REGIÃO METROPOLITANA
Professor se aproveitava de cargo para "passar a mão" em alunas de escola estadual do RS
Homem de 52 anos foi preso após denúncia feita pela mãe de uma das estudantes. Ao menos outras três vítimas foram identificadas, todas menores de 14 anos
Última atualização: 26/03/2024 22:18
Um professor de 52 anos foi preso preventivamente suspeito de estuprar alunas menores de 14 anos dentro de uma escola estadual de Gravataí. A investigação foi motivada por uma denúncia feita pela mãe de uma das vítimas, que teria relatado os abusos à família ao chegar em casa após uma aula de educação física. O homem foi detido pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) da cidade na terça-feira (18).
Segundo a delegada Fernanda Generali, o relato da menina é corroborado por depoimentos de outras testemunhas ouvidas no inquérito policial. Durante a investigação, a Polícia identificou pelo menos três novas vítimas. Elas descreveram o mesmo comportamento praticado pelo homem, que "se aproveitava da posição de professor para passar a mão nos seios, bunda e coxas das alunas, enquanto ministrava as aulas". Ele também teria feito comentários inapropriados para as menores.
A delegada afirma que o professor não chegou a ter relações sexuais com as estudantes. "Para configuração de estupro de vulnerável não precisa ter conjunção carnal, basta qualquer toque indevido, que era o que as meninas relatavam", salienta. "Os fatos aconteceram dentro da escola mesmo."
Entre as pessoas ouvidas estão ainda coordenadores de educação, professores e diretores de escolas na qual o suspeito já havia ministrado aulas. Fernanda acrescenta que a prisão foi deferida pela Justiça após a existência de elementos concretos da prática de delitos hediondos contra crianças e adolescentes.
Conforme a titular da Deam, as estudantes inclusive demonstravam ansiedade e se negavam a participar das aulas, "pois tinham medo da ocorrência de novas situações".
A reportagem fez contato com a instituição de ensino, que informou que o professor foi afastado do cargo tão logo a escola recebeu a denúncia, o que ocorreu um mês atrás. O caso foi, então, repassado às autoridades competentes.
*O nome da escola e dos envolvidos não são divulgados para preservar a identidade das vítimas, conforme preconiza o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
O que diz a Seduc
"Sobre o ocorrido em uma escola estadual de Gravataí, a Secretaria Estadual da Educação (Seduc) informa que o docente já foi devidamente afastado de suas funções desde o dia 22 de março pela 28ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE) e foi aberto um processo de sindicância.
Também, na esfera criminal, foi feito um boletim de ocorrência e a Polícia Civil prendeu preventivamente o docente suspeito.
O atendimento com assistentes sociais e psicólogos é oferecido pelas Coordenadorias Regionais de Educação (CREs) para atender as demandas socioemocionais dos estudantes e do corpo docente.
Além disso, em parceria com as secretarias municipais de Saúde, por meio do Programa Saúde na Escola (PSE), os estudantes são encaminhados para os atendimentos junto às unidades básicas de Saúde da sua região.
As escolas estaduais também contam com equipes das Comissões Internas de Prevenção de Acidentes e Violência Escolar (Cipave+) que realizam ações de conscientização, prevenção e combate à violência por meio de atividades como palestras, dinâmicas, rodas de conversa, círculos da paz, entre outros."