abc+

AUXÍLIO

Repasses da Prefeitura ao Museu de São Leopoldo estão atrasados há seis meses

Valor mensal de R$7 mil não foi depositado ainda neste ano ao espaço que guarda parte da história da imigração na cidade

Renata Strapazzon
Publicado em: 17/07/2024 às 07h:57 Última atualização: 17/07/2024 às 07h:58
Publicidade

Responsável por guardar parte da história da imigração alemã na cidade, o Museu Histórico Visconde de São Leopoldo (MHVS) depende do apoio de mantenedores e voluntários para dar continuidade ao trabalho que desenvolve há quase 65 anos no Município.

Espaço que guarda parte da história da imigração na cidade foi atingido pela enchente de maio



Espaço que guarda parte da história da imigração na cidade foi atingido pela enchente de maio

Foto: Renata Strapazzon/GES-Especial

As dificuldades financeiras, que já existiam, se intensificaram com a enchente, que danificou parte do acervo do local, causando prejuízo estimado em R$500 mil. Além disso, segundo o presidente do Museu, Cássio Tagliari, outro fator que tem contribuído para agravamento da situação é o atraso nos repasses dos recursos destinados ao espaço pelo Município.

Conforme Tagliari, o valor mensal de R$7 mil que deveria ser depositado pela Prefeitura, ainda não foi repassado neste ano, resultando em uma dívida de R$42 mil, que compreende o período de janeiro a junho. “A previsão era utilizar este valor para pagar despesas operacionais do Museu, salários, conta de luz, impostos. Somente em impostos vai grande parte do que recebemos”, comenta.

Leia também: Feira da Economia Solidária ocorre na Estação São Leopoldo, da Trensurb, até essa sexta

“É um recurso que pagaria parte das despesas operacionais básicas para manter o Museu aberto. Hoje é só com as doações dos mantenedores que contamos na prática. Não posso contar com a verba da Prefeitura para pagar as contas, pois é incerto. Então, quando vem alguma coisa, usamos em melhorias ou para cobrir as eventuais dívidas”, explica Tagliari.

Procurada pela reportagem, a Secretaria Municipal de Cultura e Relações Internacionais (Secult) informou, por meio de nota enviada pela Superintendência de Comunicação da Prefeitura que “está trabalhando para fazer os ajustes orçamentários, que também sofreu impacto devido ao Estado de Calamidade Pública em função das enchentes”. O texto informa, ainda, que “o pagamento dos repasses para o Museu Histórico Visconde de São Leopoldo está previsto para até o final do mês de julho”.

Mantenedores

De acordo com Tagliari, o Museu conta atualmente como 176 mantenedores ativos. Destes, cerca de 20 são empresas e o restante pessoas físicas. As contribuições financeiras podem ser feitas através de doações mensais a partir de R$10. Interessados em integrar o quadro de mantenedores do Museu devem preencher um formulário por meio do site https://www.museuhistoricosl.com.br/seja-um-mantenedor/.

Viu essa? Professora é investigada por vender bolinhos de maconha na escola em Estância Velha

O presidente explica que, neste ano, a instituição conseguiu iniciar a execução de um projeto via Lei Rouanet. “Que é o que está nos dando fôlego”, frisa Tagliari. “Os recursos do projeto terminam em dezembro. Agora estamos correndo para captar novo projeto e novos doadores para podermos manter alguns recursos para 2025”, destaca.

O cenário financeiro do Museu, conforme Tagliari é variável. “O que fizemos desde que entrei, foi ajustar o gasto à receita. A necessidade com certeza é muito maior. Precisaríamos de muito mais recursos humanos. Hoje tentamos cobrir essas coisas com trabalho voluntário”, diz. O cadastro de voluntários é feito pelo WhatsApp 3592-4557. O horário de atendimento é de terça a sábado, das 8h30 ao meio-dia e das 13h30 às 17h30.

Visita de especialistas da Unesco

Nesta semana o Museu Histórico Visconde de São Leopoldo deverá receber a visita de especialistas da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) para avaliação dos danos provocados pela enchente no acervo local. A vinda da comitiva a São Leopoldo faz parte do apoio que será dado pela Unesco ao Estado para a recuperação de equipamentos culturais afetados pela cheia de maio. A missão internacional tem a parceria da Secretaria da Cultura (Sedac) e o Ministério da Cultura (MinC).

Compõem a missão a arqueóloga Andrea Richards, de Barbados, e o socorrista cultural Samuel Franco, da Guatemala, que permanecerão no Estado até 19 de julho. As ações serão executadas ao longo do ano, devendo ser concluídas em dezembro. Os trabalhos contam com recursos do Fundo de Emergência do Patrimônio da Unesco, um fundo multidoadores que visa proteger a cultura em situações de emergência.

 

Publicidade

Matérias Relacionadas

Publicidade
Publicidade