DADOS DO CENSO
Região tem mais de 54,3 mil pessoas acima dos 65 anos
Levantamento do IBGE aponta crescimento da população nesta faixa etária nos últimos 12 anos
Última atualização: 07/11/2023 07:13
Os resultados atualizados do mais recente Censo Demográfico divulgados no dia 27 de outubro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que o Brasil atingiu um índice de envelhecimento recorde nos últimos 12 anos. Segundo o levantamento, pessoas com 65 anos ou mais no País já somam 10,9% (22.169.101) da população.
A taxa representa um aumento de 57,4% em relação ao Censo de 2010, quando a população nesta faixa etária no país era de 7,4%. Já a população idosa com 60 anos ou mais de idade chegou a 32.113.490 (15,6%), um aumento de 56,0% em relação a 2010, quando era de 20.590.597 (10,8%).
Na região, somadas as cinco cidades de cobertura do Jornal VS, São Leopoldo, Sapucaia do Sul, Esteio, Capela de Santana e Portão, são mais de 54,3 mil pessoas acima dos 65 anos. Já o total de idosos com mais de 60 anos ultrapassa os 81,9 mil.
"O Estatuto do Idoso define como idoso a pessoa de 60 anos ou mais. O corte de 65 anos ou mais foi utilizado nesta análise para manter comparabilidade internacional e com outras pesquisas que utilizam essa faixa etária, como de mercado de trabalho", justifica a gerente de Estudos e Análises da Dinâmica Demográfica do IBGE, Izabel Marri.
Pirâmide
"Ao longo do tempo a base da pirâmide etária foi se estreitando devido à redução da fecundidade e dos nascimentos no Brasil. Essa mudança no formato da pirâmide etária passa a ser visível a partir dos anos 1990 e a pirâmide etária do Brasil perde, claramente, seu formato piramidal a partir de 2000. O que se observa é redução da população jovem, com aumento da população em idade adulta e também do topo da pirâmide até 2022".
Vitalidade, energia e disposição depois dos 80
Moradores do bairro São José, em Sapucaia do Sul, os aposentados Sueli Vicentina Pereira da Silveira, 80 anos e Severo Rodrigues da Silveira, 86, são exemplos de como envelhecer bem. Casados há 60 anos, eles se mantêm ativos, e não abrem mão do bom humor, do companheirismo, das viagens e das lidas domésticas. Estes, inclusive, são, segundo eles, segredos para seguirem com vitalidade, energia e disposição de dar inveja a muito jovem.
A rotina do casal começa cedo. Segundo Sueli, por volta de 6h30 eles já estão de pé, com o fogão a lenha acesso, compartilhando o chimarrão. “Costumo dormir cedo também. Normalmente, entre 19h30, 20 horas, já vou me deitar”, conta Sueli, que diz não perder muito tempo na frente da TV. “Só assisto duas novelas no final da tarde e o programa do padre Alessandro Campos”, completa.
Já Severo, abre exceção nas horas de sono principalmente em dias de jogos do Grêmio. Os cuidados com a saúde também são levados à risca pelo casal. Todas as terças e quintas, Sueli participa da ginástica para os idosos. Mesmo não faltando convite, Severo diz preferir outro tipo de exercício. “Me mexo varrendo o pátio, cortando lenha. Esta é a minha ginástica”, brinca.
Pais de quatro filhos, um deles falecido há 29 anos, e avós de quatro netos, eles prezam pela casa sempre cheia. “É o que nos faz chegar até aqui tão bem, é viver em paz, com a família sempre unida”, resume Severo.
São Leopoldo terá diagnóstico socioterritorial
Presidente do Conselho Municipal de Defesa dos Direitos do Idoso de São Leopoldo, Izabel de Oliveira destaca que a cidade prepara um projeto de diagnóstico socioterritorial. O estudo, segundo ela, será realizado com recursos do Fundo da Pessoa Idosa, aprovado pelo Conselho, e realizado pela Associação de Lúpus e Outras Doenças Reumáticas do Vale dos Sinos (Alureu-Sinos).
“A partir do resultado precisamos pensar em um plano municipal da pessoa idosa e outros serviços que possam estar faltando no Município para atender a este público”, diz. “A partir dos dados diagnóstico, precisamos pensar em um serviço de saúde, de acolhimento, de moradias, grupos de convivência nos bairros para acolher a todos, ampliar os atendimentos de saúde e assistência social presenciais para os acamados ou que moram sozinhos, evitando ao máximo a essa pessoa sair de seu lar, garantindo o seu direito de escolha”.
Programa busca reduzir o isolamento em Esteio
Se por um lado, os idosos estão cada vez mais ativos e integrados a programas voltados especialmente para esta faixa etária nas cidades da região, por outro, ainda é grande o número de pessoas com mais de 60 anos que vivem isoladas. Pensando nesta parcela da população, Esteio lançou recentemente o programa Idoso Feliz.
Inspirada no programa Criança Feliz, do governo federal e que existe desde 2016, a iniciativa pensada para os idosos segue uma metodologia semelhante, com visitas semanais às casas das pessoas atendidas pelo projeto.
“Quando íamos fazer visitas nas casas das crianças, percebíamos alguns idosos muitas vezes em situação de isolamento social. Pensamos que seria interessante trabalhar com a outra ponta com a mesma metodologia. Visitas domiciliares semanais onde o visitador leva atividades para se trabalhar com estas pessoas”, explica a supervisora do programa, Joelma Guimarães. De acordo com Joelma, para adesão ao programa, os idosos necessitam estar inscritos no Cadastro Único.
“Priorizamos os que estejam em situação de vulnerabilidade e isolamento social ou com vínculos familiares fragilizados. O objetivo é fortalecer estes vínculos através das orientações à família sobre cuidados necessários, além de promover processo de envelhecimento ativo e saudável, integrá-los à sociedade, minimizando o isolamento social”, destaca.
Joelma frisa, ainda, as consequências do isolamento para os idosos. “É o adoecimento tanto físico quanto mental destes idosos que buscam se isolar. Por isso, nosso objetivo é fazer com que consigam sair desta condição. Fazer com que eles sejam e permaneçam sendo sujeitos ativos na sociedade, dentro das características e limitações que têm da idade”, diz.
“Nossa busca é por esta garantia, com ações que favoreçam que esta velhice seja feliz e com que eles estejam integrados à comunidade, acessando os serviços da rede”.
Os resultados atualizados do mais recente Censo Demográfico divulgados no dia 27 de outubro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que o Brasil atingiu um índice de envelhecimento recorde nos últimos 12 anos. Segundo o levantamento, pessoas com 65 anos ou mais no País já somam 10,9% (22.169.101) da população.
A taxa representa um aumento de 57,4% em relação ao Censo de 2010, quando a população nesta faixa etária no país era de 7,4%. Já a população idosa com 60 anos ou mais de idade chegou a 32.113.490 (15,6%), um aumento de 56,0% em relação a 2010, quando era de 20.590.597 (10,8%).
Na região, somadas as cinco cidades de cobertura do Jornal VS, São Leopoldo, Sapucaia do Sul, Esteio, Capela de Santana e Portão, são mais de 54,3 mil pessoas acima dos 65 anos. Já o total de idosos com mais de 60 anos ultrapassa os 81,9 mil.
"O Estatuto do Idoso define como idoso a pessoa de 60 anos ou mais. O corte de 65 anos ou mais foi utilizado nesta análise para manter comparabilidade internacional e com outras pesquisas que utilizam essa faixa etária, como de mercado de trabalho", justifica a gerente de Estudos e Análises da Dinâmica Demográfica do IBGE, Izabel Marri.
Pirâmide
"Ao longo do tempo a base da pirâmide etária foi se estreitando devido à redução da fecundidade e dos nascimentos no Brasil. Essa mudança no formato da pirâmide etária passa a ser visível a partir dos anos 1990 e a pirâmide etária do Brasil perde, claramente, seu formato piramidal a partir de 2000. O que se observa é redução da população jovem, com aumento da população em idade adulta e também do topo da pirâmide até 2022".
Vitalidade, energia e disposição depois dos 80
Moradores do bairro São José, em Sapucaia do Sul, os aposentados Sueli Vicentina Pereira da Silveira, 80 anos e Severo Rodrigues da Silveira, 86, são exemplos de como envelhecer bem. Casados há 60 anos, eles se mantêm ativos, e não abrem mão do bom humor, do companheirismo, das viagens e das lidas domésticas. Estes, inclusive, são, segundo eles, segredos para seguirem com vitalidade, energia e disposição de dar inveja a muito jovem.
A rotina do casal começa cedo. Segundo Sueli, por volta de 6h30 eles já estão de pé, com o fogão a lenha acesso, compartilhando o chimarrão. “Costumo dormir cedo também. Normalmente, entre 19h30, 20 horas, já vou me deitar”, conta Sueli, que diz não perder muito tempo na frente da TV. “Só assisto duas novelas no final da tarde e o programa do padre Alessandro Campos”, completa.
Já Severo, abre exceção nas horas de sono principalmente em dias de jogos do Grêmio. Os cuidados com a saúde também são levados à risca pelo casal. Todas as terças e quintas, Sueli participa da ginástica para os idosos. Mesmo não faltando convite, Severo diz preferir outro tipo de exercício. “Me mexo varrendo o pátio, cortando lenha. Esta é a minha ginástica”, brinca.
Pais de quatro filhos, um deles falecido há 29 anos, e avós de quatro netos, eles prezam pela casa sempre cheia. “É o que nos faz chegar até aqui tão bem, é viver em paz, com a família sempre unida”, resume Severo.
São Leopoldo terá diagnóstico socioterritorial
Presidente do Conselho Municipal de Defesa dos Direitos do Idoso de São Leopoldo, Izabel de Oliveira destaca que a cidade prepara um projeto de diagnóstico socioterritorial. O estudo, segundo ela, será realizado com recursos do Fundo da Pessoa Idosa, aprovado pelo Conselho, e realizado pela Associação de Lúpus e Outras Doenças Reumáticas do Vale dos Sinos (Alureu-Sinos).
“A partir do resultado precisamos pensar em um plano municipal da pessoa idosa e outros serviços que possam estar faltando no Município para atender a este público”, diz. “A partir dos dados diagnóstico, precisamos pensar em um serviço de saúde, de acolhimento, de moradias, grupos de convivência nos bairros para acolher a todos, ampliar os atendimentos de saúde e assistência social presenciais para os acamados ou que moram sozinhos, evitando ao máximo a essa pessoa sair de seu lar, garantindo o seu direito de escolha”.
Programa busca reduzir o isolamento em Esteio
Se por um lado, os idosos estão cada vez mais ativos e integrados a programas voltados especialmente para esta faixa etária nas cidades da região, por outro, ainda é grande o número de pessoas com mais de 60 anos que vivem isoladas. Pensando nesta parcela da população, Esteio lançou recentemente o programa Idoso Feliz.
Inspirada no programa Criança Feliz, do governo federal e que existe desde 2016, a iniciativa pensada para os idosos segue uma metodologia semelhante, com visitas semanais às casas das pessoas atendidas pelo projeto.
“Quando íamos fazer visitas nas casas das crianças, percebíamos alguns idosos muitas vezes em situação de isolamento social. Pensamos que seria interessante trabalhar com a outra ponta com a mesma metodologia. Visitas domiciliares semanais onde o visitador leva atividades para se trabalhar com estas pessoas”, explica a supervisora do programa, Joelma Guimarães. De acordo com Joelma, para adesão ao programa, os idosos necessitam estar inscritos no Cadastro Único.
“Priorizamos os que estejam em situação de vulnerabilidade e isolamento social ou com vínculos familiares fragilizados. O objetivo é fortalecer estes vínculos através das orientações à família sobre cuidados necessários, além de promover processo de envelhecimento ativo e saudável, integrá-los à sociedade, minimizando o isolamento social”, destaca.
Joelma frisa, ainda, as consequências do isolamento para os idosos. “É o adoecimento tanto físico quanto mental destes idosos que buscam se isolar. Por isso, nosso objetivo é fazer com que consigam sair desta condição. Fazer com que eles sejam e permaneçam sendo sujeitos ativos na sociedade, dentro das características e limitações que têm da idade”, diz.
“Nossa busca é por esta garantia, com ações que favoreçam que esta velhice seja feliz e com que eles estejam integrados à comunidade, acessando os serviços da rede”.