PATRIMôNIO HISTÓRICO
Restauro do Moinho Collet deve avançar neste ano; saiba detalhes
Primeira etapa é de R$ 2 milhões para reparos emergenciais na estrutura
Última atualização: 06/01/2025 08:52
Mais de 170 anos de história, resistindo a diversas enchentes e sendo uma das referências do comércio e produção de farinha de trigo, beneficiamento de arroz e extração de óleo de amendoim para Dois Irmãos e região. Isso é apenas uma fração da história do Moinho Collet, construído em 1854 e que, ainda em 2024, recebeu confirmação de recursos por parte do governo estadual para uma restauração completa.
São R$ 1.848.922,35 que serão empregados na primeira etapa da obra, que envolve ações emergenciais, para garantir a sustentação do prédio histórico.
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Desde 2003, o moinho, que foi adquirido em 2021 pelo município, é tombado como patrimônio cultural de Dois Irmãos. Neste período, foram ampliados os movimentos para que ele fosse restaurado e reaberto para a comunidade do Vale do Sinos. Ainda em 2024, o governo estadual abriu um edital, no valor de R$ 20 milhões, destinado ao reparo de edifícios tombados que foram atingidos pelas enchentes de maio.
De acordo com Elisandra Bremm, chefe do Departamento de Cultura de Dois Irmãos, por estar ao lado do Arroio Feitoria, o Moinho Collet foi danificado e, por isso, entrou na lista prioritária para destinação dos recursos estaduais.
"A gente ficou muito feliz pelo Estado ter dado essa possibilidade, que é ter aberto o edital, ter essa sensibilidade com os bens históricos. Nós vemos que a Secretaria Estadual de Cultura está com o olhar voltado à preservação", destaca Elisandra.
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Atualmente, o principal problema na gradual degradação do Moinho Collet é a sustentação do prédio. O vice-prefeito de Dois Irmãos, Juarez Stein, destaca que a primeira ação é a retirada de estruturas temporárias que mantêm as paredes no lugar.
"(Precisamos fazer) a estabilização do prédio. Tirar as amarras, que já estão lá (no terceiro piso) há mais de 20 anos". A expectativa é de iniciar as obras no segundo semestre de 2025.
Empresa possui outros projetos na região
A Simples Assim está à frente das ações que vão possibilitar, por meio da obtenção de recursos do Estado e entidades privadas, o restauro de alguns edifícios tombados no Vale do Sinos.
Além do Moinho Collet, em Dois Irmãos, há também o projeto de restauro do Templo da Comunidade da Trindade da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, em Campo Bom, a Sociedade Concórdia, em Ivoti, e o Museu Histórico de Campo Bom.
Família Collet valoriza a iniciativa para preservação do espaço
"Nós temos o sonho de ver isso restaurado". Essas palavras são de Guilherme Collet, descendente daqueles que cuidaram e ampliaram as atividades do Moinho Collet, durante os 121 anos que permaneceu sob posse da família. "Acho que é um marco da cultura alemã, de todo o processo de imigração. É uma obra que contém muita engenharia envolvida. Do lado de fora, o que se vê, é a parte arquitetônica, mas o maquinário lá dentro é muito importante. Por exemplo, a extração do óleo de amendoim, a frio, parece que só existe mais um no Rio Grande do Sul", comenta Guilherme.
Logo ao lado do Arroio Feitoria, cujas águas moveram o moinho até 1992, Nelson Collet, irmão de Guilherme, comanda um ateliê de calçados. Durante sete anos, entre 1985, ano de falecimento de seu pai, Guilherme Emílio Collet, até o fim das operações, comandou o funcionamento do prédio. "O moinho estava na família desde 1901. A gente procurou preservar da melhor maneira possível. Esperamos que, após a construção da ponte nova (ao lado do moinho), possa ser dado início às obras no moinho."
O projeto arquitetônico é de autoria de Edgar Bittencourt da Luz, responsável inclusive pelo projeto da primeira tentativa de restauro, na ocasião em que o edifício havia sido tombado,
há 20 anos.