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Repatriado de Gaza que virá para Novo Hamburgo relata momentos difíceis na guerra: "O medo está sempre contigo"

Ao desembarcar em Brasília na noite de segunda-feira (13), Mahmoud Abuhaloub disse que voltará ao RS para reencontrar o filho que mora aqui

Stefany de Jesus Rocha
Publicado em: 14/11/2023 às 09h:10 Última atualização: 14/11/2023 às 09h:15
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Integrante do grupo de 32 brasileiros resgatados da Faixa de Gaza, Mahmoud Abuhaloub desembarcou em Brasília no fim da noite de segunda-feira (12) e foi recepcionado pelo presidente Lula. Na chegada, ele falou sobre os momentos de tensão que viveu estando em meio ao conflito entre Hamas e Israel

“Vou falar primeiro sobre a situação na Faixa de Gaza. Foi terrível. O medo está sempre contigo. Quando dormindo, quando acordado, quando andando na rua. Não tem lugar seguro. Não só conosco, com nossas famílias, com tudo”, conta.

Mahmoud Abuhaloub explicou para o presidente que o corpo está descansado, mas mente e coração ainda ficam focados em familiares e amigos na Faixa de Gaza | Jornal NH



Mahmoud Abuhaloub explicou para o presidente que o corpo está descansado, mas mente e coração ainda ficam focados em familiares e amigos na Faixa de Gaza

Foto: Ricardo Stuckert/PR

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Conforme divulgado pelo governo federal, Abuhaloub virá para Novo Hamburgo. Ele destaca que o plano é retornar ao Estado e recomeçar. “Vou para o Rio Grande do Sul porque morei lá, tenho meu filho lá também”, diz. 

Na região, ele trabalhava como motorista de aplicativo desde 2019, como consta em seu perfil profissional na rede social Linkedin. 

Apesar de já estar em segurança, o repatriado assume que segue aflito com a situação no Oriente Médio. “Seu corpo já está relaxado, mas sua mente e coração, não. Ainda tenho irmãos, sobrinhos ficando. Estou preocupado por isso.”

Vinda para o RS

Ainda deve levar alguns dias para que Abuhaloub chegue no Estado. Isso porque, segundo o governo federal, o grupo de resgatados devem permanecer por 48 horas numa estrutura da Força Aérea Brasileira (FAB) em Brasília.

Lá, além de acolhimento, eles receberão suportes na área de saúde, de documentação e de assistência social. Terão também acesso a exames de rotina, vacinação para as crianças, emissão de documentos de regularização e alimentação de qualidade e adaptada.

Além disso, a tenente Thais Nascimento Costa destaca que o estado psicológico deles exige essa atenção. “Eles passaram por um período difícil, sem água, sem comida. Foram tirados de suas casas. Estão bem fisicamente, mas precisam de cuidado para conseguirem daqui para frente continuar”, resumiu.

Destino dos outros repatriados

Quatro dos repatriados tem a capital federal como destino final, 24 vão para São Paulo, sendo que a metade será levada para um abrigo no interior do Estado e a outra metade vai para casa de familiares. Mais dois vão para Florianópolis (SC), e um para Cuiabá (MS), além de Abuhaloub, que virá para o Vale do Sinos.

*Com informações do Governo Federal

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