Demorou mais de um mês para a identificação da vítima.

Aline confessou no dia seguinte ao homicídio e foi presa. No interrogatório, durante a instrução do processo, ficou em silêncio. No júri, negou. Já Mello sempre alegou que não teve participação no crime. Imagens de câmeras de vigilância e testemunhas apontam os dois como autores. O motivo seria desentendimento durante uso de drogas.

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