MONITORAMENTO E PREVENÇÃO

Região metropolitana terá radar meteorológico: "Com até três horas de antecedência"; entenda como será o serviço

Empresa vencedora da licitação para instalação e monitoramento foi anunciada pelo governo gaúcho

Publicado em: 29/11/2023 14:43
Última atualização: 29/11/2023 15:08

Porto Alegre e a região metropolitana terão um radar meteorológico. A empresa contratada para o serviço de monitoramento, acompanhamento e alertas climáticos com previsão em tempo real foi anunciada pelo governo do Rio Grande do Sul nesta terça-feira (28). Entre as duas propostas recebidas, a da empresa Southern, de São Paulo, venceu o pregão eletrônico conduzido pela Central de Licitações (Celic).


Região das ilhas foi a que mais sofreu com a cheia do Guaíba em novembro Foto: Cesar Lopes/Prefeitura de Porto Alegre

A companhia paulista apresentou o menor lance, de R$ 25,94 milhões, 5,8% abaixo do valor de referência. De acordo com a Celic, a proposta e especificações foram avaliadas e aceitas em conjunto com a Casa Militar. Agora o processo está na análise de documentações de habilitação.

"A aquisição de um novo radar meteorológico vai ajudar o Estado a ter maior precisão no monitoramento de eventos climáticos, minimizando os prejuízos e, sobretudo, mantendo as pessoas em segurança", afirma Danielle Calazans, secretária de Planejamento, Governança e Gestão.

A demanda da contratação destes serviços é da subchefia de Proteção e Defesa Civil daCasa Militar. Com este serviço será possível prever eventos climáticos com até três horas de antecedência. Em novembro, os municípios gaúchos registraram enchentes históricas e, ao menos, cinco pessoas morreram em decorrência das chuvas. Conforme a Defesa Civil, cerca de 30 mil de pessoas ficaram desabrigadas ou desalojados e mais de 170 cidades foram afetadas. 

Atualmente, o Estado conta com o serviço de monitoramento meteorológico realizado por três radares das Forças Armadas, dois localizados dentro do próprio RS, em Canguçu e Santiago, e um no Morro da Igreja, em Santa Catarina. Por esse motivo, Porto Alegre e a região metropolitana acabam não recebendo cobertura adequada. 

“O serviço de radar está relacionado diretamente com ações de prevenção contra eventos adversos. Nós teremos condições de disponibilizar dados mais qualificados com até três horas de antecedência. Atualmente, a informação que temos é apenas a visualização das imagens produzidas pelos radares das Forças Armadas; nós não temos acesso aos dados produzidos por eles. Com a contratação do serviço, teremos acesso a mais dados e, portanto, a informação produzida será mais qualificada”, destaca o coronel Luciano Boeira, secretário-chefe da Casa Militar e coordenador estadual da Defesa Civil.

Quando o serviço começa a operar?

O processo licitatório contempla ainda prazos para a apresentação de recursos e também passa pela avaliação dos órgãos de controle do Estado. Uma vez cumpridas todas as etapas, fica autorizada a homologação do certame, que é a publicaçãodo resultado finalno Diário Oficial do Estado.

Com a homologação, a Celic autoriza a Casa Militar a iniciar os procedimentos para a contratação da empresa selecionada. No caso específico dessa licitação, após a assinatura do contrato, a empresa ou fornecedor terá 60 dias para realizar um estudo técnico que irá definir o melhor local para instalação do radar. A prestação dos serviços de monitoramento, acompanhamento e emissão de alertas ocorre na sequência e se estenderá por 60 meses.

A empresa escolhida será a responsável por realizar quaisquer manutenções ou substituições necessárias no equipamento durante todo o período de prestação dos serviços. Os profissionais capacitados a operar e a emitir os relatórios também devem ser fornecidos pela vencedora do pregão.

“A instalação do radar faz parte de um processo contínuo de identificação e mapeamento de áreas de risco e de possíveis ameaças, suscetibilidades e vulnerabilidades nos municípios. Com o monitoramento constante e permanente dos pontos de interesse, a Defesa Civil poderá aperfeiçoar a divulgação de protocolos de prevenção e de alertas, além de ações emergenciais para atuar nas ocorrências de desastres naturais”, diz trecho do comunicado do governo. 

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