Os números positivos na oferta de emprego no Rio Grande do Sul e na região, conforme divulgação do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), seguiram a tendência positiva do Brasil em abril, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). No entanto, vale um alerta do que serão os próximos meses para quem está em busca de emprego.
“Maio será um divisor de águas. A enchente gerou um impacto grande nas empresas. A tendência é de dar uma encolhida em todos os segmentos. Vamos ter que passar por isso”, prevê o professor da Universidade Feevale, o economista José Antônio Ribeiro de Moura.
Em abril, o Brasil teve 2.260.439 admissões e 2.020.406 desligamentos, gerando um saldo positivo de 240.033 vagas. No Rio Grande do Sul, conforme o Caged, o saldo foi positivo de 13.512 vagas com carteira assinada. O número é resultado de 141.418 admissões e de 127.906 demissões.
Nos 43 municípios da área de cobertura do Grupo Sinos, o saldo também foi positivo: 3.758 vagas após 28.712 admissões e 24.954 desligamentos. Do total, 35 cidades apresentaram resultado superior em contratações. Canoas, com 645 vagas, teve o melhor número de novos contratados em abril, seguida por Novo Hamburgo (631), São Leopoldo (315), Sapucaia do Sul (126) e Estância Velha (107).
Moura projeta que o Rio Grande do Sul terá mais impactos negativos na geração de emprego do que na pandemia. Ele explica que na pandemia as empresas ficaram paradas, mas agora há perda de equipamentos, de matéria-prima e o retorno financeiro vai demorar para que as empresas voltem a adquirir novas máquinas.
“A enchente vai refletir nos dados de emprego de maio. A renda vai cair e, por consequência, o consumo. Essa curva ascendente de emprego cai e não há previsão de quanto tempo levará para retornar. Vai depender da liberação de financiamentos e do tempo que as empresas terão para verificar os impactos causados pela enchente”, diz.
Diretor do Trabalho de Novo Hamburgo, Nelson Dietrich também falou sobre a expectativa para maio: “São fatores que podem frear o ritmo e impactar negativamente o saldo de empregos em maio e nos meses seguintes. A recuperação será crucial para manter o dinamismo econômico.”
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